PME Magazine - Edição 17 - julho 2020
Madalena Cascais Tomé, CEO da SIBS, é a figura de capa da edição de julho da PME Magaizne, dedicada à retoma económica do pós-Covid. Leia-a aqui!
Madalena Cascais Tomé, CEO da SIBS, é a figura de capa da edição de julho da PME Magaizne, dedicada à retoma económica do pós-Covid. Leia-a aqui!
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JULHO 2020
PMEMAGAZINE.SAPO.PT
A GRANDE REVELAÇÃO
Gonçalo de Salis Amaral, partner da Neves de Almeida
HR Consulting, responsável pela área de consultoria
Neves de Almeida HR Consulting
Passadas as semanas de confinamento, importa, em
período de progressiva retoma da atividade económica,
refletir e, acima de tudo, interiorizar a aprendizagem
que esta pandemia nos demonstrou. Se é certo que há
consequências a lamentar pelos óbitos, desemprego
e quebras no PIB mundial, outras há que deverão ser
alavancadas, como são os casos da relevância dos sistemas
nacionais de saúde; da solidariedade e colaboração
entre pessoas e nações; da enorme capacidade
do ser humano em adaptar-se, inovar e reinventar-se;
da crucial e urgente consciencialização da sustentabilidade
dos nossos sistemas económicos, assegurando
a conservação do meio ambiente, com recurso à melhor
utilização das tecnologias existentes.
Nenhum destes temas é novo, mas não há dúvida de
que esta pandemia revelou a sua inequívoca relevância
e urgência na mudança de atuação, mesmo junto
dos mais céticos. Ao nível do trabalho, as medidas de
distanciamento social forçaram-nos à disseminação
do teletrabalho, até então muito questionado face à
sua eficiência e eficácia, bem como à capacidade das
organizações e dos líderes para o gerir e monitorizar,
mantendo as equipas unidas e motivadas, trabalhando
de forma mais colaborativa.
Um estudo da Neves de Almeida HR Consulting (1) ,
junto de mais de 200 empresas a operar em território
nacional durante o mês de abril, em pleno período de
confinamento, revelou que 69% das empresas inquiridas
mantinham a atividade normal com teletrabalho
total ou parcial, demonstrando uma rápida adaptação
às circunstâncias, quando tal foi exigido (os setores
onde tais valores eram bem mais reduzidos foram os da
Hotelaria, Turismo, Desporto e Ensino, assim como a
Construção, Infraestruturas, Transportes e Logística).
Da mesma forma, mais de 90% destas organizações
revelaram um nível elevado de adaptação, da organização
e os seus colaboradores, para o trabalho à distância
e gestão de equipas remotas. Esta percentagem
rondava os 50% antes da pandemia. Adicionalmente,
cerca de 80% destas empresas assumiram que o teletrabalho
teve impacto nulo, moderadamente positivo
ou mesmo muito positivo na performance do negócio
e na produtividade dos colaboradores, indiciando nenhum
fundamento para as resistências à maior utilização
deste tipo de trabalho, alavancando os seus benefícios
(como a otimização de custos e maior qualidade
de vida). Ainda assim, tivemos relatos dos esforços
feitos na maior disseminação de equipamentos e soluções
tecnológicas que permitissem esta mobilidade
Gonçalo de Salis Amaral, partner da Neves de Almeida HR Consulting
e acessibilidade em segurança, o que não é de admirar,
quando no primeiro trimestre deste ano ainda tínhamos
cerca de 40% das organizações com níveis baixos de
desenvolvimento digital.
"Cerca de 80% destas empresas
assumiram que o teletrabalho teve
impacto nulo, moderadamente
positivo ou mesmo muito positivo
na performance do negócio"
O teletrabalho foi a revelação mais óbvia e imediata
que a Covid-19 forçou e demonstrou como possível
e até vantajoso. No entanto, outras revelações foram
verificadas, nomeadamente, na mobilidade do talento
dentro da organização ou mesmo entre organizações,
bem como na aceleração da automação.
Várias empresas passaram a desenvolver atividades
que até há umas semanas não imaginariam desenvolver,
obrigando os respetivos líderes a reajustarem o
trabalho e os seus colaboradores face a uma nova pro-
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