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os plebiscitos
Karol me contou. Alguém, ao término da partida entre
Alemanha e Itália, pelas oitavas de final da Eurocopa, sussurrou
que não entendia o motivo pelo qual os alemães ganharam
dos italianos. Na sua opinião, a Itália era melhor. De pronto,
brutal, à maneira Boechatiana, outro camarada atento respondeu.
“É por isso que tem jogo né?! Se fosse pra decidir pela sua
opinião, era feito um plebiscito”.
Tenho minhas ressalvas sobre o caso narrado acima. Assisti
ao jogo, torci pela Itália, mas não a considero superior a
Alemanha de Neuer, Schweinsteiger e Müller. É como definiu
brilhantemente o meio-campista italiano Alessandro Florenzi.
“Enfrentar a seleção alemã é como escalar o Everest, subir a
montanha mais alta do planeta, para fazer história”.
Aliás, aproveitando o ensejo, o fato é que boa parte das
disputas no futebol do velho continente, principalmente entre
seleções, prevalece o equilíbrio. Comparo o futebol europeu
ao carnaval nesses belos trópicos latinos. Está mudando,
mas historicamente o padrão de jogo latino é o nosso carnaval
das ladeiras das ruas coloridas e alegres de Olinda. É irreverente,
ousado, imprevisível. Nele, predomina o talento do frevo
vassourinhas.
Já o padrão europeu é, sem medo de errar, o desfile simétrico,
cronometrado e coreografado das escolas de samba do
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