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empresas<br />
“Xiphefu”, uma pequena<br />
luz que se transforma<br />
em grande holofote<br />
Utilizar electrodomésticos com controlo remoto já não é assim tão novo, mas<br />
permitir melhor qualidade de vida a custos reduzidos nunca deixará de ser<br />
notícia! E aqui vai mais uma boa história de se partilhar<br />
BEmpresa<br />
Output Tech Solutions<br />
Ano de criação<br />
2018<br />
FUNDADORes<br />
Jessen e Nilza Sengulane<br />
Produto<br />
Xiphefu<br />
Colaboradores<br />
6<br />
a<br />
output tech solutions<br />
é uma empresa jovem<br />
moçambicana do ramo das<br />
tecnologias, que promete<br />
fazer a diferença no mercado<br />
trazendo novas soluções<br />
e criando facilidades para o controlo<br />
de energia eléctrica. Trata-se de<br />
uma startup que surgiu depois de ela<br />
própria provar que é possível reduzir<br />
em até 30% os custos de energia eléctrica.<br />
Hoje, esta ideia assumiu uma identidade<br />
típica de Moçambique – Xiphefu,<br />
um termo em tsonga, língua falada no<br />
sul do País, e que significa lamparina. É,<br />
essencialmente, um serviço de controlo<br />
remoto sobre o consumo de electricidade<br />
em residências e empresas a partir<br />
de qualquer canto do mundo, sendo<br />
também o maior produto de negócio<br />
da Output Tech Solutions. A ideia de<br />
criar o Xiphefu foi concebida “quando<br />
eu estava a fazer o trabalho final<br />
de curso, em 2012, e quis baixar o consumo<br />
de energia na minha casa”, conta<br />
o engenheiro informático e co-fundador<br />
da startup, Jessen Sengulane.<br />
Por várias razões, o projecto chegou a<br />
ser abandonado ainda no ano da sua<br />
concepção. Entretanto, “em 2016, vi um<br />
vídeo onde alguns brasileiros já utilizavam<br />
a tecnologia com um aplicativo<br />
no telemóvel, e então decidi voltar<br />
a pegar no projecto e em menos de seis<br />
meses já conseguia ligar e desligar a<br />
lâmpada com um telemóvel através<br />
do bluetooth”.<br />
O tempo passou e o sistema evoluiu.<br />
O jovem Jessen Sengulane inovou até<br />
que conseguiu que o dispositivo Xiphefu<br />
(que cabe na palma da mão e é de<br />
fácil instalação) passasse a receber e<br />
aceitar comandos através de serviços<br />
Texto Emídio Massacola • Fotografia Mariano Silva<br />
de mensagem SMS, uma solução muito<br />
mais barata em comparação com o uso<br />
de dados. Mais ainda, o Xiphefu recebeu<br />
autonomia para, através de agendamentos,<br />
reagir a comandos, incluindo<br />
os de voz. E isto já pode ser feito com<br />
recurso ao aplicativo Xiphefu, que está<br />
a ser programado para funcionar em<br />
vários sistemas operativos.<br />
Em 2017, Sengulane foi convidado<br />
para apresentar o projecto num concurso<br />
aqui em Moçambique, mas dele<br />
não arrecadou qualquer prémio. No<br />
ano seguinte, já a pensar em desistir e<br />
mudar de negócio, “porque trabalhava<br />
arduamente e não via resultados”, eis<br />
que lhe surge um convite para apresentar<br />
o projecto na African Week realizada<br />
pela UNESCO em 2019, em Paris,<br />
sob indicação do Ministério da Ciência<br />
e Tecnologia. Na França, o projecto<br />
foi um dos mais visitados havendo até<br />
quem quisesse comprar o Xiphefu, e… o<br />
resto é história.<br />
Já em <strong>Setembro</strong> de 2019, a startup foi<br />
indicada para participar da ITU Telecom<br />
World 2019 na Hungria e, no meio<br />
de 150 empresas de 40 países, foi finalista<br />
de uma das categorias, sendo que no<br />
dia da decisão recebeu um prémio de<br />
reconhecimento de “Projecto de Grande<br />
Impacto Social” concorrendo, para<br />
isso, o facto de ser de baixo custo. A<br />
startup comercializa dois dispositivos<br />
Xiphefu, o de menor capacidade por 2<br />
800 meticais e o de maior capacidade<br />
por 3500 meticais.<br />
Nestes tempos de Covid-19, o Xiphefu foi<br />
adaptado para funcionar como spray<br />
em túneis de desinfecção criados pela<br />
startup, que incluem sensores automáticos<br />
utilizados também para lavagem<br />
das mãos.<br />
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www.economiaemercado.co.mz | <strong>Setembro</strong> <strong>2020</strong>