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O PARADOXO DO COMPROMETIMENTO
O conceito de comprometimento é uma utilidade fantástica para as mulheres. Os
homens podem ser simultaneamente envergonhados por não aderirem a um
comprometimento que as beneficie e ainda serem envergonhados por aderirem
firmemente a um comprometimento que não o faz. A convenção social é tão
desenvolvida que até há um termo bonito para ela: "comprometimento-fóbico".
Há um controle interessante da mensagem aqui. O princípio do comprometimento é
moldado na perfeição centrada no feminino. A ideia é que o comprometimento só deve
ter significado em uma realidade definida pelo feminino. Ironicamente, são os Homens
que se comprometem muito mais facilmente com ideais, família, forças armadas,
empreendimentos comerciais ou parcerias, e servidão do que as mulheres têm a
capacidade de apreciar, porque reconhecer isso não serve ao seu imperativo. Em outras
palavras, um comprometimento com qualquer coisa que não beneficie diretamente o
feminino não é comprometimento. A resposta? Redefina o comprometimento para que
reflita exclusivamente os interesses femininos.
Sempre que entro nesses debates sobre a infidelidade (embora geralmente da
perspectiva masculina), e se torna um menage à trois imoral/amoral/moralista, eu me
pergunto, qual é o maior imperativo “moral”:Permanecer fiel ao seu comprometimento
moralmente comprometido com o seu cônjuge, apesar de um parceiro sem amor, sem
paixão, sem sexo, ou quebrar esse comprometimento, a fim de buscar a obrigação e o
comprometimento que você deve a si mesmo como um homem "superior" merecedor de
uma parceira de melhor "qualidade"?
O que tem prioridade moral, um comprometimento consigo mesmo ou um
comprometimento com o casamento? Veja, é fácil acenar a bandeira da autojustificação
quando a questão é o certo contra o errado. É muito mais difícil quando a questão é o
certo contra o certo. Não tenho dúvidas de que todas as respostas a isso serão
inteiramente circunstanciais, racionalizadas, distorcidas pelo vento, e talvez seja isso o
que você decide, mas pense nisso por um momento, em termos do que alguém deve
sacrificar pelo outro.
Todas as coisas para as quais você não pode dizer não são seis mestres, e te fazem de
escravo.
Esse é uma alegoria comum para argumentos morais onde há um certo e errado
claramente definidos. Entretanto, por essa definição, o comprometimento não faz de
você um "escravo" por padrão? Se, pelas circunstâncias de um comprometimento você
não pode, figurativamente, dizer “não” ao comprometimento (ou devido a isso), você
não é um escravo?
Você pode até tirar o casamento da equação. Se eu estou em um RLP comprometido
com uma namorada e ao longo do relacionamento eu percebo que ela não é o que eu
estou procurando (por várias razões, não apenas sexo), mesmo que ela esteja 100%
fielmente comprometida comigo e o RLP, devo então quebrar esse comprometimento?
Se eu fizer isso, estou sendo antiético por ter quebrado esse comprometimento,