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Economia & Mercado Setembro 2020

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contas públicas<br />

SERVIÇO da dívida<br />

também aumentOU<br />

O CIP chama atenção para a<br />

necessidade de o Estado rever<br />

as formas mais vantajosas de<br />

endividamento para não comprometer<br />

o investimento na provisão do bemestar<br />

das populações.<br />

Em mil milhões de meticais<br />

dívida externa<br />

dívida interna<br />

total<br />

6,4<br />

9,5<br />

4,7<br />

5,7<br />

11,1<br />

15,2<br />

1º Sem. 2019<br />

1º Sem.<strong>2020</strong><br />

“A assistência social no âmbito do Covid-19 foi colocada numa<br />

rubrica denominada ‘Demais Transferências a Famílias’,<br />

que não capta o esforço do Governo no apoio aos carenciados<br />

rais que afectam os rácios inicialmente<br />

previstos, através de um orçamento<br />

rectificativo, os documentos orçamentais<br />

não irão trazer informação<br />

suficientemente realista e aberta para<br />

que a sociedade capte o nível de esforço<br />

do Governo em acções para fazer<br />

face à Covid-19, o que é problemático<br />

num contexto que se exige maior<br />

transparência”, alerta o CIP.<br />

A instituição lamenta, igualmente, o<br />

facto de o Relatório de Execução Orçamental<br />

começar com uma explicação<br />

do desempenho que, no seu entender,<br />

enfatiza tudo menos o Covid-19. E<br />

exemplifica: “A execução do primeiro<br />

semestre foi influenciada negativamente<br />

pela seca que vem assolando<br />

a zona Sul desde o ano transacto, pela<br />

ocorrência de chuvas anormais em<br />

algumas províncias das regiões Centro<br />

e Norte do País, registadas no primeiro<br />

trimestre, tudo aliado à instabilidade<br />

militar nas Zonas Centro e Norte<br />

do País, afectando negativamente<br />

os sectores de actividades agro-pecuárias,<br />

infra-estruturas sociais e o<br />

comércio”, concluiu.<br />

Preservar a confiança dos parceiros externos<br />

A boa notícia extraída pelo CIP é que,<br />

“em relação ao financiamento do orçamento,<br />

destaca-se o desembolso do<br />

Apoio ao Orçamento no montante de<br />

20,7 mil milhões de meticais, referente<br />

aos 309 milhões de dólares do FMI. Nota-se<br />

que o nível de execução dos desembolsos<br />

do financiamento via Conta<br />

Única do Tesouro (CUT) se sobrepõe<br />

aos efectuados fora da CUT, com 56,8%<br />

e 43,2% respectivamente. Isto pode ser<br />

um indicador de que se pode estar a<br />

reverter o cenário de falta de confiança<br />

por parte dos parceiros movida pela<br />

necessidade de apoiar o País a fazer<br />

face à pandemia”. No entanto, esta<br />

vantagem pode ficar diluída se “este<br />

cenário não for acompanhado por um<br />

esforço do Governo em melhorar os níveis<br />

de transparência”.<br />

O que nos deve trazer a Proposta do OE 2021?<br />

O CIP sugere que o ideal é que este<br />

documento venha enriquecido pelo<br />

facto de o Cenário Fiscal de Médio<br />

Prazo 2021 a 2023 já ter sido produzido.<br />

Ou seja, já há bases sólidas para as<br />

projecções e de modo a garantir consistência<br />

entre os documentos. Por<br />

exemplo, nas tabelas que apresentam<br />

as classificações da despesa funcional,<br />

económica e administrativa sugere-se<br />

que se apresentem as projecções para,<br />

pelo menos os dois anos subsequentes<br />

cobertos pelo Cenário Fiscal de Médio<br />

Prazo, O mesmo serve para Receitas.<br />

As projecções para os anos subsequentes<br />

são úteis para dar credibilidade<br />

às projecções do Governo. Além disso,<br />

a Proposta do OE 2021 deve trazer<br />

um balanço detalhado da execução dos<br />

recursos recebidos e gastos no âmbito<br />

do Covid-19 no ano <strong>2020</strong>, bem como a<br />

justificação por detrás da definição dos<br />

limites de endividamento e emissão de<br />

garantias do Estado. Deve ainda mostrar<br />

as projecções da inflação, taxa de<br />

juro e crescimento do PIB real de forma<br />

mais informativa e acompanhada<br />

de uma fundamentação. Neste contexto,<br />

em vez de só reproduzir as projecções<br />

que estavam na Lei para o Orçamento<br />

do Estado para <strong>2020</strong>, dever-se-<br />

-ia usar as estimativas mais recentes.<br />

Por exemplo, o Governo, no dia 26 de<br />

Agosto de <strong>2020</strong>, reviu a taxa de crescimento<br />

real do PIB para 0,8%, em vez de<br />

2,2%. Esta nova taxa deve ser a base<br />

para as projecções de 2021 com informação<br />

detalhada sobre os pressupostos<br />

por detrás desta projecção.<br />

www.economiaemercado.co.mz | <strong>Setembro</strong> <strong>2020</strong><br />

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