Analytica 98
Controle de processos industriais: instrumentação analítica de processos X laboratório tradicional. Parte II: importância dos analisadores em linha para as indústrias modernas. Artigo 2 Caracterização da liga amorfa do tipo Co87Nb46B15 Espectrometria de massas A ionização química como fonte de íons na espectrometria de massas Análise de minerais O uso dos MRC (Materiais de Referência Certificados) na validação dos métodos analíticos. E muito mais
Controle de processos industriais: instrumentação analítica de processos X laboratório tradicional. Parte II: importância dos analisadores em linha para as indústrias modernas.
Artigo 2
Caracterização da liga amorfa do tipo Co87Nb46B15
Espectrometria de massas
A ionização química como fonte de íons na espectrometria de massas
Análise de minerais
O uso dos MRC (Materiais de Referência Certificados) na validação dos métodos analíticos.
E muito mais
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1. Introdução<br />
Manter determinado processo sob<br />
controle operacional é uma tarefa<br />
complexa e, para tanto, a indústria<br />
moderna vem dispondo maior atenção<br />
às tecnologias que permitem<br />
o acompanhamento, registro e supervisão<br />
das variáveis processuais<br />
(pressão, nível, temperatura, etc.) e<br />
dos parâmetros de controle de qualidade<br />
(caracterizações e análises físico-químicas)<br />
das plantas industriais<br />
operacionais. Este controle propicia a<br />
manufatura de produtos com melhor<br />
qualidade, segurança operacional, e<br />
maior eficiência no uso de matéria-<br />
-prima, insumos e energia (MOREI-<br />
RA, 2011; OLIVEIRA, 1991).<br />
O conceito de controle de qualidade<br />
total diz respeito à constante tentativa<br />
para maximizar a produção e<br />
obtenção do produto final com a melhor<br />
qualidade possível. Para tanto,<br />
são aplicados esforços conjuntos de<br />
boas práticas de fabricação (BPF) por<br />
parte de toda empresa. Para atingir<br />
seus objetivos, as BPF são aplicadas<br />
nas técnicas operacionais de fabricação<br />
em conjunto aos critérios de<br />
segurança e controle, necessários<br />
para produção (MOREIRA, 2011;<br />
OZZY, 2006).<br />
Trevisan e Poppi (2006) afirmam<br />
que o desenvolvimento de sensores<br />
com capacidade de determinações<br />
físico-químicas processuais trata-se<br />
de uma área promissora nas pesquisas<br />
acadêmicas. Porém, nos trabalhos<br />
publicados até àquele momento,<br />
poucos levavam em consideração o<br />
fator “tempo de determinação”.<br />
Devido à necessidade de constante<br />
avaliação das variações dos<br />
parâmetros de controle de qualidade<br />
e de segurança operacional, o<br />
“tempo de determinação” é um dos<br />
fatores de maior importância dentro<br />
de uma indústria. Esta verificação é<br />
realizada em ciclos temporais, onde<br />
o tempo entre a coleta da amostra e<br />
a disponibilização do resultado aferido<br />
deve ser o mais curto possível,<br />
considerando a possível necessidade<br />
de aplicação de ajustes operacionais<br />
urgentes (MOREIRA, 2011). Vale ressaltar<br />
que, no controle de processos,<br />
é imprescindível a preservação da<br />
amostra até que ela seja avaliada,<br />
pois qualquer alteração pode resultar<br />
em dados equivocados.<br />
Para a monitoração das variáveis<br />
físico-químicas, para garantia das<br />
especificações, são necessárias a<br />
retiradas regulares de várias amostras<br />
da linha de produção, as quais<br />
serão submetidas a tratamentos<br />
adequados e analisadas. Estas análises<br />
podem ser realizadas em laboratórios<br />
tradicionais (análises em<br />
bancada) ou através de instrumentos<br />
automatizados e acoplados à linha<br />
de produção (analisadores em linha).<br />
A química analítica utilizada em laboratórios<br />
