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Analytica 98

Controle de processos industriais: instrumentação analítica de processos X laboratório tradicional. Parte II: importância dos analisadores em linha para as indústrias modernas. Artigo 2 Caracterização da liga amorfa do tipo Co87Nb46B15 Espectrometria de massas A ionização química como fonte de íons na espectrometria de massas Análise de minerais O uso dos MRC (Materiais de Referência Certificados) na validação dos métodos analíticos. E muito mais

Controle de processos industriais: instrumentação analítica de processos X laboratório tradicional. Parte II: importância dos analisadores em linha para as indústrias modernas.

Artigo 2
Caracterização da liga amorfa do tipo Co87Nb46B15

Espectrometria de massas
A ionização química como fonte de íons na espectrometria de massas

Análise de minerais
O uso dos MRC (Materiais de Referência Certificados) na validação dos métodos analíticos.

E muito mais

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Análise de Minerais<br />

O uso dos MRC (Materiais de Referência Certificados)<br />

na validação dos métodos analíticos.<br />

Por Eduardo Pimenta de Almeida Melo*<br />

36<br />

REVISTA ANALYTICA - DEZ/JAN 19<br />

Em inglês, Certified Reference Materials (CRM) ou em<br />

português, Materiais de Referência Certificados (MRC),<br />

ou ainda, no jargão da área, simplesmente, Padrões, são<br />

materiais destinados à análise ou ensaio acompanhados<br />

por um certificado, com um ou mais valores de propriedade,<br />

certificados por um procedimento que estabelece<br />

sua rastreabilidade à obtenção exata da unidade na qual<br />

os valores da propriedade são expressos, com cada valor<br />

certificado acompanhado por uma incerteza para um nível<br />

de confiança estabelecido .<br />

O MRC tem múltiplas utilidades dentro de um laboratório,<br />

sendo que dentre as várias possibilidades, as que<br />

mais se destacam são: a calibração e controle metrológico<br />

de equipamentos, a verificação da exatidão e da<br />

precisão de métodos analíticos, a validação de métodos<br />

e o treinamento de analistas.<br />

Em se tratando especificamente da validação de métodos<br />

analíticos, o MRC tem destacada relevância por se<br />

tratar da ferramenta que garante a comparabilidade entre<br />

o método já normalizado e o método em validação. A garantia<br />

da comparabilidade é de suma importância porque<br />

é através dela que se atesta a confiabilidade das medições,<br />

elimina-se possíveis barreiras técnicas comerciais<br />

e por consequência, uma garantia de justas relações de<br />

troca, além de permitir substanciais incrementos em termos<br />

qualidade, inovação e competitividade.<br />

No entanto, ao optar pelo uso de um Material de Referência<br />

Certificado para análises minerais, em especial<br />

análises químicas ou metalúrgicas, há de se observar<br />

algumas peculiaridades que são próprias deste tipo de<br />

material. A mais importante delas é que o dito material<br />

de referência deve ter características que vão além da<br />

“quantidade da substância presente” e deve considerar,<br />

de fato, a quantidade de uma espécie química (ou mineral)<br />

em uma determinada matriz.<br />

Também há de se levar em conta que o material a ser<br />

utilizado como validador deve ser suficientemente homogêneo<br />

e estável em relação à suas propriedades específicas.<br />

E, ainda, ter sido preparado para se adequar a<br />

utilização pretendida em uma medição ou um exame de<br />

propriedades qualitativas. A garantia desta estabilidade<br />

deve se dar não somente no momento atual, mas também<br />

ao longo do tempo em que está disponível para uso.<br />

Recentemente, tem-se visto por parte dos produtores de<br />

material de referência a recertificação do mesmo, buscando,<br />

assim atestar esta estabilidade ao longo do tempo<br />

de vida daquele minério (padrão) específico.<br />

Já a homogeneidade, que é um dos itens mais complexos<br />

de se garantir quando se fala de análises minerais,<br />

deve ser garantida tanto no quantitativo total do minério<br />

que se realizou a certificação quanto dentro do extrato<br />

no qual o laboratório se encontra em posse e efetivamente<br />

realiza a análise ou ensaio. A simples segregação<br />

de partículas minerais pode ser a responsável por inconsistências<br />

entre os resultados analisados do MRC. Com<br />

isto, os valores certificados podem condenar ou aprovar<br />

métodos analíticos, sem que se possa ter a clara percepção<br />

dos motivos que levaram a isto.<br />

Dada a importância deste validador na rotina das análises<br />

minerais e as peculiaridades que cercam o mesmo,<br />

é de bom tom que se utilize materiais de referência de<br />

fornecedores de extrema confiança e respeitada competência.<br />

Conforme a ABNT NBR ISO/IEC 17025, para a<br />

garantia da rastreabilidade das medições, validação de<br />

métodos, incerteza de medição e controle de qualidade,<br />

os laboratórios devem usar materiais de referência<br />

certificados, provenientes de um fornecedor competente,<br />

de forma a dar uma caracterização confiável, física ou<br />

química, de um material.<br />

Uma boa forma de se verificar esta competência é se<br />

certificar que o fornecedor dos MRC atende as diretrizes<br />

do ISO/REMCO que é o Comitê Internacional da ISO que<br />

estabelece as diretrizes relacionadas à materiais de referência.<br />

O INMETRO é o órgão brasileiro responsável por<br />

acreditar produtores de materiais certificados segundo o<br />

ISO/REMCO.<br />

A diretrizes que normatizam esta certificação estão<br />

traduzidas para português na norma ABNT NBR ISO<br />

17034:2017 - Requisitos gerais para a competência de<br />

produtores de material de referência. E elas são fundamentais<br />

para garantir que se tenha MRC de qualidade<br />

sendo adequadamente produzidos e certificados, afiançando<br />

que as conclusões de validação obtidas por meio<br />

dele são as mais competentes possíveis.<br />

Enfim, apesar das fortes modificações que o mercado<br />

analítico vem sofrendo ao longo dos últimos anos, com<br />

novos equipamentos, automação, modificação de métodos,<br />

o “bom e velho” padrão continua sendo cada vez<br />

mais importante e imprescindível.<br />

1. INMETRO.<br />

http://www.inmetro.gov.br/metcientifica/mrc.asp<br />

Eduardo Pimenta de Almeida Melo<br />

é Engenheiro Químico, Gerente de Laboratórios da<br />

CSN Mineração, MBA em Gestão Empresarial,<br />

Pós–Graduado em Gestão de Laboratórios e<br />

Especializado em Data Science. Coordenador da<br />

Comissão de Estudos para Amostragem e<br />

Preparação de Amostras em Minério de Ferro para a<br />

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas.<br />

LinkedIn:<br />

https://br.linkedin.com/in/eduardo-melo-16b22722<br />

Telefone: 31 3749 1516<br />

E-mail: eduardo.melo@csn.com.br

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