UnicaPhoto - Ed.18
Revista do Curso de Fotografia da Universidade Católica de Pernambuco
Revista do Curso de Fotografia da Universidade Católica de Pernambuco
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Os resultados desta investigação
foram reunidos na obra
Instantâneos da Fotografia
Contemporânea, publicada pela
Editora Appris, em 2021. Para
discutir tais transformações na
produção fotográfica o autor
acionou um amplo repertório
ao tratar de tecnologia, cultura,
sociedade, economia e política,
visto que cada imagem revela
a cristalização de um instante
e entender o que ocorre a cada
momento é importante para
elucidar a conexão entre passado
e presente.
Ao estudar a criação dos
instantâneos fotográficos foi
preciso analisar vários conceitos,
como autoria, representação,
convergência digital, panoptismo
e sociedade de controle, que
permitiram refletir sobre o
fotojornalismo, a fotografia
documental e imagem vernacular.
Ao explicar o termo
contemporâneo, José Afonso
indica que (2021, p. 19),
“ao pensar a fotografia
contemporânea, temos não só
a presença de práticas inéditas
historicamente, mas também a
adaptação de usos e protocolos
que se mesclam ao tempo atual.
Assim, o sentido deduzível de
contemporâneo que assumimos
é mais que o presente, é uma
sintonia no presente, um ambiente
de encontros e reinvenções,
ou uma experiência dilatada
do tempo, de recuperação e
ressignificação.”
No texto “Da foto à fotografia:
os jornais precisam de
fotógrafos?”, o autor discute
as novas rotinas e suportes
para produção de imagens
fotojornalísticas, em que atuam
não somente fotógrafos, mas
pessoas com outras atividades,
que passam a elaborar registros
na reorganização da gestão
das empresas de comunicação
mudando o fluxo de trabalho.
“Em um mundo de hipervigilância
e hipervisibilidade, é óbvio que
o fluxo de imagens produzidas
por câmeras onipresentes vai
compor o horizonte visual da
construção da realidade em
forma de notícia” (AFONSO
JÚNIOR, 2021, p. 36). Ainda
para tratar das transformações
no campo fotojornalístico o texto
seguinte, Cinco hipóteses sobre
o fotojornalismo em cenários de
convergência, aponta as mudanças
do fotojornalismo digital para o
de convergência, quando ocorre
uma adaptação do modelo da
fotografia química para a digital,
chegando às plataformas virtuais
com a potencialização da imagem
na rede.
Em “Duas ou três observações
sobre o World Press Photo”,
Afonso Júnior apresenta a análise
sobre a destacada premiação
do fotojornalismo mundial no
século XXI, especificamente
sobre os temas e os ganhadores
do período 2001 a 2019,
tendo em vista a teoria do
agendamento, já que essas
imagens possibilitam analisar a
realidade e suas representações.
Ainda neste eixo de estudo, sobre
a imagem de imprensa, o autor
apresenta o texto onde questiona
A quem interessa a morte do
fotojornalismo? para tratar
da crise e da reorientação dos
modelos de negócios midiáticos,
sobretudo quanto à forma que
as imagens são produzidas e
circulam nas redes sociais, o que
traz profundas mudanças para a
profissão do fotojornalista.
Para tratar sobre a criação
da imagem instantânea,
o pesquisador aborda as
características da câmera criada
por Edwin Land, em 1947,
através do texto “Polaroid, 70
anos da fotografia instantânea”.
Para Afonso Júnior (2021, p.
77), “a cópia única e original,
aliada à simplicidade de uso e ao
controle sobre o material obtido,
rapidamente atraiu também a
atenção de um grupo específico
de gente ligada à ideia de
autenticidade da obra: fotógrafos
e artistas visuais interessados
nas possibilidades expressivas da
Polaroid”, que vai reverberar em
aplicativos como o Instagram.
Na perspectiva de entender a
convergência entre fotografia,
mobilidade e redes digitais, o
estudioso traça a trajetória “Da
fotografia expandida à fotografia
desprendida: como o Instagram
explica a crise da Kodak e viceversa”,
em que o modelo de
distribuição de imagens dar
espaço para o de circulação de
cenas móveis e ubíquas na rede,
visto que a fotografia desprendida
se apresenta nas telas, operando
através de bancos de dados
e clouds. No texto “O livro
perdido de Sander: a fotografia,
o vestir e a identidade no período
entre guerras” há a análise do
trabalho fotográfico Homens do
Século XX, do alemão August
Sander, composto por retratos
que demonstram a realidade da
Alemanha do período entre as
guerras mundiais, dos diversos
profissionais com seus trajes de
trabalho.
O estudo do tempo na fotografia
é abordado no texto “O segundo
clique da fotografia, entre
registro do instante e o instante
compartilhado”, que trata do
fluxo do tempo que salta do ato
fotográfico para o momento
do compartilhamento em que
as imagens são visualizadas
pelas pessoas, em que ocorre
a experiência do consumo
da fotografia para receber
comentários e curtidas, se por
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