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Edição de 21 de dezembro de 2020

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mkt<br />

Unsplash<br />

O novo normal,<br />

ou o normal<br />

<strong>de</strong> sempre?<br />

“The best way to predict your<br />

future is to creat it”<br />

Abraham Lincoln<br />

Francisco alberto Madia <strong>de</strong> souza<br />

que virá, e como seremos, é o que muitos<br />

se perguntam. Nas últimas sema-<br />

O<br />

nas li mais <strong>de</strong> 100 <strong>de</strong>poimentos <strong>de</strong> pessoas<br />

esboçando seus primeiros traços sobre um<br />

provável novo normal. Separei três para este<br />

comentário. Dois que procuram alertar<br />

as pessoas enternecidas com a pan<strong>de</strong>mia<br />

<strong>de</strong> bonda<strong>de</strong> que inundou os corações, e fazem<br />

seus alertas; e um carregado <strong>de</strong> esperanças.<br />

Começo com o pianista e maestro<br />

argentino Daniel Barenboim.<br />

“Acho muito difícil imaginar como será<br />

a vida <strong>de</strong>pois <strong>de</strong>ste maldito vírus. As pessoas<br />

otimistas pensam que agora vimos<br />

como somos todos iguais, que não há pessoas<br />

privilegiadas, que este é um vírus<br />

que nos iguala e, então, vamos mudar para<br />

sempre, cuidar dos outros e ajudaremos<br />

quem mais precisa... Eu, francamente, não<br />

acredito nisso”, diz Barenboim... E, completa:<br />

“O instinto <strong>de</strong> fazer as coisas para o<br />

bem é um instinto maravilhoso, mas que<br />

não dura”. O ódio, e tudo que é negativo, é<br />

muito mais excitante do que o bem. O bom<br />

e positivo transmitem calma. Quando você<br />

encontra uma pessoa <strong>de</strong> bom caráter e bem<br />

disposta é um gran<strong>de</strong> prazer, mas não é<br />

excitante... “Assim, não tenho a menor esperança<br />

<strong>de</strong> que as pessoas mu<strong>de</strong>m por causa<br />

do coronavírus...”. Essa, a manifestação<br />

do excepcional músico e maestro Daniel<br />

Barenboim.<br />

O segundo <strong>de</strong>poimento é do escritor e<br />

doutor em filosofia pela USP Luiz Felipe<br />

Pondé, que vai direto ao ponto. “A epi<strong>de</strong>mia<br />

das utopias fala coisas do tipo, iremos<br />

respeitar mais os humil<strong>de</strong>s, seremos mais<br />

solidários... ok, diz Pondé, durante a epi<strong>de</strong>mia,<br />

sim, mas, passada a peste, a maioria<br />

voltará a ser e se comportar como sempre<br />

foi. Os humanistas da quarentena voltarão<br />

a fazer lives dos hotéis caros que frequentam...<br />

O mundo estará mais pobre. Os pobres<br />

mais pobres e menos dinheiro circu-<br />

lando. A economia será uma ciência ainda<br />

mais triste... o mundo será mais competitivo<br />

porque mais inseguro... a segurança<br />

dará <strong>de</strong> sete a um na liberda<strong>de</strong>. O mundo<br />

será mais remoto e dos solitários... Encaremos<br />

os fatos. No Brasil, só classes média e<br />

alta po<strong>de</strong>m fazer quarentena. Só eles têm<br />

reserva financeira. A maioria esmagadora<br />

da população vai pedir esmola, seja do<br />

Estado, seja nas ruas... Perguntar por que<br />

pobre não faz quarentena é o mesmo que<br />

perguntar por que eles não comem bolo, já<br />

que não têm pão...”.<br />

E o terceiro do escritor mais lido dos<br />

últimos 10 anos, Yuval Harari. “Será um<br />

mundo diferente. Se melhor ou pior,<br />

isso <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá <strong>de</strong> nossas <strong>de</strong>cisões <strong>de</strong> agora.<br />

O mais importante é perceber que não<br />

há apenas um resultado <strong>de</strong>terminístico<br />

para esta crise. Temos escolhas a fazer. E,<br />

se fizermos as escolhas certas, po<strong>de</strong>remos<br />

não apenas superar o vírus, mas emergir<br />

da pan<strong>de</strong>mia tendo construído um mundo<br />

melhor”.<br />

E vocês o que acham? Passada a pan<strong>de</strong>mia,<br />

o novo normal será rigorosamente o<br />

velho normal? Piorado, talvez para os sinceros,<br />

ou melhorado, talvez para os ingênuos...<br />

Quem sabe, otimistas... E você, já<br />

pensou como você amanhecerá no day after?<br />

Algumas pessoas <strong>de</strong>cidiram escrever<br />

agora, como acham que serão no Day After<br />

Coronacrise. Escrever e guardar, e só abrir<br />

dois ou três anos <strong>de</strong>pois para ver se verda<strong>de</strong>iramente<br />

se conhecem...<br />

Um dia, diante do caos em que se encontrava<br />

o mundo, Abraham Lincoln cunhou<br />

a frase com que inicio este artigo. Mais<br />

adiante aperfeiçoada pelo adorado mestre<br />

e mentor Peter Drucker, que trocou o verbo.<br />

Em vez <strong>de</strong> “creat it”, “build it”. E é o<br />

que temos procurado fazer aqui na Madia,<br />

e recomendar a todos os nossos clientes <strong>de</strong><br />

consultoria. “A melhor maneira <strong>de</strong> prever o<br />

futuro é construí-lo”.<br />

Francisco Alberto Madia <strong>de</strong> Souza<br />

é consultor <strong>de</strong> marketing<br />

famadia@madiamm.com.br<br />

28 <strong>21</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark

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