RENASCENDO DAS CINZAS(1)
Baseado na imortalidade da Fênix, conta a história da morte espiritual do ser. As perseguições morais no serviço público em um ambiente semelhante a uma instituição de policia militar. Traça um paralelo entre a participação popular e a corrupção do sistema democrático.
Baseado na imortalidade da Fênix, conta a história da morte espiritual do ser. As perseguições morais no serviço público em um ambiente semelhante a uma instituição de policia militar.
Traça um paralelo entre a participação popular e a corrupção do sistema democrático.
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Havia uma sala de enfermagem próxima à cozinha e, ao passar<br />
por lá, uma enfermeira perguntou se eu havia tomado o remédio.<br />
Não estava sabendo de nada e, por isso, perguntei. Ela esclareceu<br />
que todos os pacientes ali internados tomavam algum tipo de<br />
medicamento receitado pelo médico que acompanha o tratamento.<br />
No meu caso, estavam receitados dois calmantes pela manhã e, à<br />
noite, um calmante mais forte para ajudar no sono.<br />
Era tudo muito regrado! O café da manhã era servido às sete<br />
horas, os portões da área externa eram abertos às oito e meia. Então,<br />
os pacientes tinham de ir para fora para participar da caminhada<br />
ou de terapia ocupacional, numa área onde eram feitos desenhos,<br />
objetos de decoração, artesanato ou exercícios físicos.<br />
A caminhada era acompanhada por algum funcionário da<br />
clínica em uma estrada de terra que, segundo eles, se estendia por<br />
dois quilômetros, até uma igreja, num povoado próximo.<br />
Nos primeiros dias, não participei de nada. Estava muito<br />
abalado por estar ali. Quando a vendinha abria, eu comprava<br />
cigarros e ficava olhando o movimento lá na rodovia através da<br />
grade da clínica, tomando o sol da manhã.<br />
O almoço era servido às onze horas. Meia hora antes, de<br />
segunda a sexta-feira, os pacientes assistiam a palestras sobre<br />
temas variados.<br />
Novamente a fila para o almoço: cada um pegava o prato e<br />
as cozinheiras colocavam a comida. Após o almoço, não havia<br />
muito que fazer. Podia-se assistir o jornal pela televisão na sala de<br />
palestras, fumar um cigarro ou deitar na cama. O espaço de terapia<br />
ocupacional ficava fechado para que as terapeutas Lígia e Claudete<br />
também fossem almoçar e pudessem ter um horário de descanso.<br />
Na parte da tarde, o recinto funcionava somente a partir das treze e<br />
trinta, ficando até as dezesseis e trinta.<br />
Era proibido o uso de celular dentro da clínica e todos os<br />
aparelhos dos pacientes ficavam guardados com a assistente<br />
social, desligados e identificados, e somente eram devolvidos<br />
rENASCENDO DA CINZA - vITOR MOREIRA 55