tradicionais foi debatida na<br />
primeira parte deste trabalho (LOPES<br />
NETO, TEIXEIRA, CARVALHO, 2017).<br />
A química analítica pode ser entendida<br />
como uma ciência informativa,<br />
cujo objetivo é prover informações<br />
de resultados (bio)químicos<br />
com a menor incerteza possível.<br />
Dentre outros aspectos, esta ciência<br />
tende a evoluir no desenvolvimento<br />
de sistemas analíticos mais rápidos<br />
e automatizados, e que possam ser<br />
monitorados remotamente com a<br />
menor intervenção humana possível.<br />
Indubitavelmente, tais avanços permitem<br />
que análises físico-químicas<br />
sejam realizadas in loco, fora dos<br />
laboratórios convencionais e in situ,<br />
dentro dos próprios sistemas. Para<br />
obter sucesso neste desenvolvimento,<br />
deve haver forte interação com<br />
outras áreas do conhecimento, tais<br />
como: instrumentação, informática,<br />
robótica e outras. (VALCÁRCEL e<br />
CÁRDENAS, 2000).<br />
Deste modo, o emprego de sistemas<br />
analíticos dedicados, localizado<br />
na área operacional levou a criação<br />
de um novo campo acadêmico, a<br />
Química Analítica de Processo – QAP.<br />
Inicialmente, a QAP foi considerada<br />
como uma subdisciplina da Química<br />
Analítica (OLIVEIRA, 1991; TREVISAN<br />
e POPPI, 2006); posteriormente pesquisadores<br />
passaram a considera-<br />
-la como um ramo da Tecnologia<br />
Analítica de Processos – TAP, que<br />
é uma disciplina mais ampla, que<br />
abarca determinações químicas e<br />
físicas, além de considerações sobre<br />
instrumentação, amostragem,<br />
transporte de amostra, comunicação<br />
com controladores, administração de<br />
projetos, quimiometria, engenharia<br />
de fluxo. (TREVISAN e POPPI, 2006).<br />
Contudo, por vezes, profissionais menos<br />
informados confundem os instrumentos<br />
de análises químicas com<br />
a instrumentação clássica, utilizada<br />
para monitorar variáveis processuais,<br />
como pressão, nível, temperatura e<br />
vazão, vibração (COHN, 2006).<br />
Esta nova área em muito se assemelha<br />
à química analítica tradicional,<br />
onde não se trata apenas da exaustiva<br />
rotina de análises. Ela estende-<br />
-se à exploração de novos métodos<br />
analíticos e projetos experimentais,<br />
avaliação de sistemas específicos de<br />
amostragem e o desenvolvimento de<br />
técnicas de calibração, padronização,<br />
e otimização destes instrumentos.<br />
Devido à grande quantidade de<br />
informações (resultados analíticos)<br />
geradas, deve-se desenvolver sistemas<br />
estatísticos peculiares para a<br />
interpretação desses dados (HARVEY,<br />
2000).<br />
De modo geral, o papel fundamental<br />
dos instrumentos acoplados na<br />
linha de produção, inclusive os analíticos,<br />
é assegurar alta produtividade,<br />
segurança do processo e o controle<br />
de qualidade. Estes sistemas serão<br />
debatidos, com exemplificações, ao<br />
longo deste artigo, de modo a se<br />
mostrar o emprego destes analisadores<br />
em empresas do segmento<br />
petroquímico.<br />
2. Tecnologia analítica<br />
de processos<br />
A tecnologia analítica de processos<br />
consiste no conjunto de sistemas implementados<br />
em linha de produção<br />
para o acompanhamento e verificação<br />
de possíveis não conformidades<br />
no processo produtivo (MOREIRA,<br />
2011). Os sistemas dedicados às<br />
determinações físico-químicas das<br />
substâncias ou misturas envolvidas<br />
no processo são conhecidos como<br />
analisadores on line ou contínuos, ou<br />
simplesmente analisadores.<br />
Estes sistemas atuam como instrumentos<br />
analíticos (densímetros,<br />
cromatografos, fotômetros, etc.) convencionais,<br />
preparados para verificar,<br />
REVISTA ANALYTICA - DEZ/JAN 19<br />
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