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Detetar Fragilidades e Oportunidades para Bragança

Análise da influência do comércio tradicional no turismo, comunidade e desenvolvimento local

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ocupação local, é de todo plausível que também esta<br />

freguesia tivesse conhecido um povoamento pelo menos<br />

proto-histórico, a julgar pelo menos a abundância relativa<br />

de estações castrejas recenseadas pelas limítrofes<br />

Carrazedo, Nogueira e Rebordãos.<br />

Este percurso inicia-se e termina em Refoios, devendo ser<br />

feito no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio.<br />

A Igreja de Refoios (invocando a N. Sra. do Ó) será talvez a<br />

mais imponente da freguesia, com sua graciosa traça ao<br />

gosto barroco que se há-de prever setecentista. Na<br />

frontaria, rematada ao alto por enorme campanário de<br />

tripla sineira, destaca-se o correspondente portal, de<br />

robusta arquitrave dupla e encimado por um frontão<br />

interrompido por caprichosas volutas enquadrando um<br />

nicho central (atualmente vazio). Pelo último quartel do<br />

século passado, Pinho Leal aludia a duas capelas públicas<br />

invocadas a S. Sebastião, uma “no Zoio” e a outra em<br />

Refoios (já então arruinada), <strong>para</strong> além de um templete<br />

particular na Casa dos Ferreiras, em Refoios.<br />

PERCURSO RIO DE ONOR<br />

Abrangendo uma área considerável, incluída no<br />

perímetro do Parque Natural de Montesinho, esta<br />

freguesia partilha o nome com o rio que a atravessa, no<br />

sentido norte-sul, tornando-se posteriormente tributário<br />

do Sabor.<br />

É precisamente aí, junto à linha da fronteira setentrional,<br />

que assenta o povoado principal, bem conhecida pelas<br />

suas peculiaridades e sobrevivências de um ancestral<br />

comunitarismo agro-pastoril, a esbater-se já no decurso<br />

inexorável dos tempos.<br />

Com uma orografia montanhosa e planáltica, registando<br />

uma altitude média na or-dem dos 750 metros, Rio de<br />

Onor inclui, porém, um extenso trecho de vale, aberto,<br />

amplo e aprazível, banhado pelo Onor e protegido pelas<br />

imponentes Serras de Montesinho (a poente), Sanábria (a<br />

norte) e Guadramil (a nascente).<br />

Com as suas típicas casas de xisto, de paredes escuras,<br />

sem reboco e de aparelho miúdo, as aldeias desta<br />

freguesia preservam um carácter arcaico e rústico,<br />

“casando” perfeitamente com a belíssima paisagem<br />

natural. Rio de Onor é um caso emblemático, reforçado<br />

pela sua posição fronteiriça, com a homónima espanhola<br />

– Rihonor de Castilla – ali à distância de uns passos,<br />

se<strong>para</strong>da apenas pelo rio (que não chega a ser obstáculo,<br />

pois é vencido por esplêndida ponte medieval de<br />

alvenaria e múltiplos arcos).<br />

PERCURSO VIAS AUGUSTAS<br />

Conquistado pelas tropas romanas nos finais do séc. I a.C.,<br />

o território da atual região transmontana terá sido alvo de<br />

um processo de reordenamento em que os anteriores<br />

povoados fortificados foram romanizados ou<br />

abandonados, a autossuficiência deu lugar a uma<br />

economia de mercado baseada no uso da moeda, na<br />

intensificação agropecuária e exploração da riqueza<br />

mineira, ao qual não terá sido alheia uma nova ordem<br />

social, política e religiosa.<br />

Foi criada uma intensa rede viária, cujo eixo principal,<br />

nesta região, era a via que ligava Bracara Augusta (Braga)<br />

a Asturica Augusta (Astorga) por Aquae Flaviae (Chaves),<br />

tomando o sentido geral este-oeste, num total de 247<br />

milhas, ao longo da qual existiram dezenas de miliários.<br />

O seu traçado percorre os atuais concelhos portugueses<br />

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