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Economia & Mercado Setembro 2020

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empresas<br />

“Xiphefu”, uma pequena<br />

luz que se transforma<br />

em grande holofote<br />

Utilizar electrodomésticos com controlo remoto já não é assim tão novo, mas<br />

permitir melhor qualidade de vida a custos reduzidos nunca deixará de ser<br />

notícia! E aqui vai mais uma boa história de se partilhar<br />

BEmpresa<br />

Output Tech Solutions<br />

Ano de criação<br />

2018<br />

FUNDADORes<br />

Jessen e Nilza Sengulane<br />

Produto<br />

Xiphefu<br />

Colaboradores<br />

6<br />

a<br />

output tech solutions<br />

é uma empresa jovem<br />

moçambicana do ramo das<br />

tecnologias, que promete<br />

fazer a diferença no mercado<br />

trazendo novas soluções<br />

e criando facilidades para o controlo<br />

de energia eléctrica. Trata-se de<br />

uma startup que surgiu depois de ela<br />

própria provar que é possível reduzir<br />

em até 30% os custos de energia eléctrica.<br />

Hoje, esta ideia assumiu uma identidade<br />

típica de Moçambique – Xiphefu,<br />

um termo em tsonga, língua falada no<br />

sul do País, e que significa lamparina. É,<br />

essencialmente, um serviço de controlo<br />

remoto sobre o consumo de electricidade<br />

em residências e empresas a partir<br />

de qualquer canto do mundo, sendo<br />

também o maior produto de negócio<br />

da Output Tech Solutions. A ideia de<br />

criar o Xiphefu foi concebida “quando<br />

eu estava a fazer o trabalho final<br />

de curso, em 2012, e quis baixar o consumo<br />

de energia na minha casa”, conta<br />

o engenheiro informático e co-fundador<br />

da startup, Jessen Sengulane.<br />

Por várias razões, o projecto chegou a<br />

ser abandonado ainda no ano da sua<br />

concepção. Entretanto, “em 2016, vi um<br />

vídeo onde alguns brasileiros já utilizavam<br />

a tecnologia com um aplicativo<br />

no telemóvel, e então decidi voltar<br />

a pegar no projecto e em menos de seis<br />

meses já conseguia ligar e desligar a<br />

lâmpada com um telemóvel através<br />

do bluetooth”.<br />

O tempo passou e o sistema evoluiu.<br />

O jovem Jessen Sengulane inovou até<br />

que conseguiu que o dispositivo Xiphefu<br />

(que cabe na palma da mão e é de<br />

fácil instalação) passasse a receber e<br />

aceitar comandos através de serviços<br />

Texto Emídio Massacola • Fotografia Mariano Silva<br />

de mensagem SMS, uma solução muito<br />

mais barata em comparação com o uso<br />

de dados. Mais ainda, o Xiphefu recebeu<br />

autonomia para, através de agendamentos,<br />

reagir a comandos, incluindo<br />

os de voz. E isto já pode ser feito com<br />

recurso ao aplicativo Xiphefu, que está<br />

a ser programado para funcionar em<br />

vários sistemas operativos.<br />

Em 2017, Sengulane foi convidado<br />

para apresentar o projecto num concurso<br />

aqui em Moçambique, mas dele<br />

não arrecadou qualquer prémio. No<br />

ano seguinte, já a pensar em desistir e<br />

mudar de negócio, “porque trabalhava<br />

arduamente e não via resultados”, eis<br />

que lhe surge um convite para apresentar<br />

o projecto na African Week realizada<br />

pela UNESCO em 2019, em Paris,<br />

sob indicação do Ministério da Ciência<br />

e Tecnologia. Na França, o projecto<br />

foi um dos mais visitados havendo até<br />

quem quisesse comprar o Xiphefu, e… o<br />

resto é história.<br />

Já em <strong>Setembro</strong> de 2019, a startup foi<br />

indicada para participar da ITU Telecom<br />

World 2019 na Hungria e, no meio<br />

de 150 empresas de 40 países, foi finalista<br />

de uma das categorias, sendo que no<br />

dia da decisão recebeu um prémio de<br />

reconhecimento de “Projecto de Grande<br />

Impacto Social” concorrendo, para<br />

isso, o facto de ser de baixo custo. A<br />

startup comercializa dois dispositivos<br />

Xiphefu, o de menor capacidade por 2<br />

800 meticais e o de maior capacidade<br />

por 3500 meticais.<br />

Nestes tempos de Covid-19, o Xiphefu foi<br />

adaptado para funcionar como spray<br />

em túneis de desinfecção criados pela<br />

startup, que incluem sensores automáticos<br />

utilizados também para lavagem<br />

das mãos.<br />

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www.economiaemercado.co.mz | <strong>Setembro</strong> <strong>2020</strong>

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