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Rollo Tomasi (2013), O Homem Racional - PT-BR

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um homem capaz de prover para o filho para ela. Eu não vou falar sobre o aspecto

biopsicológico de por que esse é um impulso tão importante para as mulheres (e os

homens em alguns casos). Ao invés disso, vou me concentrar em certas convenções, o

modo como elas operam, e sua função operacional latente.

Vergonha

Talvez a forma mais fácil e reconhecível de convenção social seja a vergonha. Não

apenas isso, mas é também a mais facilmente empregável e a mais amplamente aceita -

não apenas por mulheres de todas as idades e descrições, mas também pela cultura

popular e pela mídia.

Exemplos:

- Os homens devem namorar mulheres da mesma idade.

- Os homens não devem ser tão "superficiais" a ponto de afastar as mães solteiras como

parceiras de longo prazo viáveis.

- Os homens têm "egos frágeis" que precisam de afirmação constante de um jeito quase

infantil.

- Os homens se sentem ameaçados por mulheres "bem-sucedidas".

Além de serem mitos popularizados, todos são manipulações sutis (e não tão sutis) da

vergonha. Cada um é uma convenção social operativa que coloca um homem em uma

posição de ter que viver de acordo com um padrão idealizado que simultaneamente

eleva o padrão para uma mulher, colocando-a em uma melhor posição de seleção sexual

e, em alguns casos, nivelando o campo no que diz respeito à dinâmica da competição

feminina (isto é, mães solteiras, mulheres mais velhas e profissionais devem ser tão

sexualmente comercializáveis quanto as mulheres mais jovens que os homens preferem

biologicamente).

O efeito "raso" - o mito útil da superficialidade.

Eu estou mencionando isso como um aparte da metodologia da vergonha, já que me

parece ser a raiz da convenção da vergonha. Em todos os exemplos acima (ou

sintomas), a carga de expectativa que é colocada sobre um homem vem com a ameaça

de ser percebido como “raso” ou superficial. Em outras palavras, o próprio

questionamento se um homem deve ou não namorar uma mãe solteira vem com a

ameaça velada de ter mulheres (mães ou não) dizendo ao homem questionador que ele é

"superficial". Esse efeito "superficial" é tão difundido em tantos CFPs que eu

aconselhei, jovens e velhos, que acaba se tornando uma defesa padrão automática.

Mesmo sob condições de completo anonimato, o Efeito Raso se torna tão ego-investido

em sua personalidade que apenas o potencial de ser percebido como “superficial” é

subconscientemente evitado.

Este é um grande obstáculo na transição da CFP para a masculinidade positiva. Todos

os CFPs inicialmente riem da técnica PUA (Arrogante e Engraçado, Peacocking, Neg

Hits, etc.) porque carregam o potencial de serem percebidos como "superficiais". A

verdade é que, individualmente, somos apenas tão superficiais quanto as nossas

autopercepções permitem, mas o Efeito Raso é uma convenção útil, desde que mantenha

os homens duvidando de sua ingenuidade e auto-validade em troca da intimidade das

mulheres.

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