RENASCENDO DAS CINZAS(1)
Baseado na imortalidade da Fênix, conta a história da morte espiritual do ser. As perseguições morais no serviço público em um ambiente semelhante a uma instituição de policia militar. Traça um paralelo entre a participação popular e a corrupção do sistema democrático.
Baseado na imortalidade da Fênix, conta a história da morte espiritual do ser. As perseguições morais no serviço público em um ambiente semelhante a uma instituição de policia militar.
Traça um paralelo entre a participação popular e a corrupção do sistema democrático.
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A RODINHA DE BRASAS<br />
Por motivos de segurança, devido ao fato de haver internos<br />
com sérios distúrbios mentais, era proibido que qualquer paciente<br />
tivesse isqueiros ou fósforos em seu poder, mesmo que bem<br />
guardados. Era a regra, sem exceção.<br />
Qualquer funcionário que visse algum paciente com isqueiros<br />
tinha ordem para tomar e guardar no posto de enfermagem.<br />
Então, quando algum paciente conseguia acender um cigarro,<br />
os demais que fumavam sempre pediam a brasa emprestada para<br />
acender seus cigarros. A brasa era passada de cigarro em cigarro<br />
e durante o dia era raro que não houvesse ao menos uma pessoa<br />
fumando.<br />
O paciente que passava pelo pátio procurava para ver se havia ali<br />
alguém fumando, o que era comum, para pedir a brasa emprestada e<br />
acender seu cigarro.<br />
Alguns pacientes conseguiam esconder isqueiros e, à noite,<br />
acendiam cigarros quando a rodinha de brasas já estava desfeita.<br />
Então sempre aparecia um, como que guiado pela fumaça, pedindo<br />
a brasa emprestada.<br />
Era algo que fazia até mesmo o paciente que já estava deitado<br />
sair do quarto, ao perceber que havia alguém fumando, pois a grande<br />
maioria ali não tinha isqueiros e quem os tinha escondia bem para<br />
evitar que fossem recolhidos pelos funcionários.<br />
Para acender o cigarro, ia até o esconderijo, acendia rapidamente<br />
e voltava a guardar o objeto valioso tão cobiçado!<br />
rENASCENDO DA CINZA - vITOR MOREIRA 79