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a honestidade
“Sou jornalista esportivo há 26 anos por ser palmeirense
há 50”. Foi assim que Mauro Beting justificou com maestria
sua relação trabalho e paixão. Uma frase curta e direta que
serve para qualquer jornalista esportivo do mundo, inclusive
para esse que vos escreve. Sou jornalista esportivo há 12 anos
por ser abecedista há 33.
A polêmica tomou conta da mídia e do falatório das
torcidas nos últimos dias. Seria antiético assumir em público
para qual time o jornalista esportivo torce? Isso pode afetar a
credibilidade do profissional?
Tive um tio jornalista, assumidamente alecrinense, inclusive
foi ex-presidente do clube Esmeraldino, mas nunca fui
influenciado por sua paixão. Porque a paixão vem do berço.
Nunca neguei que sou torcedor do ABC. Meu pai, ao me levar
ao finado Machadão e às antigas dependências da Vila Olímpica
da Rota do Sol me fez despertar tamanho amor pelo clube.
O que vem de pai pra filho nunca, mas nunca mesmo, haverá
de ser apagado da memória e da história de ser-humano algum.
Como escreveu Mauro Beting, não somos pagos para
ser torcedores, mas sim para exercer o jornalismo, a arte de
Gutenberg. Afirmo com toda convicção. Não é antiético, nem
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