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Manuel Monteiro: Nós queremos ser<br />
o melhor cliente de muitos dos nossos<br />
fornecedores, em alguns temos quotas<br />
de 20 a 25%, e somos o fornecedor<br />
do nosso cliente, seja profissional ou<br />
particular.<br />
O e-commerce é a melhor solução<br />
para o cliente?<br />
LV: Sendo a B-Parts a faturar, a assumir<br />
o processo logístico e a trabalhar as garantias,<br />
acabamos por ter um risco associado.<br />
Somos defensores do modelo<br />
de e-commerce tal como o temos hoje,<br />
tendo, por isso, a possibilidade de agregar<br />
informação, pois somos uma empresa<br />
de retalho assente em tecnologia,<br />
mas permite-nos controlar o processo e<br />
trabalhar o pricing, o que é muito importante<br />
face a um marketplace.<br />
Outra vantagem muito importante é que<br />
representamos para os nossos clientes a<br />
solução em matéria de peças reutilizadas,<br />
possibilitando-lhes falar com um<br />
único interlocutor, com todas as vantagens<br />
associadas a isso.<br />
Todos sabem qual a nossa política de<br />
pagamentos, como funcionam as garantias,<br />
as devoluções, etc., o que se tornaria<br />
difícil para uma oficina gerir se,<br />
em vez de um, tivesse 40 ou 50 fornecedores<br />
de peças reutilizadas, cada um<br />
com a sua forma de trabalhar.<br />
A oficina passa a ter assim um interlocutor<br />
único, mas para os vossos<br />
fornecedores também tem vantagens?<br />
MM: Atualmente, um bom centro de<br />
abate, seja nosso fornecedor ou não,<br />
consegue ter uma taxa de resposta de<br />
7%, enquanto a B-Parts tem uma taxa<br />
de resposta que está nos 40%, subindo<br />
para valores acima de 60% se falarmos<br />
das peças de colisão. Isto é excelente,<br />
tendo em conta a diversidade da procura<br />
que temos.<br />
O conceito base pela qual foi criada<br />
a B-Parts ainda se mantém nos dias<br />
de hoje?<br />
LV: Sim, mantém-se exatamente igual.<br />
MM: Temos um documento de 2014,<br />
que serviu de base à criação da B-Parts,<br />
que é fiel ao momento que vivemos hoje<br />
na B-Parts em muitos dos parâmetros<br />
analisados.<br />
Mas o modelo de negócio foi evoluindo<br />
face à experiência adquirida?<br />
MM: Logicamente que fomos afinando<br />
o modelo, pois existem uma série de<br />
situações que são críticas para o nosso<br />
negócio, como por exemplo, a logística.<br />
Temos 80 fornecedores na Europa,<br />
60 dos quais trabalham com a B-Parts<br />
diariamente e estamos a fornecer peças<br />
para 16 países diferentes. Só a estrutura<br />
para coordenar esta logística de forma<br />
integrada é brutal!<br />
Depois, cada fornecedor tem o seu modelo<br />
de preço diferente. Nós temos que<br />
harmonizar tudo, trabalhar os preços,<br />
torná-los eficientes, fazer com que sirvam<br />
o nosso fornecedor, sejam competitivos<br />
para o cliente e ainda fique uma margem<br />
para reinvestir no nosso negócio. Como<br />
em tudo na vida, também tivemos sorte,<br />
mas também tivemos parcerias que nos<br />
permitiram escalar o negócio, como era<br />
nossa estratégia.<br />
LV: Todos foram importantes neste processo.<br />
Por exemplo, alguns fornecedores<br />
abriram-nos as portas e explicaram-<br />
-nos como funciona o mercado, o que<br />
nos permitiu evoluir mais rapidamente.