VendaMais-258-V6-planejamento-estrategico-comercial
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perto cada caso e perceberam que havia clientes<br />
importantes em meio aos que estavam passando por<br />
um momento difícil. A vontade imediata foi de ajudar,<br />
de entender, e, acima de tudo, de monitorar<br />
para que, assim que eles saíssem dessa situação, a<br />
equipe voltasse a visitá-los.<br />
Dessa forma, os clientes com restrição de crédito<br />
passaram a ser acompanhados quinzenalmente<br />
e, ao primeiro sinal de melhora na condição financeira,<br />
a equipe <strong>comercial</strong> era acionada.<br />
Caramba, ter o departamento financeiro propondo<br />
soluções para vender mais é uma revolução<br />
e tanto na empresa! E isso só aconteceu porque eles<br />
foram para a rua.<br />
Michael Porter sempre falou que a empresa deve<br />
ser um grupo de departamentos que dá suporte<br />
para o <strong>comercial</strong> vender. Nesse caso, isso se tornou<br />
verdade.<br />
Entenda: a solução não foi aquela óbvia que as<br />
equipes comerciais tanto querem – aumentar o<br />
crédito de quem não tem –, mas, sim, uma decisão<br />
estratégica, que gerou a possibilidade de novos negócios<br />
e acelerou a retomada em clientes que apresentavam<br />
melhoras. Isso é muito precioso, vale<br />
muito dinheiro.<br />
Na prática 3<br />
Tenho falado muito sobre a necessidade de o gestor<br />
fazer uma gestão ativa de vendas, que não adianta<br />
apenas treinar, cobrar, motivar, acompanhar, é preciso<br />
dar o caminho para as equipes comerciais,<br />
principalmente nesse momento tempestuoso. Falamos<br />
muito em big data (ato de recolher e armazenar<br />
grandes quantidades de informações para eventual<br />
análise de dados), mas a verdade é que normalmente<br />
não vemos nem ao menos um “mini data”.<br />
Prova disso vem de uma construtora com a qual<br />
trabalhamos. Ela tem um contact center, uma central<br />
de inteligência que, além de vender, deve dar suporte<br />
de informações ao negócio. Nada menos que 30%<br />
das vendas de imóveis começam com um telefonema<br />
ou um chat por ali.<br />
Fomos ver quais informações dos clientes que<br />
entravam em contato estavam armazenadas e como<br />
esses dados eram salvos e o que encontramos foi<br />
um caos, um quebra-cabeça dos mais incompletos.<br />
No intuito de conhecer melhor os clientes, começamos<br />
a organizar a bagunça. Fizemos uma mesa<br />
redonda para saber quais eram os dez principais<br />
dados que a empresa deveria saber de todos os clientes<br />
e chegamos a esta lista:<br />
Nome<br />
CPF<br />
Cidade de residência<br />
Por qual imóvel se interessou<br />
Estado civil<br />
Número de pessoas que moram na casa<br />
Profissão<br />
Local de trabalho<br />
Em que bairro gostaria de morar<br />
Motivo pelo qual deseja mudar<br />
Definimos que os clientes sobre os quais tínhamos<br />
todas essas informações eram nota dez. Em<br />
pouco tempo, porém, notamos que grande parte dos<br />
clientes do banco de dados que a empresa tinha não<br />
passava de uma nota dois. Ou seja, não tem nada de<br />
big data nisso! A partir de então, tanto as atendentes<br />
quanto os corretores passaram a ter como objetivo<br />
chegar à nota dez sempre que recebiam um prospect.<br />
Paralelamente, filtramos os clientes por interessados<br />
e compradores e começamos a ter um padrão dos<br />
que efetivamente fechavam negócio.<br />
Além disso, a construtora aproveitou o lançamento<br />
de um empreendimento de nove torres para<br />
melhorar sua gestão de clientes. Como o lançamento<br />
foi feito em duas dessas torres, cruzamos as informações<br />
dos compradores e descobrimos que eles<br />
eram predominantemente de três bairros e que tinham<br />
determinada faixa de renda. Bingo, a ação<br />
estava clara: era preciso se comunicar com clientes<br />
com perfis semelhantes e agir sobre eles usando<br />
todas as ferramentas possíveis.<br />
Veja que, com ações básicas, a empresa começou<br />
a conhecer melhor seus clientes. Mas queríamos<br />
mais! A ideia era saber o motivo que levou cada<br />
pessoa a procurar o imóvel. E isso dependia das<br />
perguntas-chaves.<br />
Marcamos uma visita à casa antiga dos clientes<br />
e levamos um espumante para parabenizá-los pela<br />
aquisição. Aproveitamos a oportunidade para identificar<br />
o motivo que os levou a escolher a empresa<br />
e a sair do imóvel antigo.<br />
Em 15 dias, os contatos já haviam sido feitos<br />
pelos corretores. Fizemos, então, uma reunião para<br />
que todos apresentassem suas entrevistas. Em primeiro<br />
lugar, descobrimos que os clientes ficaram<br />
encantados por receber uma visita ou um telefonema<br />
de pós-venda. Além disso, as informações coletadas<br />
foram riquíssimas. Muitos clientes se emocionaram<br />
ao contar suas histórias – e muitos corretores se<br />
comoveram ao repeti-las. A equipe de marketing<br />
ouviu tudo atentamente e fez anotações sem parar.<br />
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vendamais.com.br - SETEMBRO-OUTUBRO 2016