RENASCENDO DAS CINZAS(1)
Baseado na imortalidade da Fênix, conta a história da morte espiritual do ser. As perseguições morais no serviço público em um ambiente semelhante a uma instituição de policia militar. Traça um paralelo entre a participação popular e a corrupção do sistema democrático.
Baseado na imortalidade da Fênix, conta a história da morte espiritual do ser. As perseguições morais no serviço público em um ambiente semelhante a uma instituição de policia militar.
Traça um paralelo entre a participação popular e a corrupção do sistema democrático.
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– Sério? E quem é Tião Ozório?<br />
Na verdade, eu não esperava resposta; afinal ele tinha tantas<br />
alucinações.<br />
– Tião Ozório foi um dos grandes amigos que tive na vida!<br />
Passamos a infância juntos na fazenda. Ele era pobre e morava<br />
numa casinha com os pais.<br />
– É mesmo?<br />
– Sim! Isso foi há muitos anos! Um tempão atrás! Tu nem era<br />
nascido e ainda nem podia foliá as folhas de um livreto. Quando era<br />
hora de ir pra escola, meu pai passava pela estradinha, e ele tava lá<br />
indo a pé. Magrinho que só! A mochila veia nas costas fui eu que<br />
dei de presente quando tinha seis anos só, na festa de aniversário.<br />
Então, o pai velho parava e dava carona pro meu amigo de infância.<br />
Nós gritava, pulava no carro, e o pai sempre fazia festa! Derrapava o<br />
carro nas poças de água, brincávamos e a cantoria se estendia pelo<br />
caminho.<br />
– Que interessante, senhor Bento!<br />
Depois de um tempo a famía dele comprou umas terrinha lá<br />
pros lados do riachão.<br />
Fiquei ouvindo o que dizia o velho Bento, enquanto seus olhos<br />
pareciam querer penetrar no tempo e voltar aos anos que já viveu.<br />
Talvez essa seja a sua vontade de fugir, de voltar a ter uma vida que<br />
a idade e a loucura lhe tiraram.<br />
– Depois que a gente cresceu e formou famía me chamou mais<br />
minha muié pra padrinho. Ele que já era meu cumpadre, quase um<br />
irmão sempre foi muito boa pessoa que com muito custo conseguiu<br />
as coisas! Era um tempo tão bonito! Eu, todas as manhãs, acordava<br />
cedo, dava um beijo na minha veia antes mesmo dela se levantar<br />
pra me preparar o café. Eu ia pra minha roça cuidar dos bois que<br />
não paravam de parir. E o Tião, meu grande amigo, admirava de<br />
todo as suas prantação de milho e café. Não tinha experiência com<br />
gado.<br />
– E como foi o parto?<br />
rENASCENDO DA CINZA - vITOR MOREIRA<br />
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