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Revista Apólice #248

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entanto, essa transformação fez com o<br />

que o corretor se afastasse dos clientes.<br />

“Usa-se muito o e-mail, somente em seguros<br />

de maiores riscos temos a presença<br />

do corretor”. Por outro lado, ele sente<br />

que o mercado melhorou bastante em<br />

decorrência da divulgação do seguro.<br />

“A mídia mostra ao cliente a necessidade<br />

de garantir o seu patrimônio no caso em<br />

que ocorra um sinistro”.<br />

Década de 70<br />

Nelson Uzeda iniciou como técnico<br />

em seguros em 1979 e se habilitou como<br />

corretor em 1981. Em sua visão, a grande<br />

transformação do mercado de seguros<br />

brasileiro se deu a partir de 1992, quando<br />

o Conselho Nacional de Seguros Privados<br />

implantou um plano diretor que<br />

permitiu às seguradoras criarem seus<br />

❙❙<br />

Nelson<br />

produtos, na forma de planos conjugados,<br />

e oferecerem para o mercado com custo<br />

reduzido. “Antes, os seguros eram contratados<br />

dentro de cada modalidade, com<br />

apólices individuais – automóvel, incêndio,<br />

roubo, lucros cessantes, maquinário,<br />

vida. Esse plano diretor permitiu que<br />

todos esses ramos fossem aglutinados<br />

em um modelo, denominado produto,<br />

que é como temos hoje no mercado.<br />

Por exemplo, um seguro de condomínio<br />

cobre incêndio, a vida de um funcionário,<br />

roubo, tudo dentro de uma apólice<br />

única, de forma simplificada”, relata.<br />

Para Uzeda, isso permitiu um avanço<br />

considerável e uma redução de custos<br />

nas seguradoras. No entanto, apesar da<br />

melhoria na condição de comercialização,<br />

que passou a acontecer de forma<br />

mais prática, houve pontos negativos<br />

também. “O mercado era mais técnico,<br />

os seguradores tinham mais preocupação<br />

em conhecer o risco, orientar, fazer<br />

plantas. Hoje percebo uma coisa muito<br />

mais dinâmica, muito mais eletrônica,<br />

não vejo muita preocupação das seguradoras<br />

em se aprofundar em cada risco”,<br />

aponta. “Hoje temos produtos lançados<br />

de forma compacta, prática, a venda de<br />

seguros é feita na ponta com agilidade.<br />

Com um celular é possível contratar<br />

um seguro, coisa que no passado não<br />

conseguiria, porque tinha que verificar<br />

várias tarifas e, a depender do seguro que<br />

fosse contratado, o cidadão poderia ficar<br />

o dia inteiro para enquadrar esse seguro.<br />

Seja no multirrisco, no ramo de pessoas,<br />

no ramo de automóvel, agregam-se<br />

coberturas de automóvel à residência<br />

do segurado, assistência emergencial,<br />

produtos que já oferecem assistência<br />

jurídica. O mercado de seguros é mais<br />

pujante e a tecnologia possibilitou tudo<br />

isso. No entanto, esta mesma tecnologia<br />

está afastando um pouco a figura do<br />

corretor junto ao segurado e isso me<br />

preocupa muito”, relata Uzeda, que não<br />

para de se atualizar.<br />

Década de 80<br />

Marilúcio Dantas Ramos iniciou sua<br />

carreira em julho de 1981, na Unidade<br />

Central e Planejamento de Vendas da<br />

Bradesco, que depois se tornou a corretora<br />

Bradescor. “Naquela época, estava<br />

iniciando o processo de venda nas agências<br />

do banco. Os produtos eram poucos,<br />

apenas incêndio, seguros de automóvel e<br />

acidentes pessoais. Depois, a empresa se<br />

tornou a Bradescor. Vendíamos seguros<br />

para a Atlântica Seguradora até que,<br />

em 1987, o banco Bradesco comprou a<br />

companhia e criou a Bradesco Seguros,<br />

lançando uma série de produtos”. Ele<br />

conta que, em 1990, com a abertura<br />

do mercado, companhias estrangeiras<br />

adquiriram brasileiras e o que aumentou<br />

a concorrência e a oferta de produtos.<br />

“Em abril de 1991, houve um processo<br />

que chamou atenção no Brasil: a terceirização<br />

da Bradescor. Nós, funcionários,<br />

teríamos que nos tornar corretores de<br />

seguros. A companhia nos demitiu e<br />

passou determinada região de atuação<br />

para cada um”. Assim, em 1993, Ramos<br />

se habilitou corretor em sociedade com o<br />

colega, que era seu chefe. “Nos primeiros<br />

18 anos desta sociedade, estava muito<br />

bom o processo de vendas, ganhando<br />

boas comissões, muitos produtos novos.<br />

No fim, começamos a ter mais despesas<br />

do que lucros, porque precisávamos colocar<br />

mais vendedores nas agências, pela<br />

multiplicidade de produtos. Nesse mesmo<br />

❙❙<br />

Marilucio Dantas Ramos<br />

Uzeda 25

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