Analytica 98
Controle de processos industriais: instrumentação analítica de processos X laboratório tradicional. Parte II: importância dos analisadores em linha para as indústrias modernas. Artigo 2 Caracterização da liga amorfa do tipo Co87Nb46B15 Espectrometria de massas A ionização química como fonte de íons na espectrometria de massas Análise de minerais O uso dos MRC (Materiais de Referência Certificados) na validação dos métodos analíticos. E muito mais
Controle de processos industriais: instrumentação analítica de processos X laboratório tradicional. Parte II: importância dos analisadores em linha para as indústrias modernas.
Artigo 2
Caracterização da liga amorfa do tipo Co87Nb46B15
Espectrometria de massas
A ionização química como fonte de íons na espectrometria de massas
Análise de minerais
O uso dos MRC (Materiais de Referência Certificados) na validação dos métodos analíticos.
E muito mais
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Microbiologia<br />
Burkhoderia Cepacia<br />
Por Claudio Kiyoshi Hirai*<br />
30<br />
REVISTA ANALYTICA - DEZ/JAN 19<br />
A Burkhoderia cepacia foi descrita<br />
em 1950 como Pseudomonas<br />
cepacia como uma espécie fitopatogênica<br />
por Burkholder em bulbos<br />
apodrecidos de cebola.<br />
É uma espécie Gram negativa,<br />
aeróbica e apresenta motilidade,<br />
pode produzir pigmentos não<br />
fluorescentes, e acumular poli-βhidroxialcanoatos<br />
como materiais<br />
de reserva. A temperatura ótima<br />
de crescimento varia de 30 a 35°C.<br />
O gênero Burkholderia pertence<br />
à subdivisão do grupo das proteobacterias<br />
e a sua taxonomia tem<br />
sofrido alterações consideráveis,<br />
sendo que hoje compreende 60<br />
espécies.<br />
Um estudo realizado em 1977,<br />
envolvendo a caracterização de<br />
microrganismos identificados através<br />
de testes bioquímicos como a<br />
Burkhoderia cepacia, demonstrou<br />
que os mesmos possuíam características<br />
fenotípicas semelhantes,<br />
mas genotípicas diferentes, podendo<br />
pertencer a pelo menos 5<br />
espécies diferentes. Desde esse<br />
primeiro estudo, a taxonomia do<br />
complexo B. cepacia (BCC) tem<br />
vindo a se modificar consideravelmente<br />
e, atualmente, pertencem ao<br />
complexo BCC , 9 espécies diferentes;<br />
B. ceepacia, B. multivorans, B.<br />
cenocepacia, B.stabilis, B. vietna-<br />
miensis, B. dolosa, B. ambifaria, e<br />
B. pyrrocinia.<br />
As espécies do complexo BCC<br />
são isoladas frequentes no ambiente,<br />
água, solo, plantas e nos<br />
seres humanos podem colonizar o<br />
trato respiratório.<br />
Este grupo de bactérias são<br />
frequentemente resistentes aos<br />
antibióticos conhecidos, Pacientes<br />
imunocomprometidos portadores<br />
de fibrose cistítica, transplantados<br />
pulmonares podem sofrer graves<br />
infecções com este microrganismo.<br />
Existem relatos de surtos causados<br />
por fontes contaminadas de<br />
água, equipamentos de inalação e<br />
respiradores hospitalares, equipamentos<br />
de ventilação pulmonar, ou<br />
desinfetantes contaminados.<br />
Na década passada os microrganismos<br />
identificados como pertencendo<br />
ao complexo BCC foram<br />
identificados como potencialmente<br />
perigosos dentro do ambiente de<br />
produção farmacêutica, devido à<br />
relação com produtos não estéreis<br />
e a presença destas bactérias.<br />
O F.D.A. recentemente alertou<br />
sobre a necessidade de se testar a<br />
presença deste microrganismo no<br />
ambiente, na água e nas matérias<br />
primas e produtos acabados devido<br />
a uma série de recalls envolvendo o<br />
complexo BCC.<br />
A Farmacopeia dos Estados Unidos<br />
da America publicou através do<br />
Pharmacopoeial Forum vol 44(5) In-<br />
-Process Revision a revisão do capítulo<br />
60 “Microbiological Examination<br />
of Nonsterile Products – Tests<br />
for Burkholderia cepacia comple, “<br />
que corresponde na Farmacopeia<br />
Brasileira 5° edição a 5.5 Ensaios<br />
Microbiológicos, 5.5.3.1 Ensaios<br />
Microbiologicos para produtos não<br />
estéreis.<br />
O Fórum esclarece que, devido<br />
à falta de método padronizado, a<br />
Farmacopeia está propondo o novo<br />
capítulo. A Burokholderia cepacia<br />
tem o potencial de crescer em conservantes<br />
e antissépticos, e crescer<br />
em produtos líquidos orais e<br />
tópicos.<br />
O capítulo tem o objetivo de estabelecer<br />
se uma matéria prima ou<br />
produto atende com uma especificação<br />
para a ausência do microrganismo,<br />
especialmente aqueles<br />
para uso em inalação, uso oral,<br />
mucosa oral, cutânea, ou nasal<br />
para os pacientes de alto risco.<br />
Conforme a proposição deve-<br />
-se realizar testes de promoção<br />
de crescimento com as seguintes<br />
cepas; Burkholderia cepacia ATCC<br />
25416, Burkholderia cenocepacia<br />
ATCC BAA-245, Burkholderia multivorans<br />
ATCC BAA-247 e a Pseudomonas<br />
aeruginosa ATCC 9027.<br />
As amostras diluídas devem ser<br />
inoculadas em Caldo de Soja Caseína<br />
e a seleção e subcultura devem<br />
ser semeadas em Burkholderia<br />
cepacia seletive agar e incubados<br />
a 30-35°C durante 18 a 72 horas.<br />
A presença da Burkholderia<br />
é evidenciada pelo crescimento de<br />
colônias verde à marrom com halo<br />
amarelado, ou de colônias brancas<br />
com uma zona rosa avermelhada<br />
no meio de cultura, que devem ser<br />
confirmados por meios bioquímicos.<br />
A ausência do microrganismo<br />
é confirmada pelo não crescimento<br />
ou os quando os testes confirmatórios<br />
de identificação forem negativos.<br />
*Claudio Kiyoshi Hirai é<br />
farmacêutico bioquímico, diretor<br />
científico da BCQ consultoria e<br />
qualidade, membro da American<br />
Society of Microbiology e membro<br />
do CTT de microbiologia da<br />
Farmacopeia Brasileira.<br />
Telefone: 11 5539 6719<br />
E-mail: técnica@bcq.com.br