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Os jogos nos anos 80 tinham bons públicos. Por baixo
10 mil pessoas. E o Verdão tinha uma torcida fiel e numerosa.
Loucos e apaixonados. Não se limitava a Normando e Pastel.
O Alecrim tinha a FERA - os Fiéis Esmeraldinos Radicais. Faziam
muito barulho!
Foram os dois últimos títulos do clube. Bicampeão Potiguar
nos anos de 1985 e 1986. O time era bom. Ferdinando
Teixeira, Betinho, Pedrinho Albuquerque, Roberto Vital, João
Butica e Claudinho formavam a comissão técnica vencedora.
As jogadas mortais começavam geralmente com Didi, que passava
para Odilon e em seguida pra Curió, que por sua vez cruzava
na grande área, cenário de chacinas de Eduardo Galeano,
onde sempre havia um matador a postos para fuzilar as redes
adversárias e correr para a festa.
Ponta Negra àquela época ainda era uma viagem. Já existia
o conjunto, mas era muito distante. Só havia uma estrada
de calçamento de paralelepípedos. Todo burburinho noturno
era feito nas Praias dos Artistas e do Meio. Lembro-me que a
festa do bi ocorreu num restaurante da Praia do Meio. Contamos
muitas histórias, algumas que não posso te dizer agora.
Na semana de aniversário de 102 anos do Alecrim, não
há praticamente nada a celebrar. Há sim sofrimento e lamentação
pela situação atual, rebaixado à Segunda Divisão do futebol
potiguar. Mas como disse o escritor Mário Gonçalves
Viana, "se não houvesse sofrimento, o homem não sentiria a
maravilhosa sensação da felicidade".
A mensagem do Bailarino esguio e
de pés pequenos é clara e objetiva. A vitória
não é o mais importante, porque
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