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entanto, essa transformação fez com o<br />
que o corretor se afastasse dos clientes.<br />
“Usa-se muito o e-mail, somente em seguros<br />
de maiores riscos temos a presença<br />
do corretor”. Por outro lado, ele sente<br />
que o mercado melhorou bastante em<br />
decorrência da divulgação do seguro.<br />
“A mídia mostra ao cliente a necessidade<br />
de garantir o seu patrimônio no caso em<br />
que ocorra um sinistro”.<br />
Década de 70<br />
Nelson Uzeda iniciou como técnico<br />
em seguros em 1979 e se habilitou como<br />
corretor em 1981. Em sua visão, a grande<br />
transformação do mercado de seguros<br />
brasileiro se deu a partir de 1992, quando<br />
o Conselho Nacional de Seguros Privados<br />
implantou um plano diretor que<br />
permitiu às seguradoras criarem seus<br />
❙❙<br />
Nelson<br />
produtos, na forma de planos conjugados,<br />
e oferecerem para o mercado com custo<br />
reduzido. “Antes, os seguros eram contratados<br />
dentro de cada modalidade, com<br />
apólices individuais – automóvel, incêndio,<br />
roubo, lucros cessantes, maquinário,<br />
vida. Esse plano diretor permitiu que<br />
todos esses ramos fossem aglutinados<br />
em um modelo, denominado produto,<br />
que é como temos hoje no mercado.<br />
Por exemplo, um seguro de condomínio<br />
cobre incêndio, a vida de um funcionário,<br />
roubo, tudo dentro de uma apólice<br />
única, de forma simplificada”, relata.<br />
Para Uzeda, isso permitiu um avanço<br />
considerável e uma redução de custos<br />
nas seguradoras. No entanto, apesar da<br />
melhoria na condição de comercialização,<br />
que passou a acontecer de forma<br />
mais prática, houve pontos negativos<br />
também. “O mercado era mais técnico,<br />
os seguradores tinham mais preocupação<br />
em conhecer o risco, orientar, fazer<br />
plantas. Hoje percebo uma coisa muito<br />
mais dinâmica, muito mais eletrônica,<br />
não vejo muita preocupação das seguradoras<br />
em se aprofundar em cada risco”,<br />
aponta. “Hoje temos produtos lançados<br />
de forma compacta, prática, a venda de<br />
seguros é feita na ponta com agilidade.<br />
Com um celular é possível contratar<br />
um seguro, coisa que no passado não<br />
conseguiria, porque tinha que verificar<br />
várias tarifas e, a depender do seguro que<br />
fosse contratado, o cidadão poderia ficar<br />
o dia inteiro para enquadrar esse seguro.<br />
Seja no multirrisco, no ramo de pessoas,<br />
no ramo de automóvel, agregam-se<br />
coberturas de automóvel à residência<br />
do segurado, assistência emergencial,<br />
produtos que já oferecem assistência<br />
jurídica. O mercado de seguros é mais<br />
pujante e a tecnologia possibilitou tudo<br />
isso. No entanto, esta mesma tecnologia<br />
está afastando um pouco a figura do<br />
corretor junto ao segurado e isso me<br />
preocupa muito”, relata Uzeda, que não<br />
para de se atualizar.<br />
Década de 80<br />
Marilúcio Dantas Ramos iniciou sua<br />
carreira em julho de 1981, na Unidade<br />
Central e Planejamento de Vendas da<br />
Bradesco, que depois se tornou a corretora<br />
Bradescor. “Naquela época, estava<br />
iniciando o processo de venda nas agências<br />
do banco. Os produtos eram poucos,<br />
apenas incêndio, seguros de automóvel e<br />
acidentes pessoais. Depois, a empresa se<br />
tornou a Bradescor. Vendíamos seguros<br />
para a Atlântica Seguradora até que,<br />
em 1987, o banco Bradesco comprou a<br />
companhia e criou a Bradesco Seguros,<br />
lançando uma série de produtos”. Ele<br />
conta que, em 1990, com a abertura<br />
do mercado, companhias estrangeiras<br />
adquiriram brasileiras e o que aumentou<br />
a concorrência e a oferta de produtos.<br />
“Em abril de 1991, houve um processo<br />
que chamou atenção no Brasil: a terceirização<br />
da Bradescor. Nós, funcionários,<br />
teríamos que nos tornar corretores de<br />
seguros. A companhia nos demitiu e<br />
passou determinada região de atuação<br />
para cada um”. Assim, em 1993, Ramos<br />
se habilitou corretor em sociedade com o<br />
colega, que era seu chefe. “Nos primeiros<br />
18 anos desta sociedade, estava muito<br />
bom o processo de vendas, ganhando<br />
boas comissões, muitos produtos novos.<br />
No fim, começamos a ter mais despesas<br />
do que lucros, porque precisávamos colocar<br />
mais vendedores nas agências, pela<br />
multiplicidade de produtos. Nesse mesmo<br />
❙❙<br />
Marilucio Dantas Ramos<br />
Uzeda 25