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REVISTA PÓS-VENDA 61

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42<br />

WWW.POS<strong>VENDA</strong>.PT OUTUBRO 2020<br />

P<br />

PERSONALIDADE<br />

Por outro lado, não quisemos ter muitos<br />

parceiros, mas trabalhar com aqueles<br />

que queriam crescer com a B-Parts e<br />

com os quais poderíamos ter um bom<br />

volume e que estavam dentro dos critérios<br />

que tínhamos definido. Só desta<br />

forma podemos controlar a qualidade e<br />

os processos.<br />

MM: Um dado interessante é que o nosso<br />

crescimento não foi feito através da<br />

integração de mais fornecedores mas, no<br />

crescimento que tivemos o ano passado<br />

em cada um dos fornecedores anuais.<br />

A informação, com dados e métricas,<br />

que damos aos nossos fornecedores, em<br />

relação à atividade que temos com cada<br />

um deles, é muito valorizada pelos nossos<br />

fornecedores. E isso foi também uma<br />

mais valia que trouxemos à atividade deles,<br />

que nos passaram a ver como parceiros<br />

e não só como clientes.<br />

Têm cada vez mais a certeza que as<br />

peças reutilizáveis têm um futuro assegurado<br />

no negócio das peças auto<br />

(aftermarket)?<br />

MM: Poderia haver dúvidas no passado,<br />

mas agora é que não existem mesmo dúvidas<br />

disso. Consideramos a peça reutilizável<br />

um vetor fundamental na reparação<br />

automóvel. Agora com este passo que a<br />

PSA deu em relação à B-Parts, que pode<br />

parecer contra natura, na realidade verifica-se<br />

que não é. Por exemplo, a Toyota<br />

identifica as peças para reutilização que<br />

monta na origem nos seus carros, não<br />

sendo aliás o único fabricante que o faz.<br />

LV: Os construtores sabem que têm de<br />

melhorar a sua pegada ambiental. Por<br />

isso, quando olhamos para os motores,<br />

peças de chapa e para a eletrónica, não<br />

se compreende porque razão não podem<br />

ser reutilizadas. Aliás, potencialmente<br />

as peças de eletrónica são o produto de<br />

futuro nas peças reutilizadas. Por outro<br />

lado, as peças reutilizadas são boas para<br />

o utilizador, para o reparador, para as seguradoras,<br />

como para outras entidades.<br />

Acham que falta uma mesa associativa<br />

das peças reutilizadas, por exemplo, no<br />

seio de alguma associação?<br />

MM: Não existe de facto nenhuma associação<br />

que represente as peças reutilizadas.<br />

Este setor ainda é visto como o<br />

parente pobre. Mas isso vai mudar.<br />

Quem vende peças novas no aftermarket<br />

olha para as peças reutilizáveis<br />

com desconfiança. O que lhes têm a<br />

dizer nesta altura?<br />

MM: Eu estive muitos anos no setor do<br />

aftermarket e não só, e por isso tenho conhecimento<br />

do que se passa. Atualmente,<br />

para um operador do aftermarket, o negócio<br />

está muito maduro e esmagado. Se<br />

existem oportunidades neste setor, uma<br />

delas será seguramente o setor das peças<br />

reutilizadas.<br />

É um setor que em parte ainda está desorganizado,<br />

mas que tem tido uma aceleração<br />

brutal na sua organização. Tratase<br />

de um setor que já resolve muitos<br />

problemas da reparação, sendo também<br />

um setor que emprega muita gente e que<br />

movimenta muito dinheiro.<br />

Hoje em dia, pode-se definir qualidade<br />

numa peça reutilizável?<br />

LV: Depende. Para muitas peças a inspeção<br />

visual é suficiente para se chegar<br />

à conclusão da sua qualidade, nomeadamente<br />

na colisão. Para outras, como<br />

as peças eletrónicas, muitos centros de<br />

abate já fazem diagnóstico eletrónico ao<br />

carro e comprovam a qualidade da mesma.<br />

Noutras peças, como os elevadores<br />

dos vidros, um teste prático confirma o<br />

seu funcionamento, assim como acontece<br />

com uma caixa de velocidades ou um<br />

motor. Noutras peças não é fácil comprovar<br />

a sua qualidade.<br />

De qualquer maneira, existe a questão<br />

das garantias...<br />

MM: Nós damos garantias de 3 meses,<br />

6 meses ou um ano, conforme as peças.<br />

Mas, na realidade, somos cada vez mais<br />

permissivos em relação às garantias, mas<br />

estamos ainda a aprender. É um setor em<br />

que ainda existe muito vigarice e fraude,<br />

o que nos obriga a ter algum cuidado<br />

com esta questão.<br />

Como é que trabalham as garantias?<br />

LV: Em primeiro lugar, nós temos um<br />

contrato de fornecimento com todos<br />

os nossos fornecedores. Neste contrato<br />

existem regras que têm de ser cumpridas<br />

em termos de garantias, mas os problemas<br />

obviamente que podem acontecer.<br />

Nesse caso acionamos a garantia, fornecendo<br />

uma peça equivalente ao mesmo<br />

nível de preço ou devolvemos o valor da<br />

encomenda. Todos temos a consciência<br />

que estamos a falar de peças reutilizadas.

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