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Esse estudo mostra que, diferentemente do<br />
que muitos ainda pensam, ter uma mulher<br />
na li<strong>de</strong>rança não é apenas uma obrigação<br />
social, conta. Po<strong>de</strong> ser uma receita <strong>de</strong> sucesso<br />
também. Quem ainda não percebeu<br />
está per<strong>de</strong>ndo muito”, <strong>de</strong>staca Janecy.<br />
Ainda há barreiras? Ela respon<strong>de</strong>: “A<br />
<strong>maio</strong>r barreira é o olhar autocentrado que<br />
permite o machismo sem culpa. Se o sujeito<br />
não vê o erro, como rever sua postura? Especialmente<br />
quando compartilha em suas<br />
re<strong>de</strong>s sociais textos feministas, garante a<br />
tranquilida<strong>de</strong> da sua consciência dormente.<br />
Não sabe que é machista. Não sabe o<br />
quanto é tóxico. E isso cabe à mulher também.<br />
Machista sem saber. É cultural - a mulher<br />
ten<strong>de</strong> a subestimar suas capacida<strong>de</strong>s e<br />
habilida<strong>de</strong>s. Enquanto os homens sempre<br />
se sentiram merecedores do sucesso.”<br />
INSIGHTS PrecIoSoS<br />
A executiva Miriam Shirley, que foi copresi<strong>de</strong>nte<br />
da Publicis Brasil e atualmente<br />
li<strong>de</strong>ra a Sapient AG2, on<strong>de</strong> está implantando<br />
um mo<strong>de</strong>lo disruptivo <strong>de</strong> gestão, cita o<br />
dado da Talenses e Insper <strong>de</strong> que as mulheres<br />
já ocupam 18% na posição <strong>de</strong> presidência<br />
em empresas no Brasil. “Apesar<br />
<strong>de</strong>sse número estar aumentando, ainda<br />
precisamos lutar muito para que esse percentual<br />
seja ampliado”, resume Miriam. Ela<br />
acrescenta: “As mulheres à frente <strong>de</strong> seus<br />
negócios, ou na posição <strong>de</strong> lí<strong>de</strong>res, estão<br />
preparadas para lançar insights preciosos.<br />
É importante exercitar a empatia sempre,<br />
sobretudo quando nos organizamos para<br />
uma tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão importante. Outro<br />
ponto fundamental é estar cercada por um<br />
time em que confia. Eu, normalmente, levo<br />
em consi<strong>de</strong>ração um compilado da minha<br />
trajetória <strong>de</strong> vida para o meu cotidiano profissional<br />
e procuro equilibrar muito bem<br />
tudo isso”, argumenta Miriam.<br />
Olhar o todo e <strong>de</strong>talhes. É o binômio<br />
que Sheila Wakswaser, sócia e CFO da<br />
Lew’Lara\TBWA, utiliza para <strong>de</strong>finir a mulher<br />
que ocupa cargos executivos. “Com<br />
essa capacida<strong>de</strong>, nós, mulheres, agregamos<br />
na gestão <strong>de</strong> negócio, seja em qualquer<br />
mercado <strong>de</strong> atuação.” Sheila diz ainda: “As<br />
mulheres são mais inclusivas em sua essência<br />
e ten<strong>de</strong>m a ser mais abertas quanto<br />
à diversida<strong>de</strong>, por exemplo. Somos mais<br />
receptivas com todas as minorias, pois sofremos<br />
discriminação em tantas frentes na<br />
socieda<strong>de</strong>, que ser inclusiva passou a ser<br />
uma característica natural nossa. Nos dias<br />
<strong>de</strong> hoje, on<strong>de</strong> a inclusão e diversida<strong>de</strong> são<br />
assuntos tão discutidos nas empresas, ter<br />
mulheres lí<strong>de</strong>res faz diferença. Quais são<br />
os principais <strong>de</strong>safios? Quebrar essa dominância<br />
masculina nos cargos mais altos na<br />
gestão nas empresas. A publicida<strong>de</strong> tem<br />
se mexido bastante neste quesito. Nós na<br />
Lew’Lara\TBWA, por exemplo, criamos o<br />
Recrutamento às Cegas para que padrões<br />
não sejam seguidos e a agência seja ainda<br />
mais diversa. Acho que esse é futuro.”<br />
O espaço da mulher cresce com seu DNA<br />
empreen<strong>de</strong>dor. Mas algumas buscam exer-<br />
Christina Carvalho Pinto comanda o grupo Full Jaz<br />
“A mAior bArreirA é<br />
o olhAr AutocentrAdo<br />
que permite o mAchismo<br />
sem culpA”<br />
Miriam Shirley está na li<strong>de</strong>rança da agência Sapient AG2<br />
Sheila Wakswaser é sócia e CFO da Lew’Lara\TBWA<br />
cer todos os atributos <strong>de</strong> governança corporativa<br />
no próprio negócio. É o caso <strong>de</strong><br />
Gabriela Hunnicutt, fundadora e CEO da<br />
agência Bold. “As agências estão se transformando<br />
completamente para se adaptar<br />
às novas <strong>de</strong>mandas das marcas e, claro,<br />
das pessoas. Além disso, a nova geração <strong>de</strong><br />
colaboradores exige uma outra forma <strong>de</strong><br />
li<strong>de</strong>rança. Não <strong>de</strong>smerecendo (jamais) os<br />
homens, acho que as mulheres estão mais<br />
preparadas para isso, pois são mais flexíveis,<br />
mais abertas a mudanças e, com certeza<br />
(pelo próprio histórico), mais abertas a<br />
discutir e implementar agendas <strong>de</strong> diversida<strong>de</strong><br />
e inclusão”, observa Gabriela.<br />
Na avaliação da CEO da Bold não dá para<br />
medir transparência por gênero. “Sou a<strong>de</strong>pta<br />
do capitalismo consciente e temos feito<br />
cada vez mais mudanças para implementar<br />
uma operação on<strong>de</strong> todos ganham (empre-<br />
Marcia Esteves é CEO e presi<strong>de</strong>nte da Grey Brasil<br />
Fotos: Divulgação<br />
jornal propmark - <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 41