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edição de 29 de julho de 2019

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opinião<br />

altmo<strong>de</strong>rn/iStock<br />

Qual é seu problema<br />

<strong>de</strong> negócios?<br />

AlexAndre WAclAWovsky<br />

Novos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> negócios surgem<br />

diariamente. As primeiras empresas<br />

da “Nova Economia” já estão estabelecidas.<br />

Nós, pessoas, às vezes, disfarçados<br />

<strong>de</strong> consumidores, estamos cada dia mais<br />

empo<strong>de</strong>rados pelas tecnologias digitais.<br />

Aquele mundo <strong>de</strong> escassez ao qual fomos<br />

educados, habitávamos e on<strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s<br />

negócios cresceram e prosperaram, <strong>de</strong>u<br />

lugar a um mundo <strong>de</strong> incertezas, em constante<br />

mudança, com abundância <strong>de</strong> alternativas<br />

e caminhos. Iniciativas e mo<strong>de</strong>los<br />

<strong>de</strong> negócios vencedores do passado talvez<br />

não funcionem mais atualmente e arrisco<br />

a dizer que certamente não serão efetivos<br />

no futuro. A razão é simples: o ambiente<br />

<strong>de</strong> negócios mudou, as pessoas mudaram,<br />

os problemas mudaram. E<br />

para muitos negócios, esse<br />

futuro já chegou ou está<br />

bem próximo.<br />

O mundO já<br />

mudOu. nós é<br />

que estamOs<br />

em cOnstante<br />

prOcessO <strong>de</strong><br />

transfOrmaçãO<br />

Anunciantes, veículos e<br />

agências estão em busca <strong>de</strong><br />

soluções, <strong>de</strong> novas fórmulas,<br />

novos mo<strong>de</strong>los mais efetivos,<br />

porém em situações<br />

<strong>de</strong> medo ou risco, a natureza humana nos<br />

direciona a adotar um comportamento <strong>de</strong><br />

sobrevivência. Ten<strong>de</strong>mos a evitar riscos e<br />

buscar caminhos seguros, que historicamente<br />

mostraram-se eficientes, mesmo<br />

sabendo que não serão mais tão efetivos.<br />

Tive, recentemente, a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

trabalhar em um veículo, numa posição<br />

<strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança para a América Latina, o que<br />

me ajudou a ter um olhar mais completo do<br />

nosso mercado – fui anunciante por 25 anos<br />

e tive também experiências como agência e<br />

consultor. O medo da mudança inevitável<br />

disparou esse “modo sobrevivência”, acentuando<br />

alguns comportamentos que acredito<br />

precisamos refletir – a seguir aponto<br />

quatro <strong>de</strong>les: Juniorização: a interlocução<br />

entre veículos, agências e anunciantes atualmente<br />

é levada por uma nova geração,<br />

que merece e <strong>de</strong>ve ter mais espaço, porém<br />

ainda pouco preparada para discutir negócios<br />

e comunicação. Verbas flutuantes: um<br />

bom briefing, necessariamente, <strong>de</strong>ve acompanhar<br />

uma verba <strong>de</strong>finida. Isso talvez soe<br />

óbvio, mas acompanhei muitos briefings,<br />

enquanto veículo, sem verba <strong>de</strong>finida. Ou<br />

pior, com pedidos <strong>de</strong> uma solução simples,<br />

uma média e uma épica. Muito difícil propor<br />

algo vencedor sem saber o tamanho do<br />

apetite do cliente. Receio <strong>de</strong> <strong>de</strong>safiar: como<br />

anunciante, sempre apreciei agências ou<br />

veículos, que enten<strong>de</strong>ndo sobre meu negócio,<br />

<strong>de</strong>safiavam meus briefings e pedidos.<br />

Isso fazia nossa relação crescer. Com o tempo,<br />

ligava para discutir potenciais soluções<br />

com eles. Os tratava como “sócios <strong>de</strong> negócios”.<br />

Vejo um medo latente, atualmente,<br />

em <strong>de</strong>safiar e correr risco <strong>de</strong><br />

per<strong>de</strong>r verba ou a conta.<br />

Por fim, o último e mais<br />

importante ponto, título <strong>de</strong>sse<br />

artigo – tenha sempre claro<br />

qual é o problema <strong>de</strong> seu<br />

negócio! Tanto para quem<br />

escreve o briefing, quanto<br />

para quem o recebe. Ter essa<br />

clareza é fundamental na busca e avaliação<br />

<strong>de</strong> potenciais soluções. Uma i<strong>de</strong>ia brilhante<br />

que não está conectada ao negócio tem cada<br />

vez menos tração. A comunicação sexy tem<br />

perdido espaço para a estratégia que soluciona<br />

e impacta o negócio. Lembrando que<br />

<strong>de</strong>safios genéricos já recheiam os briefings,<br />

tais como, crescer o negócio, diferenciação<br />

do concorrente e ser conhecido, entre outros.<br />

Um problema <strong>de</strong> negócio real <strong>de</strong>ve ser<br />

preciso, tangível e, se resolvido, <strong>de</strong>sbloqueia<br />

crescimento econômico. Como veículo<br />

participei <strong>de</strong> várias reuniões em que ouvia<br />

silêncio, quando perguntava qual era o<br />

problema <strong>de</strong> negócios a ser resolvido. A criativida<strong>de</strong><br />

e a comunicação são instrumentos<br />

po<strong>de</strong>rosos, mas <strong>de</strong>vem estar a serviço <strong>de</strong> solucionar<br />

problemas reais <strong>de</strong> negócios.<br />

Alexandre Waclawovsky é associado na<br />

ModuloLab & Amélie Consulting<br />

wacla71@yahoo.com<br />

jornal propmark - <strong>29</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 25

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