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vés de estereótipos físicos e opiniões sagazes, irônicas e filosóficas.
Esse Bailarino é o fio condutor de observações atuais
e históricas. Tem o poder de desconstruir opiniões pautadas
pelo ufanismo e histerismo da esportividade midiática e espetacularizada.
O camisa 10 das crônicas dessa obra transita entre os
extremismos do sentimentalismo e racionalismo, com abordagens
críticas, sensíveis, debochadas, abrangentes, longe dos
holofotes e confortavelmente sentado no cimento das arquibancadas
raízes. As Arenas Multiuso e elitizadas da atualidade
não fazem o seu estilo. Esse Bailarino calça chuteiras, tem os
pés fincados no chão e não está preocupado apenas em agradar
e atrair aplausos dos camarotes sofisticados. Ele quer o apoio
da massa, da geral, do torcedor que encara a arquibancada sol
e nem pensa em sombra ou água fresca.
O dançarino tem os pés calejados por tantas experiências
que transcendem as fronteiras artísticas e futebolísticas.
Já que o futebol é arte, os bailarinos dos gramados e dos palcos
estão muito bem representados. Embarque nesse enredo
delicioso de viés analítico com simulacro esportivo, social e
etc. e tal. Confesso que não descobri quem é esse tal Bailarino
popstar. E mesmo que soubesse, não revelaria de jeito nenhum.
Não tenho vocação para spoiler e quero que você devore cada
página desse trabalho viajando nas cornetadas ácidas de quem
tem a ousadia de usar sapatilhas com travas.
Dizem que futebol também é um ballet, que pode ser
comparado à sincronia e graciosidade dos movimentos simétricos
e impressionantes que nascem na pontinha dos pés.
Quem teria a petulância de dizer que o gol de Paulinho na
vitória da seleção brasileira por 2 a 0, contra a Sérvia, na Copa
do Mundo, não deixou a turma do Bolshoi com invejinha?
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