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Detetar Fragilidades e Oportunidades para Bragança

Análise da influência do comércio tradicional no turismo, comunidade e desenvolvimento local

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zinco é mais variado, incluindo igualmente, caldeiras <strong>para</strong><br />

idêntico uso ao das de cobre, mas também cântaros,<br />

candeias, almotolias, funis e regadores <strong>para</strong> a rega dos<br />

hortos.O Artesanato estava também e continua ligado às<br />

Festas, e, provavelmente, esta é o único segmento, a<br />

produção de máscaras, onde o número de artesãos<br />

(ainda que apenas nas horas livres), tem vindo a<br />

aumentar. A peculiaridade e originalidade da tradição<br />

das Festas de Inverno e dos caretos motivou alguns<br />

artesãos a produzir estas máscaras, em folha-de-flandres<br />

ou madeira, com uma finalidade, essencialmente,<br />

decorativa.<br />

A cestaria artesanal continua viva em algumas aldeias,<br />

sendo óbvia a sua importância numa sociedade rural<br />

onde os trabalhos agrícolas e as lides domésticas são as<br />

principais atividades. Atualmente, também na cestaria, as<br />

peças produzidas têm uma finalidade meramente<br />

decorativa. Os tecidos de linho e lã, a par do algodão e<br />

trapos, têm aplicações diversas ligadas ao vestuário, de<br />

trabalho e de lazer, e ao uso doméstico como lençóis de<br />

linho, mantas de trapos, cobertores de lã e colchas de<br />

linho, de lã ou de algodão. Nos dias de hoje, estas<br />

confeções foram-se convertendo em relíquias e só, de<br />

quando em vez, são utilizadas em festas e romarias ou<br />

noutras manifestações mais folclóricas.<br />

COMÉRCIO LOCAL<br />

O comércio em <strong>Bragança</strong> está muito mais dependente<br />

do consumo local do que da vinda de visitantes e turistas,<br />

com a ressalva <strong>para</strong> os visitantes da vizinha Espanha que<br />

nos últimos anos se deslocavam a <strong>Bragança</strong> com dois<br />

propósitos bem definidos: fazer compras e comer.<br />

Porque estamos a falar maioritariamente de pequenos<br />

estabelecimentos, microempresas, de cariz familiar,<br />

qualquer quebra no consumo tem um enorme reflexo<br />

em caixa. Mas pela mesma razão são negócios, sobretudo<br />

pelo seu cariz familiar, que conseguem “aguentar” e<br />

superar melhor a crise.<br />

Há muito medo e uma enorme apreensão atualmente no<br />

comércio em geral. As escassas casas que vendem<br />

produtos endógenos, já transformados, não têm sentido<br />

tanto a quebra, notando-se que é crescente a apetência<br />

dos visitantes e turistas <strong>para</strong> comprar produtos<br />

exclusivos, de elevada qualidade, se possíveis certificados.<br />

Estes espaços de venda de produtos locais percebem a<br />

necessidade de adequar o seu funcionamento à procura<br />

e abrem portas aos fins-de-semana e feriados, quando há<br />

mais movimento na cidade e quando o comércio geral<br />

está fechado. São casos de sucesso que demonstram que<br />

os produtos endógenos da região são um elemento<br />

fulcral <strong>para</strong> o turismo.<br />

Outra forma de provar os produtos locais é comer nos<br />

restaurantes da terra. Na generalidade abastecem-se no<br />

território, desde os legumes às carnes, e a matéria prima<br />

que com arte confecionam e colocam à mesa, faz a<br />

diferença e é até motivo <strong>para</strong> que muitos visitantes<br />

venham a <strong>Bragança</strong> propositadamente <strong>para</strong> comer.<br />

Os restaurantes da zona histórica da cidade não estão a<br />

sentir tanto a crise, porque a procura continua, apesar da<br />

limitação nos lugares de que dispõe dentro do próprio<br />

restaurante.<br />

Fora do centro his tórico o comércio em geral está a sofrer<br />

fortes quebras porque o consumo local diminuiu<br />

drasticamente, ao reduzir o convívio, ao condicionar a<br />

permanência nos espaços, a comunidade adotou uma<br />

postura defensiva frequentando o comércio exclusivamente<br />

à medida das necessidades.<br />

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