Educação Física Escolar: Pesquisas e Reflexões
Maria Isaura Plácido Soeiro Maria Ione da Silva ISBN: 978-85-7621-084-9 Editora: Edições UERN
Maria Isaura Plácido Soeiro
Maria Ione da Silva
ISBN: 978-85-7621-084-9 Editora: Edições UERN
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A segunda é sobre as Propostas pedagógicas curriculares de <strong>Educação</strong> <strong>Física</strong>. Nela consideramos<br />
que há desafios muito amplos e bastante difíceis a tratar, pois faltaria mobilizar muitos dados e<br />
talvez o esforço de meta-análise seria conveniente nesse sentido: quais foram as PPC implantadas<br />
e implementadas na última década? Quais são seus aspectos positivos e negativos? Quais são as<br />
concepções teórico-metodológicas que as subsidiam?<br />
A terceira, a qual buscamos investigar, é sobre a situação específica da Proposta pedagógica<br />
curricular de <strong>Educação</strong> <strong>Física</strong> do Estado de São Paulo. Nela elencamos algumas questões que<br />
procuramos sintetizar ao concluir este capítulo: quais são as intenções e concepções que<br />
subsidiam a PPC do Estado de São Paulo? Quais são os aspectos particulares do seu processo de<br />
implantação e implementação? A partir dela, é possível falar em avanço para a <strong>Educação</strong> <strong>Física</strong><br />
como área de intervenção pedagógica? É possível falar em valorização do trabalho dos<br />
professores como docentes da <strong>Educação</strong> Básica? E como os pesquisadores estão<br />
problematizando essa temática e se ocupando disso?<br />
Retomamos os aspectos deste capítulo para chamar a atenção para uma demanda que se<br />
configura como fundamental para a <strong>Educação</strong> <strong>Física</strong> como área de intervenção pedagógica. Há<br />
muito tempo temos preconizado em diferentes fóruns de debates que sabemos pouco do<br />
trabalho que é desenvolvido pelos professores de <strong>Educação</strong> <strong>Física</strong> nas escolas públicas brasileiras<br />
e, no entanto, soa até contraditório proclamar que “o trabalho precisa melhorar”!<br />
Ora, sabemos que várias proposições foram elaboradas e divulgadas nos últimos 30 anos,<br />
por diferentes autores, com diferentes visões de mundo, e que os professores afirmam conhecer a<br />
existência e importância das mesmas, porém, efetivamente pouco sabemos a respeito de como<br />
essas proposições contribuíram para o trabalho dos professores durante esse período. Aliás, após<br />
30 anos de questionamentos e críticas à ênfase dada às explicações de origem biológica nas<br />
justificativas de ações da EF, pode-se afirmar que as concepções culturais obtiveram consenso?<br />
As propostas em andamento nos diferentes Estados da federação provavelmente<br />
recorrem a algumas dessas proposições e defendem princípios diversos para ancorar seus<br />
pressupostos. No caso da PPC-EF, podemos perceber que aspectos de algumas dessas<br />
proposições foram destacados (COLETIVO DE AUTORES, 1992; KUNZ, 1994; DAOLIO,<br />
1995).<br />
Perguntamos: salvo as críticas aos aspectos da implantação e implementação da PPC-EF,<br />
ela remete a princípios de transformação e emancipação dos sujeitos na perspectiva cultural?<br />
Podemos pensar que a PPC-EF promoverá mudanças transformadoras nos cotidianos das<br />
práticas educativas do professorado paulista? A autonomia dos professores foi efetivamente<br />
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