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MM: A poupança média de uma peça<br />
reutilizada face a uma nova é na ordem<br />
dos 75% e, por isso, todos temos que<br />
fazer um esforço para fornecer a peça.<br />
Quando o cliente se apercebe que para<br />
além de lhe fornecermos a peça, temos<br />
um serviço logístico e de pós-venda com<br />
resposta, grande parte do ruído que pode<br />
existir desaparece.<br />
As peças reutilizáveis serão sempre uma<br />
solução mais económica para as oficinas?<br />
MM: Não. Muitas vezes o que acontece<br />
é que são a única solução que existe!<br />
LV: Nós trabalhamos peças reutilizadas<br />
numa faixa etária dos veículos que vai dos<br />
3 aos 12 anos. Muitas vezes a vantagem<br />
face ao aftermarket é que estamos a vender<br />
um produto original. Nem sempre<br />
somos a solução mais barata neste casos,<br />
mas quando falamos de peças originais,<br />
sobretudo para carros com mais idade, é<br />
garantido que somos muito mais baratos.<br />
A plataforma B-Parts tornou-se também<br />
numa plataforma de identificação<br />
de peças para os operadores de peças<br />
reutilizadas com que trabalham?<br />
MM: Sem dúvida nenhuma. A B-Parts<br />
tornou-se também numa plataforma em<br />
que os preços estão às claras e, como tal,<br />
acabam por definir os preços de referência<br />
do mercado.<br />
Contribuíram também para a organização<br />
do negócio de peças usadas desses<br />
operadores?<br />
MM: Sim, para bem dos fornecedores<br />
que entraram connosco neste projeto.<br />
Temos a sorte<br />
de estar com o<br />
modelo de negócio<br />
certo na altura<br />
certa de mercado.<br />
Logo ao início, em janeiro de 2015, vocês<br />
restringiram o número de centros<br />
de abate com que trabalhavam (apenas<br />
10). Atualmente a vossa fonte de abastecimento<br />
não são apenas operadores<br />
em Portugal. Como é que evoluiu esta<br />
situação?<br />
MM: Atualmente, temos muitas propostas<br />
de outros operadores para se associarem<br />
à B-Parts, mas a nossa estratégia de<br />
geografia de compras, comporta apenas<br />
mais dois ou três operadores nacionais,<br />
tudo o resto é no estrangeiro. Temos um<br />
gestor de fornecedores, que avalia constantemente<br />
os fornecedores, sabendo se<br />
tem a gama correta, se tem a profundidade<br />
de gama, se tem propensão para o<br />
e-commerce, etc.<br />
Depois avaliamos se um novo fornecedor<br />
não irá roubar espaço a algum dos<br />
que já trabalham connosco, pois temos<br />
a preocupação de fazer crescer a penetração<br />
que temos junto de cada fornecedor<br />
atual, de modo a gerir também a expetativa<br />
de cada um deles.<br />
Agora são 12 fornecedores em Portugal,<br />
mas crescemos muito em Espanha e já<br />
temos outros fornecedores na Alemanha,<br />
Lituânia e Holanda. Estamos neste momento<br />
a estudar mais dois mercados de<br />
compra na Europa.<br />
Para quantos países é que vendem as<br />
vossas peças reutilizadas através da plataforma<br />
www.b-parts.com?<br />
LV: Neste momento, já são 65 os países<br />
para onde vendemos as peças através da<br />
nossa plataforma. Tem vindo a crescer<br />
todos os anos.<br />
O que está pensado para o futuro em<br />
termos de desenvolvimento de negócio,<br />
do ponto de vista geográfico?<br />
MM: O que está planeado é que a Europa<br />
seja o nosso mercado de eleição e onde<br />
queremos continuar a crescer. Contudo,<br />
entendemos que o nosso modelo de negócio<br />
é replicável para outras regiões, o<br />
que obrigará a procurar novos fornecedores,<br />
mas é esse o caminho que queremos<br />
seguir.<br />
Disseram um dia que o vosso maior<br />
concorrente era o IVA. Ainda é assim?<br />
LV: Claro que é. Não o conheço, mas<br />
continua a ser o maior concorrente...<br />
de longe! Fora de brincadeiras, isto é<br />
uma aberração completa, em Portugal<br />
o automóvel paga muitos impostos, até<br />
quando está no processo de desmantelamento.<br />
Depois quando se vai vender as<br />
peças reutilizadas tem novamente 23%<br />
de IVA. Isto é claramente um convite à<br />
clandestinidade.<br />
Em julho anunciaram que tinham sido<br />
adquiridos pela PSA Aftermarket. O que<br />
isto representa para a B-Parts?<br />
MM: No fundo representa o certificar<br />
do trabalho desenvolvimento pela nossa<br />
equipa e pelos nossos fornecedores.<br />
É, sem duvida nenhuma, uma vitória<br />
para os nossos fornecedores. Depois, é<br />
também uma enorme responsabilidade<br />
para a B-Parts.<br />
Temos o terrível hábito de querer superar<br />
as expetativas que têm sobre nós.<br />
Logicamente que a PSA tem também<br />
enorme expetativas sobre o nosso negócio.<br />
Por isso, acreditamos muito que<br />
iremos superar fortemente essas expetativas<br />
que a PSA tem sobre a operação da<br />
B-Parts. Porquê? Porque temos a sorte de<br />
estar com o modelo de negócio certo na<br />
altura certa de mercado.<br />
O que vos pode trazer esta integração<br />
no grupo PSA?<br />
LV: Vai trazer reconhecimento no mercado,<br />
mas vai trazer algo que para nós é<br />
o mais importante, que é, um enorme<br />
potencial de crescimento da empresa.<br />
Isso é muito importante para os nossos<br />
colaboradores, como para os nossos fornecedores<br />
que passam a ter novas expetativas<br />
de aumentar volumes e dessa forma<br />
também melhorarem stock´s e melhorarem<br />
processos.<br />
Em termos de mercado, só o grupo PSA<br />
gere milhares de oficinas na Europa, mais<br />
a rede Eurorepair, o que nos dará uma<br />
forte presença no cliente profissional,<br />
sobretudo fora de Portugal.<br />
Trata-se de mais um passo rumo à estratégia<br />
de internacionalização que<br />
sempre tiveram?<br />
MM: Claramente que sim. Fora de<br />
Portugal, temos uma boa presença no<br />
B2C, pelo que desta forma poderemos<br />
vir a crescer muito no cliente B2B, que<br />
sempre foi a nossa intenção.<br />
A nossa decisão de entrar no grupo PSA<br />
teve essencialmente a ver com o nosso<br />
projeto de futuro.<br />
Houve também uma excelente empatia<br />
com o projeto que nos foi apresentado<br />
pela PSA, que casava perfeitamente com