PME Magazine - Edição 17 - julho 2020
Madalena Cascais Tomé, CEO da SIBS, é a figura de capa da edição de julho da PME Magaizne, dedicada à retoma económica do pós-Covid. Leia-a aqui!
Madalena Cascais Tomé, CEO da SIBS, é a figura de capa da edição de julho da PME Magaizne, dedicada à retoma económica do pós-Covid. Leia-a aqui!
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JULHO 2020
PMEMAGAZINE.SAPO.PT
de emprego ou a candidatarem-se à nossa empresa”,
acrescenta.
A PRÓXIMA SILICON VALLEY
A aposta em Portugal dura há mais de seis anos e levou,
inclusivamente, a Uphold a adquirir uma outra startup
portuguesa no ano passado, a Scytale, uma agência de
web development. J. P. Thieriot sublinha, mais uma vez,
que esta aposta não acontece por acaso.
“A Universidade do Minho está entre as universidades
com programas de ciências computacionais mais antigos
da Europa. A presença da equipa em Portugal não
tem que ver com o facto de se ter suporte mais barato,
mas sim com inovação global e com o desenvolvimento
de tecnologia de classe mundial. Isto não acontece no
vazio, trabalharam bem na Universidade do Minho para
terem tantas mentes tecnológicas de classe mundial
nos dias de hoje”, adianta.
"O mercado das moedas
digitais é muito entusiasmante
para quem está a ser recrutado",
diz Rui Marinho
Além disso, o CEO aponta a “mais recente legislação
no que toca aos impostos” relacionados com criptomoedas,
o que faz de Portugal “uma casa muito atrativa
para esta indústria e que tem potencial para ser a
próxima Silicon Valley”.
“Há uma ligeira parte negra: a lei laboral portuguesa
não é a mais clara ou convidativa do mundo, mas em
todos os restantes aspetos – talento, regras, montar
uma legislação atrativa para o desenvolvimento e comércio
de criptomedas – fizeram um trabalho incrivelmente
bom, possivelmente melhor do que noutros
países.”
Com a equipa a ser maioritariamente da região Norte de
Portugal, com idade média de 32 anos (20% mulheres
e 80% homens), Rui Marinho diz ter uma equipa equilibrada,
a quem a Uphold consegue incutir uma “cultura
norte-americana muito forte” no que toca às regalias
para quem ali trabalha.
“Uma das regalias – que esperamos poder retomar depois
de a pandemia passar – é que oferecemos o almoço
aos nossos colaboradores todos os dias, de forma
a que possam debater ideias, não apenas de trabalho,
mas também de fora. Isso cria um sentido diferente de
grupo e de amizade e é uma das razões por que temos
tão pouca gente a deixar a empresa.”
PANDEMIA… POSITIVA?
No que toca ao mercado das moedas digitais, J. P.
Thieriot é perentório ao afirmar que a pandemia acabou
por trazer benefícios a quem trabalha no setor, em
Rui Marinho, CTO e responsável pelas operações da empresa em Portugal
detrimento de outros altamente penalizados pela
Covid-19. A perspetiva de emissão de moeda para
fazer face à crise atual poderá, segundo o próprio,
beneficiar as criptomoedas.
“Os Estados Unidos vão querer fazer melhor do que na
crise de 2008 e não vão só dar dinheiro aos bancos ou
fazer empréstimos. Será preciso imprimir dinheiro e
pô-lo nas mãos das pessoas – o que penso que será o
correto, mas isso significa que o valor das moedas irá
desvalorizar. O dólar norte-americano é relativamente
mais forte, mas comparado com as bitcoins ou ouro
físico irá perder valor, por isso, as bitcoins e o ouro físico
vão ganhar valor em relação à moeda fiduciária. É nesse
espaço que operamos, por isso, a nossa atividade,
mês após mês, continua a crescer à medida que as
pessoas se apercebem daquilo que vai acontecer e de
onde podem alocar as suas poupanças. Estamos num
negócio estranhamente favorável na conjuntura atual”,
advoga.
Já Rui Marinho diz que a empresa vê “com bons olhos
o potencial da nova Zona Livre Tecnológica”, lançada
em abril passado em Matosinhos, no âmbito do plano
do Governo e inscrito no programa Startup Portugal -
Estratégia Nacional para o Empreendedorismo.
“A Zona Livre Tecnológica pode providenciar uma
sandbox regulatória para empresas como a nossa, que
querem lançar produtos completamente diferentes
e assim têm o enquadramento legal necessário, sem
terem medo do que irá acontecer. Estamos muito
entusiasmados com o que isto irá trazer para o setor
das fintech.”
Atualmente, a Uphold conta com 2,2 milhões de utilizadores
e com um ritmo de crescimento de sete mil
novos utilizadores por dia. A expectativa é, por isso, de
chegar ao final do ano com 3,5 milhões de utilizadores.
“Estamos a mudar a forma como o dinheiro circula e
a forma como as pessoas podem aceder a coisas que
nunca tinham conseguido aceder anteriormente, na
esperança de tornar as suas vidas melhores”, acrescenta
J.P. Thieriot.
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