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edição de 13 de maio de 2019

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Esse estudo mostra que, diferentemente do<br />

que muitos ainda pensam, ter uma mulher<br />

na li<strong>de</strong>rança não é apenas uma obrigação<br />

social, conta. Po<strong>de</strong> ser uma receita <strong>de</strong> sucesso<br />

também. Quem ainda não percebeu<br />

está per<strong>de</strong>ndo muito”, <strong>de</strong>staca Janecy.<br />

Ainda há barreiras? Ela respon<strong>de</strong>: “A<br />

<strong>maio</strong>r barreira é o olhar autocentrado que<br />

permite o machismo sem culpa. Se o sujeito<br />

não vê o erro, como rever sua postura? Especialmente<br />

quando compartilha em suas<br />

re<strong>de</strong>s sociais textos feministas, garante a<br />

tranquilida<strong>de</strong> da sua consciência dormente.<br />

Não sabe que é machista. Não sabe o<br />

quanto é tóxico. E isso cabe à mulher também.<br />

Machista sem saber. É cultural - a mulher<br />

ten<strong>de</strong> a subestimar suas capacida<strong>de</strong>s e<br />

habilida<strong>de</strong>s. Enquanto os homens sempre<br />

se sentiram merecedores do sucesso.”<br />

INSIGHTS PrecIoSoS<br />

A executiva Miriam Shirley, que foi copresi<strong>de</strong>nte<br />

da Publicis Brasil e atualmente<br />

li<strong>de</strong>ra a Sapient AG2, on<strong>de</strong> está implantando<br />

um mo<strong>de</strong>lo disruptivo <strong>de</strong> gestão, cita o<br />

dado da Talenses e Insper <strong>de</strong> que as mulheres<br />

já ocupam 18% na posição <strong>de</strong> presidência<br />

em empresas no Brasil. “Apesar<br />

<strong>de</strong>sse número estar aumentando, ainda<br />

precisamos lutar muito para que esse percentual<br />

seja ampliado”, resume Miriam. Ela<br />

acrescenta: “As mulheres à frente <strong>de</strong> seus<br />

negócios, ou na posição <strong>de</strong> lí<strong>de</strong>res, estão<br />

preparadas para lançar insights preciosos.<br />

É importante exercitar a empatia sempre,<br />

sobretudo quando nos organizamos para<br />

uma tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão importante. Outro<br />

ponto fundamental é estar cercada por um<br />

time em que confia. Eu, normalmente, levo<br />

em consi<strong>de</strong>ração um compilado da minha<br />

trajetória <strong>de</strong> vida para o meu cotidiano profissional<br />

e procuro equilibrar muito bem<br />

tudo isso”, argumenta Miriam.<br />

Olhar o todo e <strong>de</strong>talhes. É o binômio<br />

que Sheila Wakswaser, sócia e CFO da<br />

Lew’Lara\TBWA, utiliza para <strong>de</strong>finir a mulher<br />

que ocupa cargos executivos. “Com<br />

essa capacida<strong>de</strong>, nós, mulheres, agregamos<br />

na gestão <strong>de</strong> negócio, seja em qualquer<br />

mercado <strong>de</strong> atuação.” Sheila diz ainda: “As<br />

mulheres são mais inclusivas em sua essência<br />

e ten<strong>de</strong>m a ser mais abertas quanto<br />

à diversida<strong>de</strong>, por exemplo. Somos mais<br />

receptivas com todas as minorias, pois sofremos<br />

discriminação em tantas frentes na<br />

socieda<strong>de</strong>, que ser inclusiva passou a ser<br />

uma característica natural nossa. Nos dias<br />

<strong>de</strong> hoje, on<strong>de</strong> a inclusão e diversida<strong>de</strong> são<br />

assuntos tão discutidos nas empresas, ter<br />

mulheres lí<strong>de</strong>res faz diferença. Quais são<br />

os principais <strong>de</strong>safios? Quebrar essa dominância<br />

masculina nos cargos mais altos na<br />

gestão nas empresas. A publicida<strong>de</strong> tem<br />

se mexido bastante neste quesito. Nós na<br />

Lew’Lara\TBWA, por exemplo, criamos o<br />

Recrutamento às Cegas para que padrões<br />

não sejam seguidos e a agência seja ainda<br />

mais diversa. Acho que esse é futuro.”<br />

O espaço da mulher cresce com seu DNA<br />

empreen<strong>de</strong>dor. Mas algumas buscam exer-<br />

Christina Carvalho Pinto comanda o grupo Full Jaz<br />

“A mAior bArreirA é<br />

o olhAr AutocentrAdo<br />

que permite o mAchismo<br />

sem culpA”<br />

Miriam Shirley está na li<strong>de</strong>rança da agência Sapient AG2<br />

Sheila Wakswaser é sócia e CFO da Lew’Lara\TBWA<br />

cer todos os atributos <strong>de</strong> governança corporativa<br />

no próprio negócio. É o caso <strong>de</strong><br />

Gabriela Hunnicutt, fundadora e CEO da<br />

agência Bold. “As agências estão se transformando<br />

completamente para se adaptar<br />

às novas <strong>de</strong>mandas das marcas e, claro,<br />

das pessoas. Além disso, a nova geração <strong>de</strong><br />

colaboradores exige uma outra forma <strong>de</strong><br />

li<strong>de</strong>rança. Não <strong>de</strong>smerecendo (jamais) os<br />

homens, acho que as mulheres estão mais<br />

preparadas para isso, pois são mais flexíveis,<br />

mais abertas a mudanças e, com certeza<br />

(pelo próprio histórico), mais abertas a<br />

discutir e implementar agendas <strong>de</strong> diversida<strong>de</strong><br />

e inclusão”, observa Gabriela.<br />

Na avaliação da CEO da Bold não dá para<br />

medir transparência por gênero. “Sou a<strong>de</strong>pta<br />

do capitalismo consciente e temos feito<br />

cada vez mais mudanças para implementar<br />

uma operação on<strong>de</strong> todos ganham (empre-<br />

Marcia Esteves é CEO e presi<strong>de</strong>nte da Grey Brasil<br />

Fotos: Divulgação<br />

jornal propmark - <strong>13</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 41

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