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BAILARINO

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bri, duas noites antes, que a boemia da Lapa não existe mais. O

Maracanã não é mais o maior estádio do mundo.

O tempo do Maracanã maior do mundo, do Maracanã

de Didi, Zagallo, Barbosa, Garrincha, Heleno de Freitas, Nilton

Santos, Gerson, Zico, Rivelino e Pelé não existe mais. O

Maracanã da Copa de 1950, do Uruguai de Schiafino e Gighia

e do Maracanazo não é mais o mesmo. Não é o Maracanã dos

100 mil, do pobre, preto, sem dinheiro e sem camisa, do milésimo

gol de Pelé, dos 333 gols do Galinho e das centenas de

Joões entortados por um passarinho atrevido chamado Mané.

Para o Bailarino, esguio e de pernas

longas, o Maracanã do presente é apenas

um espelho maldito do futebol de

atualmente. Cego por lucro, resultado,

grana. “Está fadado a uma morte lenta

e dolorosa, assim como o nosso futebol”.

A visita guiada do Maracanã simplesmente ignorou a

história daquele que um dia foi gigante. Fiquei triste. A mística

do maior do mundo não me tocou. As muitas reformas

do estádio mudaram sua aparência. Preservaram a arquitetura

externa e mexeram por dentro, na sua essência.

O Maracanã agora é apenas mais uma arena moderna,

gourmetizada e cara, muito cara, como tantas outras por aí. O

Maracanã agora menospreza seu passado mais rico, repleto de

glórias e muitas, mas muitas histórias.

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