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Passeando pela linha do tempo, falamos de Zico. O ídolo
do futuro ídolo da nação rubro-negra era um nordestino
chamado Dida, que atuou pelo Flamengo anos antes que o
Galinho. Ainda em Quintino, Zico tentava imitar um camisa
10 que saiu do CSA de Alagoas e brilhou na década de 50.
E se Zico teve em que se espelhar, o que dizer dos craques
a quem ele serviu de espelho?! E que baita espelho. Um
espelho mágico. Dois grandes atacantes que marcaram seus
nomes na história das Copas nos anos 90 e 2000 – Bebeto e
Ronaldo Fenômeno – apontaram Zico como referência maior
no futebol.
Com a virada do século, o futebol também parece ter
virado de ponta a cabeça. Os ídolos dos ídolos não são mais os
ídolos dos nossos ídolos. Ronaldinho Gaúcho é uma espécie
de arremedo de Garrincha. Certa vez, ao ficar de fora da lista
de convocados para a Copa de 2010, afirmou que não iria ver
os jogos, tinha coisa melhor pra fazer. Sobre ter ídolo, o craque
disse: “meu maior ídolo é o meu irmão – Assis. Ele é um exemplo
de pai, de irmão e de jogador”.
Sempre que tomava seus porres loucos,
o Bailarino de barba e de chuteiras
se tornava mais poeta. Certo dia escalou
um time inteiro de ídolos. Era o
time do circo: o ataque tinha Platão e
Karl Marx nas pontas, com livros grandes
e pesados debaixo dos braços, e na
frente Pelé tinha malabares coloridos e
Maradona não cansava de dar mortais
no trapézio.
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