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Cidade Nova, São Cristóvão e, finalmente, estação Maracanã.
Foi fácil. Olha só, a famosa rampa. Cheguei atrasado, o
grupo das 11 horas iniciara a visita guiada a poucos minutos.
Não tivesse eu, como minha mania de precaução, comprado
os ingressos antecipados, não chegaria a tempo.
Passamos pela cheirosa tribuna de honra. Descemos
para o camarote, ambiente restrito. Fomos na arquibancada,
hoje sem o setor dos geraldinos. Cruzamos a área de hospitalidade
e, entramos no vestiário, repleto de modernidade e camisas
dos maiores e melhores jogadores mundiais da atualidade.
Chegamos ao campo de jogo, reservado a quem sabe tratar
a bola com amor. Sentamos no banco de reservas, fotografamos,
filmamos, admiramos o tamanho e a grandiosidade do
estádio. O guia poliglota falou a cada parada da visita, com dados
técnicos sobre a construção e sobre os ambientes do novo
Maracanã.
Dado momento, alguém pergunta em quanto tempo o
estádio foi construído. O guia, seguro de sua resposta, disparou:
– Três anos de obras, de 2010 a 2013. Dei um pulo da
cadeira, ensaiei levantar o braço, mas fui impedido por Julita,
ao meu lado, de interferir na resposta do guia globalizado.
Pensei comigo, e os esforços dos que construíram a ferro
e fogo o maior estádio do mundo na década de 40? E a luta
de Mário Rodrigues Filho, jornalista pernambucano, irmão de
Nelson Rodrigues, que se destacou no apoio à construção do
estádio, já que na época foi muito criticada pelo Deputado
Federal Carlos Lacerda, inimigo político do prefeito da cidade,
o general Ângelo Mendes de Morais? Isso tudo não conta? Isso
tudo ele não conta?
Já no ponto final da visita, atrás da trave esquerda, me
bateu uma angústia parecida com a que senti quando desco-
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