Detetar Fragilidades e Oportunidades para Bragança
Análise da influência do comércio tradicional no turismo, comunidade e desenvolvimento local
Análise da influência do comércio tradicional no turismo, comunidade e desenvolvimento local
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epresenta um perigo <strong>para</strong> o turismo, sobretudo <strong>para</strong><br />
turistas que possam frequentar esta zona na realização de<br />
outro tipo de atividades. Impõe-se, portanto, transformar<br />
esta mais-valia, numa fonte de atração turística e não<br />
numa mancha na ordenação do turismo no território.<br />
PATRIMÓNIO<br />
Que dizer da Domus Municipalis de <strong>Bragança</strong>, único<br />
exemplar de arquitetura civil em estilo Românico na<br />
Península Ibérica, do castelo de bragança e todo o<br />
perímetro muralhado, a porta do sol e a porta da traição, a<br />
torre da princesa e as lendas que a crença popular criou<br />
em torne deste monumento.<br />
Que dizer da Basílica Menor de Santo Cristo de Outeiro,<br />
cuja construção iniciou em 1698 em resultado de um<br />
milagre ocorrido numa pequena capela que se encontra<br />
ao lado, o santuário de Santo Cristo.<br />
E do Mosteiro de Castro de Avelãs, monumento nacional e<br />
exemplar único do estilo arquitetónico românico-<br />
-moçárabe em Portugal, em que sobressai a traça com<br />
tijolo maciço herdada da vizinha região espanhola de<br />
Castela e Leão.<br />
São exemplos do valor incalculável do património<br />
edificado em <strong>Bragança</strong>, todo ele envolto em lendas e<br />
crenças que o enriquecem e o tornam único.<br />
Estes valores, que diferenciam a região, têm de ser<br />
comunicados como um atrativo único, que permite a<br />
realização de programas individuais, em grupo, ou em<br />
família, que se encaixam e enriquecem qualquer pacote<br />
de promoção do território.<br />
A cidadela de <strong>Bragança</strong>, cuja construção se encontra<br />
protegida pelas espetaculares muralhas, que numa<br />
perspetiva aérea desenham um coração, é talvez o<br />
elemento central e o conjunto de maior atratividade na<br />
região. Mas impõe-se que o turista não fique pela cidadela,<br />
tem de descer a rua da Costa Grande e mergulhar em todo<br />
o centro histórico.<br />
Tem de tomar caminho em direção às aldeias, onde se<br />
destaca o património religioso, mas também os sítios<br />
arqueológicos, as esculturas morfológicas, os pelourinhos,<br />
entre tantas outras coisas.<br />
O património da região de <strong>Bragança</strong> contraria as<br />
afirmações de que “os motivos de interesse no município<br />
podem ser vistos num dia”. Não é certo. Uma visitação<br />
adequada e informada impõe mais tempo, exige<br />
observação, contemplação, exige que se escutem as<br />
histórias associadas aos lugares.<br />
E este património edificado, em muitos casos, oferece<br />
atualmente riquíssimos interiores, espaços de<br />
conhecimento, de preservação de memória, de<br />
enriquecimento cultural. É assim no próprio castelo, cuja<br />
torre principal acolhe o Museu Militar, é assim com o<br />
Museu da Máscara, o Museu Abade Baçal, o Museu dos<br />
Sefarditas, o Centro de Arte Contemporânea Graça Morais<br />
e tantos outros lugares.<br />
GASTRONOMIA<br />
A gastronomia obriga a criar um discurso sobre os<br />
prazeres da mesa, os prazeres dos sentidos, onde o<br />
paladar, o olhar (porque os olhos também comem) e o<br />
olfato assumem o papel principal.<br />
A gastronomia em Trás-os-Montes é tributária da própria<br />
cultura, dos produtos da terra e do saber fazer que se foi<br />
perpetuado ao longo de gerações.<br />
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