Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
distribuição<br />
WhatsApp, um Fale Conosco ágil e não<br />
se prender tanto ao “horário comercial”).<br />
Uma possibilidade é a de estar aberto<br />
a parcerias, como as oferecidas pelas<br />
insurtechs que despontam no mercado.<br />
A ideia é um trabalho em conjunto entre<br />
elas, seguradoras e corretores, permitindo<br />
ainda um acompanhamento mais eficiente<br />
no pós-venda, como a visualização<br />
de sinistros de forma mais rápida, por<br />
exemplo. O papel do corretor focaria<br />
mais na distribuição e na publicidade do<br />
seguro, além, é claro, de ser a figura que<br />
representa a responsabilidade – ou seja,<br />
com quem o cliente vai falar e onde ela<br />
depositará a sua confiança.<br />
Esta é, na opinião de Carlos Valle,<br />
presidente do Sincor-PE, a principal característica<br />
do corretor, que vai mantê-lo<br />
relevante para o mercado: a humanização.<br />
Ele concorda com a importância de<br />
estar disponível para atender o cliente<br />
nos diferentes meios que existem hoje<br />
(aplicativos de mensagens, email etc).<br />
Porém, Valle ressalta a necessidade de<br />
se dedicar a um passo anterior: captar<br />
o cliente, descobrindo a forma ideal de<br />
“aparecer” para ser "encontrado" quando<br />
o cliente buscar a proteção que deseja.<br />
“Continua a mesma coisa. Antigamente,<br />
os profissionais eram referenciados por<br />
telefone. Hoje as pessoas estão referenciando<br />
pela internet, usando uma nova<br />
forma de comunicar. Mas continuamos<br />
nos comunicando”, aponta, ao reforçar a<br />
cultura brasileira de depositar confiança<br />
no corretor de seguros, que é indicado<br />
não só de pai para filho como também<br />
entre familiares e amigos. Uma forma de<br />
reforçar a confiança da categoria, para ele,<br />
seria a exigência da inclusão do registro<br />
na Susep nas ofertas/divulgação, assim<br />
como acontece em outras áreas e com<br />
outros profissionais (como os corretores<br />
de imóveis que devem indicar o registro<br />
no Creci nas vendas).<br />
Futuro<br />
O investimento em tecnologia por<br />
parte das seguradoras só deve crescer.<br />
Um exemplo é o apontado em um estudo<br />
publicado este ano pela Juniper Research,<br />
especializada em pesquisas de mercado e<br />
bussiness inteligence, que indica que as<br />
seguradoras gastarão US$ 634 milhões<br />
❙❙Juliana Frota e Nelson Paiva, da Laado<br />
em soluções de RPA (Robotic Process<br />
Automation – software desenvolvido para<br />
reduzir custos operacionais automatizando<br />
tarefas repetitivas básicas) até 2024,<br />
passando de US$ 184 milhões em 2019.<br />
Para Juliana Frota e Nelson Paiva,<br />
sócios na Laado Vida e Previdência,<br />
consultoria focada em seguros de vida, de<br />
saúde e previdência, o que deve prevalecer<br />
é um modelo híbrido, que permita que o<br />
corretor adote cada vez mais uma postura<br />
de consultor, fornecendo seu conhecimento<br />
(especialmente em seguros de property,<br />
pessoas ou outros mais complexos) aos<br />
clientes por meio das ferramentas online,<br />
em função da falta de tempo que permeia<br />
o cotidiano de todos.<br />
Eles contam que usam a tecnologia<br />
como apoio na distribuição de seguros<br />
de duas formas. A primeira é na educação<br />
financeira e conscientização da<br />
necessidade de proteção, considerando<br />
os três tipos de produtos que comercializam<br />
(saúde, vida e previdência). Neste<br />
caso, a aposta é principalmente nas redes<br />
sociais. “Usamos muito o Instagram<br />
para criar conscientização das pessoas.<br />
Por lá elas acabam interagindo e viram<br />
leads (clientes). Nos procuram por ali e aí<br />
fazemos contato via videoconferência ou<br />
WhatsApp, por exemplo, para mais detalhes”,<br />
comenta Paiva, adicionando que a<br />
corretora possui hoje clientes fora do Rio<br />
de Janeiro, onde estão baseados, graças ao<br />
segundo formato de “apoio” da tecnologia<br />
na distribuição, que é a possibilidade de<br />
contratação remota. Das 15 seguradoras<br />
com as quais eles trabalham hoje, a maioria<br />
permite fechar algum contrato online.<br />
“Muitas facilitaram. Hoje temos casos de<br />
companhias que aceitam só o contrato em<br />
pdf assinado, outras fazem entrevista via<br />
teleconferência com o cliente e outras já<br />
permitem transação 100% eletrônica”,<br />
exemplifica Juliana.<br />
O que todos os corretores consultados<br />
pela reportagem acreditam é que o<br />
papel deste profissional deve mudar, sim,<br />
ao longo do tempo, transformando-se<br />
cada vez mais em consultivo e adotando<br />
a tecnologia a seu favor, para facilitar as<br />
atividades – especialmente as burocráticas<br />
– e a interação com o cliente. Porém,<br />
dificilmente a máquina vai substituir o<br />
essencial, que é a empatia e entender a<br />
necessidade do consumidor.<br />
“Na minha trajetória no mercado,<br />
isso já passando dos 50 anos, parte como<br />
segurador e hoje como corretor, assisti<br />
muitas mudanças e o corretor foi se adaptando<br />
e sobreviveu. Naturalmente que no<br />
momento atual não tem mais lugar para<br />
amadores e o corretor precisa, indiscutivelmente,<br />
abrir a cabeça para o novo.<br />
Capacitar pessoas para que uma equipe<br />
treinada nas novas tecnologias o ajude<br />
nesta fase de transição”, finaliza Bertelli,<br />
do Sincor-SC.<br />
22