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Revista Apólice #248

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distribuição<br />

WhatsApp, um Fale Conosco ágil e não<br />

se prender tanto ao “horário comercial”).<br />

Uma possibilidade é a de estar aberto<br />

a parcerias, como as oferecidas pelas<br />

insurtechs que despontam no mercado.<br />

A ideia é um trabalho em conjunto entre<br />

elas, seguradoras e corretores, permitindo<br />

ainda um acompanhamento mais eficiente<br />

no pós-venda, como a visualização<br />

de sinistros de forma mais rápida, por<br />

exemplo. O papel do corretor focaria<br />

mais na distribuição e na publicidade do<br />

seguro, além, é claro, de ser a figura que<br />

representa a responsabilidade – ou seja,<br />

com quem o cliente vai falar e onde ela<br />

depositará a sua confiança.<br />

Esta é, na opinião de Carlos Valle,<br />

presidente do Sincor-PE, a principal característica<br />

do corretor, que vai mantê-lo<br />

relevante para o mercado: a humanização.<br />

Ele concorda com a importância de<br />

estar disponível para atender o cliente<br />

nos diferentes meios que existem hoje<br />

(aplicativos de mensagens, email etc).<br />

Porém, Valle ressalta a necessidade de<br />

se dedicar a um passo anterior: captar<br />

o cliente, descobrindo a forma ideal de<br />

“aparecer” para ser "encontrado" quando<br />

o cliente buscar a proteção que deseja.<br />

“Continua a mesma coisa. Antigamente,<br />

os profissionais eram referenciados por<br />

telefone. Hoje as pessoas estão referenciando<br />

pela internet, usando uma nova<br />

forma de comunicar. Mas continuamos<br />

nos comunicando”, aponta, ao reforçar a<br />

cultura brasileira de depositar confiança<br />

no corretor de seguros, que é indicado<br />

não só de pai para filho como também<br />

entre familiares e amigos. Uma forma de<br />

reforçar a confiança da categoria, para ele,<br />

seria a exigência da inclusão do registro<br />

na Susep nas ofertas/divulgação, assim<br />

como acontece em outras áreas e com<br />

outros profissionais (como os corretores<br />

de imóveis que devem indicar o registro<br />

no Creci nas vendas).<br />

Futuro<br />

O investimento em tecnologia por<br />

parte das seguradoras só deve crescer.<br />

Um exemplo é o apontado em um estudo<br />

publicado este ano pela Juniper Research,<br />

especializada em pesquisas de mercado e<br />

bussiness inteligence, que indica que as<br />

seguradoras gastarão US$ 634 milhões<br />

❙❙Juliana Frota e Nelson Paiva, da Laado<br />

em soluções de RPA (Robotic Process<br />

Automation – software desenvolvido para<br />

reduzir custos operacionais automatizando<br />

tarefas repetitivas básicas) até 2024,<br />

passando de US$ 184 milhões em 2019.<br />

Para Juliana Frota e Nelson Paiva,<br />

sócios na Laado Vida e Previdência,<br />

consultoria focada em seguros de vida, de<br />

saúde e previdência, o que deve prevalecer<br />

é um modelo híbrido, que permita que o<br />

corretor adote cada vez mais uma postura<br />

de consultor, fornecendo seu conhecimento<br />

(especialmente em seguros de property,<br />

pessoas ou outros mais complexos) aos<br />

clientes por meio das ferramentas online,<br />

em função da falta de tempo que permeia<br />

o cotidiano de todos.<br />

Eles contam que usam a tecnologia<br />

como apoio na distribuição de seguros<br />

de duas formas. A primeira é na educação<br />

financeira e conscientização da<br />

necessidade de proteção, considerando<br />

os três tipos de produtos que comercializam<br />

(saúde, vida e previdência). Neste<br />

caso, a aposta é principalmente nas redes<br />

sociais. “Usamos muito o Instagram<br />

para criar conscientização das pessoas.<br />

Por lá elas acabam interagindo e viram<br />

leads (clientes). Nos procuram por ali e aí<br />

fazemos contato via videoconferência ou<br />

WhatsApp, por exemplo, para mais detalhes”,<br />

comenta Paiva, adicionando que a<br />

corretora possui hoje clientes fora do Rio<br />

de Janeiro, onde estão baseados, graças ao<br />

segundo formato de “apoio” da tecnologia<br />

na distribuição, que é a possibilidade de<br />

contratação remota. Das 15 seguradoras<br />

com as quais eles trabalham hoje, a maioria<br />

permite fechar algum contrato online.<br />

“Muitas facilitaram. Hoje temos casos de<br />

companhias que aceitam só o contrato em<br />

pdf assinado, outras fazem entrevista via<br />

teleconferência com o cliente e outras já<br />

permitem transação 100% eletrônica”,<br />

exemplifica Juliana.<br />

O que todos os corretores consultados<br />

pela reportagem acreditam é que o<br />

papel deste profissional deve mudar, sim,<br />

ao longo do tempo, transformando-se<br />

cada vez mais em consultivo e adotando<br />

a tecnologia a seu favor, para facilitar as<br />

atividades – especialmente as burocráticas<br />

– e a interação com o cliente. Porém,<br />

dificilmente a máquina vai substituir o<br />

essencial, que é a empatia e entender a<br />

necessidade do consumidor.<br />

“Na minha trajetória no mercado,<br />

isso já passando dos 50 anos, parte como<br />

segurador e hoje como corretor, assisti<br />

muitas mudanças e o corretor foi se adaptando<br />

e sobreviveu. Naturalmente que no<br />

momento atual não tem mais lugar para<br />

amadores e o corretor precisa, indiscutivelmente,<br />

abrir a cabeça para o novo.<br />

Capacitar pessoas para que uma equipe<br />

treinada nas novas tecnologias o ajude<br />

nesta fase de transição”, finaliza Bertelli,<br />

do Sincor-SC.<br />

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