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BAILARINO

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Marinho disse a Luan Xavier, autor de sua biografia, que

quase chorou ao ver o Édson mais famoso do mundo cara a cara.

Emocionado, não nervoso. A Bruxa era diferente, bastava entrar

em campo e jogar. Jogar futebol ele tirava de letra, matava no

peito e partia irresponsavelmente pro ataque – pro desespero dos

zagueiros Brito, Osmar e Djalma Dias, seus companheiros de defesa.

Era um atacante jogando na lateral-esquerda. Era ousado.

Naquele jogo, marcou definitivamente seu nome na memória do

futebol. Em dois lances, mostrou que chegara pra ser ídolo. No

primeiro, aplicou um lindo chapéu em Pelé. Depois, passou a

perna em Jairzinho, o Furacão da Copa, cobrou uma falta quando

o jogo insistia no 0 a 0 e marcou um golaço. Nos dois lances,

quando foi enquadrado pelos craques consagrados, a despeito de

tomarem satisfação pelos atos impensados daquele menino de 20

anos que acabara de entrar no time, mandou-lhes dois sonoros

“vai tomar no cú”.

A Bruxa era apenas mais uma jovem promessa, que acabara

de chegar ao Rio, desconhecida, mas que mesmo assim tivera a

coragem de mandar os dois maiores jogadores do tricampeonato

mundial de 1970 “praquele lugar”.

O Bailarino amava o futebol desprovido

de regras. “Dizem por aí que o

futebol que se joga bonito não ganha

jogo. Agora só armam os times pelo resultado,

pra ganhar a qualquer custo.

Tudo balela”.

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