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opinião<br />
altmo<strong>de</strong>rn/iStock<br />
Qual é seu problema<br />
<strong>de</strong> negócios?<br />
AlexAndre WAclAWovsky<br />
Novos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> negócios surgem<br />
diariamente. As primeiras empresas<br />
da “Nova Economia” já estão estabelecidas.<br />
Nós, pessoas, às vezes, disfarçados<br />
<strong>de</strong> consumidores, estamos cada dia mais<br />
empo<strong>de</strong>rados pelas tecnologias digitais.<br />
Aquele mundo <strong>de</strong> escassez ao qual fomos<br />
educados, habitávamos e on<strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s<br />
negócios cresceram e prosperaram, <strong>de</strong>u<br />
lugar a um mundo <strong>de</strong> incertezas, em constante<br />
mudança, com abundância <strong>de</strong> alternativas<br />
e caminhos. Iniciativas e mo<strong>de</strong>los<br />
<strong>de</strong> negócios vencedores do passado talvez<br />
não funcionem mais atualmente e arrisco<br />
a dizer que certamente não serão efetivos<br />
no futuro. A razão é simples: o ambiente<br />
<strong>de</strong> negócios mudou, as pessoas mudaram,<br />
os problemas mudaram. E<br />
para muitos negócios, esse<br />
futuro já chegou ou está<br />
bem próximo.<br />
O mundO já<br />
mudOu. nós é<br />
que estamOs<br />
em cOnstante<br />
prOcessO <strong>de</strong><br />
transfOrmaçãO<br />
Anunciantes, veículos e<br />
agências estão em busca <strong>de</strong><br />
soluções, <strong>de</strong> novas fórmulas,<br />
novos mo<strong>de</strong>los mais efetivos,<br />
porém em situações<br />
<strong>de</strong> medo ou risco, a natureza humana nos<br />
direciona a adotar um comportamento <strong>de</strong><br />
sobrevivência. Ten<strong>de</strong>mos a evitar riscos e<br />
buscar caminhos seguros, que historicamente<br />
mostraram-se eficientes, mesmo<br />
sabendo que não serão mais tão efetivos.<br />
Tive, recentemente, a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
trabalhar em um veículo, numa posição<br />
<strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança para a América Latina, o que<br />
me ajudou a ter um olhar mais completo do<br />
nosso mercado – fui anunciante por 25 anos<br />
e tive também experiências como agência e<br />
consultor. O medo da mudança inevitável<br />
disparou esse “modo sobrevivência”, acentuando<br />
alguns comportamentos que acredito<br />
precisamos refletir – a seguir aponto<br />
quatro <strong>de</strong>les: Juniorização: a interlocução<br />
entre veículos, agências e anunciantes atualmente<br />
é levada por uma nova geração,<br />
que merece e <strong>de</strong>ve ter mais espaço, porém<br />
ainda pouco preparada para discutir negócios<br />
e comunicação. Verbas flutuantes: um<br />
bom briefing, necessariamente, <strong>de</strong>ve acompanhar<br />
uma verba <strong>de</strong>finida. Isso talvez soe<br />
óbvio, mas acompanhei muitos briefings,<br />
enquanto veículo, sem verba <strong>de</strong>finida. Ou<br />
pior, com pedidos <strong>de</strong> uma solução simples,<br />
uma média e uma épica. Muito difícil propor<br />
algo vencedor sem saber o tamanho do<br />
apetite do cliente. Receio <strong>de</strong> <strong>de</strong>safiar: como<br />
anunciante, sempre apreciei agências ou<br />
veículos, que enten<strong>de</strong>ndo sobre meu negócio,<br />
<strong>de</strong>safiavam meus briefings e pedidos.<br />
Isso fazia nossa relação crescer. Com o tempo,<br />
ligava para discutir potenciais soluções<br />
com eles. Os tratava como “sócios <strong>de</strong> negócios”.<br />
Vejo um medo latente, atualmente,<br />
em <strong>de</strong>safiar e correr risco <strong>de</strong><br />
per<strong>de</strong>r verba ou a conta.<br />
Por fim, o último e mais<br />
importante ponto, título <strong>de</strong>sse<br />
artigo – tenha sempre claro<br />
qual é o problema <strong>de</strong> seu<br />
negócio! Tanto para quem<br />
escreve o briefing, quanto<br />
para quem o recebe. Ter essa<br />
clareza é fundamental na busca e avaliação<br />
<strong>de</strong> potenciais soluções. Uma i<strong>de</strong>ia brilhante<br />
que não está conectada ao negócio tem cada<br />
vez menos tração. A comunicação sexy tem<br />
perdido espaço para a estratégia que soluciona<br />
e impacta o negócio. Lembrando que<br />
<strong>de</strong>safios genéricos já recheiam os briefings,<br />
tais como, crescer o negócio, diferenciação<br />
do concorrente e ser conhecido, entre outros.<br />
Um problema <strong>de</strong> negócio real <strong>de</strong>ve ser<br />
preciso, tangível e, se resolvido, <strong>de</strong>sbloqueia<br />
crescimento econômico. Como veículo<br />
participei <strong>de</strong> várias reuniões em que ouvia<br />
silêncio, quando perguntava qual era o<br />
problema <strong>de</strong> negócios a ser resolvido. A criativida<strong>de</strong><br />
e a comunicação são instrumentos<br />
po<strong>de</strong>rosos, mas <strong>de</strong>vem estar a serviço <strong>de</strong> solucionar<br />
problemas reais <strong>de</strong> negócios.<br />
Alexandre Waclawovsky é associado na<br />
ModuloLab & Amélie Consulting<br />
wacla71@yahoo.com<br />
jornal propmark - <strong>29</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 25