UnicaPhoto - Ed.18
Revista do Curso de Fotografia da Universidade Católica de Pernambuco
Revista do Curso de Fotografia da Universidade Católica de Pernambuco
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na prática
trezentos anos
ou alguns meses
por Gustavo Bettini
Muitos fatores podem fazer uma obra impressa
durar centenas de anos ou muito menos que isso.
O processo de impressão e os materiais utilizados
são a base primordial para dar início a essa jornada
contra o tempo. Sim, até mesmo as impressões que
seguem todos os cuidados do processo fine art, se não
seguirem cuidados básicos e fundamentais, podem
não alcançar seu potencial de longevidade. Institutos
como o Wilhelm Research (www.wilhelm-research.
com ) testam a longevidade das impressões levando
em consideração o papel e a impressora usados, mas
também a maneira como estarão expostas essas obras.
O ambiente em que a obra ficará é fator determinante
e irá interferir diretamente nesse processo de duração
da obra. Luz direta, variação de temperatura e de
umidade, poluição, uso de produtos de limpeza e
até colocação de aromatizantes de ambiente podem
interferir na durabilidade de uma impressão.
Para proteger uma obra é preciso levar em consideração
o tipo de montagem da moldura, do suporte, e os
materiais escolhidos. São aspectos que influenciam
diretamente na durabilidade do trabalho. Imagine que a
moldura é um grande sanduíche, com várias camadas,
cada uma com uma função específica. A primeira
camada que encontramos é o vidro. Obras sem vidro
já saem em grande desvantagem e é fácil perceber que
é uma proteção física contra agentes externos como
insetos, toque de mãos, poluição, produtos, panos…
E existem vários tipos de vidros para ser usados em
montagens com molduras: 1) O antirreflexo comum,
com textura que provoca um aspecto fosco, reduz muito
o brilho do vidro e a capacidade de perceber a presença
dele na obra. Esse tipo de vidro foi criado para ser
montado em contato direto com a fotografia, inclusive,
porque se houver espaço entre eles, a textura do vidro
diminui a percepção de detalhes na obra. Porém, essa
característica traz um fator para a obra, que por estar
em contato direto com o material, pode provocar uma
espécie de colagem da obra no vidro com o passar do
tempo e o desenvolvimento de fungos na impressão;
2) Os vidros incolores, que podem ser montados com
afastamento da obra, estão disponíveis em vários tipos,
de modelos comuns aos museológicos. Os museológicos
além de garantir proteção contra raios UVs (Até 99%)
têm tratamento antirreflexo muito eficiente. O material
é tão imperceptível que é comum achar que obras
montadas dessa maneira estejam sem vidro.
A segunda possível camada da montagem pode ser
uma barreirinha, uma espécie de espaçador entre o
vidro e a fotografia e/ou um passe-partout, feito com
papel de conservação, o material forma uma margem
ao redor da obra, que além de estética cria esse espaço
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