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BAILARINO

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diminui a minha credibilidade assumir que sou abecedista.

Existe o jornalista que torce e o jornalista que distorce. Aquele

que distorce a informação, influenciado por sua paixão é um

mal para a profissão.

Eu posso torcer, o que não posso é deixar de transmitir

a verdade para o meu público. O que me dá credibilidade é

exercer um jornalismo correto, verdadeiro, que compartilhe

notícias e opiniões coerentes, embasadas em fatos e dados. É

preciso, acima de tudo e qualquer preferência clubística, ser

honesto com o torcedor.

Eduardo Galeano escreveu que “para o torcedor fanático,

o prazer não está na vitória do próprio time, mas na derrota

do outro”. Para o jornalista também. A diferença é que o prazer

não deve estar explícito no seu desempenho profissional.

Como disse com razão o jornalista Carlos Henrique, torcedor

do CRB das Alagoas, “sei muito bem onde está a linha que

divide um do outro”. Primeiro o trabalho, depois o prazer.

É tarefa difícil afirmar que num país como o Brasil, em

que existem mais campos de futebol, do que igrejas, espalhados

por milhares de vilarejos, não haja um torcedor dentro de

cada um. Eu torço no meu subconsciente ou longe dos microfones.

Seja do meu ou do rival, sendo verdade, falo bem ou falo

mal. Meu clube também não é um urso polar protegido por

lei, alheio à críticas quando as merecer.

O Bailarino, sorrindo e com um

copo de cerveja na mão, diria sem pensar

que o jornalista que não ama, não

cuida. Que fazer jornalismo esportivo

sem torcer, sem amar, equivale a dan-

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