Detetar Fragilidades e Oportunidades para Bragança
Análise da influência do comércio tradicional no turismo, comunidade e desenvolvimento local
Análise da influência do comércio tradicional no turismo, comunidade e desenvolvimento local
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RECURSOS<br />
CULTURAIS E<br />
TRADICIONAIS<br />
Nos últimos anos <strong>Bragança</strong> tem promovido uma<br />
verdadeira exaltação da figura e de todos os rituais<br />
associados aos Caretos. Estas figuras peculiares, coloridas,<br />
atrevidas e quase diabólicas, fazem parte das tradições da<br />
boa parte das aldeias do concelho.<br />
Devido ao despovoamento e muitas vezes ausência de<br />
jovens <strong>para</strong> manter os grupos de Caretos vivos, em muitas<br />
localidades foram, pouco a pouco, desaparecendo.<br />
Com revitalizar a sua importância, ao fazer destas figuras<br />
protagonistas principais nos eventos mais significativos<br />
da cidade, nas receções a entidades “oficias”, os caretos<br />
forma renascendo e a sua presença nas aldeias<br />
consolidou-se.<br />
Os Caretos e as Máscaras forma alvo de uma candidatura<br />
protagonizada pelo Agrupamento de Cooperação<br />
Transfronteiriça ZASNET, <strong>para</strong> o seu reconhecimento pela<br />
UNESCO como Património Imaterial da Humanidade.<br />
Falta de diálogo, de coordenação ou entendimento,<br />
talvez, fez com que Podence, no concelho de Macedo de<br />
Cavaleiros, avançasse com uma candidatura semelhante,<br />
de forma isolada, e conseguiu em 2019 que os Caretos de<br />
Podence recebessem a tão ansiada chancela da UNESCO.<br />
Mas mesmo que <strong>Bragança</strong> não possa “ostentar” este selo<br />
da UNESCO, o efeito de contágio que advém da conquista<br />
dos Caretos de Podence, pode e deve ser aproveitado<br />
pelos territórios vizinhos, que devem promover a<br />
diversidade, mesmo de uma temática que é única e que é<br />
comum não só a vários concelhos transmontanos como<br />
também aos municípios fronteiriços da vizinha Espanha.<br />
Os Caretos e as Máscaras são os elementos fundamentais<br />
dos rituais das Festas de Inverno que, na verdade, são as<br />
celebrações, mas originais de que o concelho dispõe e<br />
que são mais “um produto” <strong>para</strong> potencializar<br />
turisticamente.<br />
FESTAS DE INVERNO (CARETOS)<br />
“A origem dos mascarados liga-se ao culto dos<br />
antepassados, considerados detentores privilegiados de<br />
poderes sobre as bases essenciais da sobrevivência do<br />
indivíduo no plano físico e mental, velando pela<br />
fertilidade dos campos, pela fecundidade dos homens e<br />
dos animais, pela manutenção da lei cívica e moral, e da<br />
origem por eles modelada e estabelecida. O mascarado<br />
assume-se como a personagem central, em torno da qual<br />
toda a ação festiva se desenrola, desempenhando os mais<br />
variados papéis, consoante o determina a tradição e ritual<br />
de cada lugar.<br />
A máscara é um elemento que, temporal e<br />
espacialmente, conhece uma enorme representação e<br />
um universalismo que nenhum outro testemunho<br />
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