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UnicaPhoto - Ed.18

Revista do Curso de Fotografia da Universidade Católica de Pernambuco

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moderno Iphone, vieram para

transformar de vez a comunicação

como até então conhecíamos.

Em paralelo, surgiram muitos

outros avanços da tecnologia

da informação, com a internet,

a banda larga e, claro, as redes

sociais. Uma avalanche de

inovações que se espalharam pelo

mundo, facilitando a comunicação,

ampliando as conexões,

valorizando o poder das imagens,

cada vez mais imediatas.

Com um necessário ajuste à

célebre frase do cineasta Glauber

Rocha, chegamos ao tempo em

que “com uma ideia na cabeça

e um celular na mão” podemos

quase tudo. Uma foto épica,

filmar, editar, publicizar, enviar

para o mundo inteiro as imagens

produzidas, isso em fração de

segundos. Como tudo tem dois

lados, essas facilidades, com todas

e todos instados à condição de

“fotógrafo profissional’, como é

mesmo que ficou a vida de quem

decidiu se dedicar a este ofício?

Imaginávamos que esses

avanços poderiam propiciar

uma dinâmica positiva para a

profissão, mas isso não ocorreu.

A fotografia profissional começou

a ser desvalorizada e perder

qualidade. Hoje, o que importa

é a instantaneidade do registro.

O jornalismo impresso patina

em suas incertezas, antes de

sucumbir, se não se reinventar.

Prova disso são muitos jornais e

revistas falindo e os que ainda não

fecharam reduzindo drasticamente

suas redações e extinguindo suas

editorias de fotografia.

O resultado não poderia ser

outro: desemprego em massa.

Muitos profissionais desistindo

do fotojornalismo e os que ainda

teimam com a fotografia, mudam

o foco de sua linha de atuação,

buscando, por exemplo, fotografia

autoral como alternativa.

Nesse cenário, aparecem novos

caminhos, ainda mais perigosos,

com o uso da fotografia digital

de algoritmos de Inteligência

artificial, algo que vem sendo

experimentadas e logo estará

nas máquinas fotográficas

“‘...fotógrafo

profissional’, como

é mesmo que ficou

a vida de quem

decidiu se dedicar

a este ofício?”

digitais. Não é difícil enxergar

que, nas mãos de profissionais

inescrupulosos, essa inovação

pode vir a torna-se um

instrumento para a manipulação

de imagem. O falseamento da

realidade.

Essa tendência, a se confirmar,

vem na contramão do que vivi,

quando buscávamos transmitir,

por meio das nossas lentes, a

verdade dos fatos que víamos.

Tive o privilégio de pertencer

a uma geração de fotógrafos

profissionais que vivenciou a

passagem do processo analógico

(filmes negativos, revelação

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