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REVISTA PÓS-VENDA 61

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43<br />

MM: A poupança média de uma peça<br />

reutilizada face a uma nova é na ordem<br />

dos 75% e, por isso, todos temos que<br />

fazer um esforço para fornecer a peça.<br />

Quando o cliente se apercebe que para<br />

além de lhe fornecermos a peça, temos<br />

um serviço logístico e de pós-venda com<br />

resposta, grande parte do ruído que pode<br />

existir desaparece.<br />

As peças reutilizáveis serão sempre uma<br />

solução mais económica para as oficinas?<br />

MM: Não. Muitas vezes o que acontece<br />

é que são a única solução que existe!<br />

LV: Nós trabalhamos peças reutilizadas<br />

numa faixa etária dos veículos que vai dos<br />

3 aos 12 anos. Muitas vezes a vantagem<br />

face ao aftermarket é que estamos a vender<br />

um produto original. Nem sempre<br />

somos a solução mais barata neste casos,<br />

mas quando falamos de peças originais,<br />

sobretudo para carros com mais idade, é<br />

garantido que somos muito mais baratos.<br />

A plataforma B-Parts tornou-se também<br />

numa plataforma de identificação<br />

de peças para os operadores de peças<br />

reutilizadas com que trabalham?<br />

MM: Sem dúvida nenhuma. A B-Parts<br />

tornou-se também numa plataforma em<br />

que os preços estão às claras e, como tal,<br />

acabam por definir os preços de referência<br />

do mercado.<br />

Contribuíram também para a organização<br />

do negócio de peças usadas desses<br />

operadores?<br />

MM: Sim, para bem dos fornecedores<br />

que entraram connosco neste projeto.<br />

Temos a sorte<br />

de estar com o<br />

modelo de negócio<br />

certo na altura<br />

certa de mercado.<br />

Logo ao início, em janeiro de 2015, vocês<br />

restringiram o número de centros<br />

de abate com que trabalhavam (apenas<br />

10). Atualmente a vossa fonte de abastecimento<br />

não são apenas operadores<br />

em Portugal. Como é que evoluiu esta<br />

situação?<br />

MM: Atualmente, temos muitas propostas<br />

de outros operadores para se associarem<br />

à B-Parts, mas a nossa estratégia de<br />

geografia de compras, comporta apenas<br />

mais dois ou três operadores nacionais,<br />

tudo o resto é no estrangeiro. Temos um<br />

gestor de fornecedores, que avalia constantemente<br />

os fornecedores, sabendo se<br />

tem a gama correta, se tem a profundidade<br />

de gama, se tem propensão para o<br />

e-commerce, etc.<br />

Depois avaliamos se um novo fornecedor<br />

não irá roubar espaço a algum dos<br />

que já trabalham connosco, pois temos<br />

a preocupação de fazer crescer a penetração<br />

que temos junto de cada fornecedor<br />

atual, de modo a gerir também a expetativa<br />

de cada um deles.<br />

Agora são 12 fornecedores em Portugal,<br />

mas crescemos muito em Espanha e já<br />

temos outros fornecedores na Alemanha,<br />

Lituânia e Holanda. Estamos neste momento<br />

a estudar mais dois mercados de<br />

compra na Europa.<br />

Para quantos países é que vendem as<br />

vossas peças reutilizadas através da plataforma<br />

www.b-parts.com?<br />

LV: Neste momento, já são 65 os países<br />

para onde vendemos as peças através da<br />

nossa plataforma. Tem vindo a crescer<br />

todos os anos.<br />

O que está pensado para o futuro em<br />

termos de desenvolvimento de negócio,<br />

do ponto de vista geográfico?<br />

MM: O que está planeado é que a Europa<br />

seja o nosso mercado de eleição e onde<br />

queremos continuar a crescer. Contudo,<br />

entendemos que o nosso modelo de negócio<br />

é replicável para outras regiões, o<br />

que obrigará a procurar novos fornecedores,<br />

mas é esse o caminho que queremos<br />

seguir.<br />

Disseram um dia que o vosso maior<br />

concorrente era o IVA. Ainda é assim?<br />

LV: Claro que é. Não o conheço, mas<br />

continua a ser o maior concorrente...<br />

de longe! Fora de brincadeiras, isto é<br />

uma aberração completa, em Portugal<br />

o automóvel paga muitos impostos, até<br />

quando está no processo de desmantelamento.<br />

Depois quando se vai vender as<br />

peças reutilizadas tem novamente 23%<br />

de IVA. Isto é claramente um convite à<br />

clandestinidade.<br />

Em julho anunciaram que tinham sido<br />

adquiridos pela PSA Aftermarket. O que<br />

isto representa para a B-Parts?<br />

MM: No fundo representa o certificar<br />

do trabalho desenvolvimento pela nossa<br />

equipa e pelos nossos fornecedores.<br />

É, sem duvida nenhuma, uma vitória<br />

para os nossos fornecedores. Depois, é<br />

também uma enorme responsabilidade<br />

para a B-Parts.<br />

Temos o terrível hábito de querer superar<br />

as expetativas que têm sobre nós.<br />

Logicamente que a PSA tem também<br />

enorme expetativas sobre o nosso negócio.<br />

Por isso, acreditamos muito que<br />

iremos superar fortemente essas expetativas<br />

que a PSA tem sobre a operação da<br />

B-Parts. Porquê? Porque temos a sorte de<br />

estar com o modelo de negócio certo na<br />

altura certa de mercado.<br />

O que vos pode trazer esta integração<br />

no grupo PSA?<br />

LV: Vai trazer reconhecimento no mercado,<br />

mas vai trazer algo que para nós é<br />

o mais importante, que é, um enorme<br />

potencial de crescimento da empresa.<br />

Isso é muito importante para os nossos<br />

colaboradores, como para os nossos fornecedores<br />

que passam a ter novas expetativas<br />

de aumentar volumes e dessa forma<br />

também melhorarem stock´s e melhorarem<br />

processos.<br />

Em termos de mercado, só o grupo PSA<br />

gere milhares de oficinas na Europa, mais<br />

a rede Eurorepair, o que nos dará uma<br />

forte presença no cliente profissional,<br />

sobretudo fora de Portugal.<br />

Trata-se de mais um passo rumo à estratégia<br />

de internacionalização que<br />

sempre tiveram?<br />

MM: Claramente que sim. Fora de<br />

Portugal, temos uma boa presença no<br />

B2C, pelo que desta forma poderemos<br />

vir a crescer muito no cliente B2B, que<br />

sempre foi a nossa intenção.<br />

A nossa decisão de entrar no grupo PSA<br />

teve essencialmente a ver com o nosso<br />

projeto de futuro.<br />

Houve também uma excelente empatia<br />

com o projeto que nos foi apresentado<br />

pela PSA, que casava perfeitamente com

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