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de Hugh Brown, não coube<br />
apenas pensar e implementar<br />
o projecto. Quando lá<br />
chegaram, faltava um “pouco<br />
de tudo” na região. Além<br />
de parcerias para edificar<br />
as infra-estruturas, foi necessário<br />
abrir vias de acesso<br />
no interior da área de<br />
conservação – um processo<br />
marcado pelas<br />
dificuldades no transporte,<br />
de barco, de cerca de 40<br />
mil toneladas de materiais<br />
de construção. “As comunidades<br />
locais aqui sempre<br />
foram uma prioridade para<br />
o projecto”, salienta Brown.<br />
“Procuramos sempre apoiar<br />
as pessoas. Mesmo quando<br />
estávamos a construir,<br />
foram os pescadores que<br />
transportaram tudo e, consequentemente,<br />
ganharam<br />
muito dinheiro.” Para Gabriel<br />
Zivane, chefe da comunidade<br />
de Chingunguene, a<br />
cerca de 20 quilómetros do<br />
centro do Santuário, o crescimento<br />
daquela região<br />
após o projecto é incalculável,<br />
a contar pelo facto de<br />
as populações estarem mais<br />
conscientes da importância<br />
da conservação. “Hoje, graças<br />
a este projecto, temos<br />
escolas aqui. Eu não pude ir<br />
à escola, mas hoje os meus<br />
netos podem. Além disso,<br />
eles ensinaram-nos que temos<br />
de cuidar dos animais”,<br />
observa Zivane. A área tem<br />
estado no radar de pesquisadores<br />
internacionais. Recentemente,<br />
Brown dirigiu<br />
uma equipa que esteve a<br />
analisar a biodiversidade<br />
marinha e costeira daquela<br />
área, numa pesquisa multidisciplinar<br />
que se estendeu<br />
às ilhas Primeiras e<br />
Segundas e que envolveu<br />
a Universidade Pedagógica<br />
de Moçambique. “As constatações<br />
preliminares são<br />
claras. Esta parte de Vilanculos<br />
tem uma biodiversidade<br />
riquíssima e única,<br />
que merece ser preservada”,<br />
conclui o empresário.<br />
texto ESTÊVÃO AZARIAS<br />
CHAVISSO<br />
fotografia D.R.<br />
O Santuário alberga algumas das mais importantes<br />
espécies de Moçambique. Vale a pena ir... e ficar<br />
ROTEIRO<br />
Como ir<br />
Voe com a LAM até Vilanculos<br />
e organize o transfer para o<br />
Santuário directamente com os<br />
hotéis. A ligação faz-se de barco<br />
e dura cerca de 40 minutos.<br />
ONDE DORMIR<br />
Existem duas unidades<br />
hoteleiras no Santuário: Dugong<br />
Beach Lodge e Pambele Beach<br />
House.<br />
Onde comer<br />
Os hotéis referenciados têm<br />
restaurantes, com um cardápio<br />
em que predominam os<br />
mariscos. Destaque para o caril<br />
de caranguejo, servido com<br />
matapa.<br />
O QUE FAZER<br />
Além de visitar pontos com<br />
uma beleza turística única e<br />
ver animais, é possível praticar<br />
desportos náuticos, incluindo<br />
passeios de barco e pesca<br />
desportiva.<br />
www.economiaemercado.co.mz | <strong>Setembro</strong> <strong>2020</strong><br />
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