edição de 14 de agosto de 2023

“Desde o início do Podpah, nós já
trabalhamos com 100 marcas”
xou de ser só um podcast, viramos um hub de conteúdo e a administração inteira do
prédio é nossa, então contratamos uma produtora, uma chefe de cozinha para o Rango
Brabo, um editor, um designer... Hoje, nós somos em 25 pessoas presentes e mais os
meninos de Santos e as outras pessoas, somando tudo dá entre 30 e 35 pessoas. Nós tomamos
muito cuidado para não inflar a estrutura também, porque desligar funcionário
é sempre muito traumático, então sempre colocamos os pés no chão, damos um passo
de cada vez. Temos muitas pessoas híbridas aqui, como o Caio que faz as edições, mas
também participa da criação do roteiro do Rango Brabo e ajuda a dirigir o programa. O
nosso dia a dia é muito horizontal, então todo mundo participa de tudo.
Em 2022, o Podpah se tornou um hub de conteúdos com vários programas
na grade. Por que vocês decidiram ampliar o portfólio?
Nós poderíamos estar no nosso estúdio antigo, com um opex de um décimo do que é
hoje e ainda assim, trabalhando com grandes marcas, mas nós começamos a diagnosticar
que, no período pós-pandemia, talvez o formato do podcast não seria mais tão consumido,
ou até que daqui um ou dois anos o YouTube mude o algoritmo e o watchtime
não seja mais o principal drive, ou que as pessoas simplesmente cansassem de podcast
e começassem a consumir outro tipo de conteúdo e pensamos no que poderíamos
fazer nesses cenários. Nós não quisemos criar vários outros programas com o mesmo
formato do podcast, então pensamos em diversificar o conteúdo para uma mesma audiência.
A estratégia é essa. Eu sempre falo que o Podpah tem conversas que são muito
importantes, mas é um podcast de entretenimento. O Rango Brabo é um programa de
culinária, mas, na verdade, é um programa de entretenimento com background de culinária.
A mesma coisa vale para o Quebrada F.C e o Podpah Visita. Todos são programas
de entretenimento, mas com backgrounds específicos e formatos diferentes. Então,
hoje, nós temos um formato que é sentar em volta de uma mesa e passar uma hora
conversando, um formato de de 40 minutos com o Defante fazendo loucuras em uma
cozinha, um formato que é de hard news para falar de futebol e um formato que é para
o público parar em casa e ver como é a casa de uma outra pessoa. Nós estamos criando
programas diferentes para um mesmo público, essa é a estratégia.
No total, o hub Podpah tem quantos patrocinadores?
Nós temos alguns patrocinadores que são anuais, mas não são do hub como um todo.
Do hub, nós temos Três Corações, Brahma, GM, Chivas, Dorflex, Gillette, Guaraná, Pepsi,
Itaú, Red Bull e Spotify. Também tem as marcas que são ativas, com contrato vigente,
mas não tem bloqueio, então eu posso trabalhar com concorrentes, que são Bis, O Boticário,
Centauro, HBO Max, Hellman’s, Lacoste, MCD, McDonald’s, NBA, Oakley, Outback,
Paramount, Prime Video, Ruffles, Sadia, Smart Fit, Sucrilhos, Subway, Visa e Zé Delivery.
Essas são marcas que nós estamos fazendo entregas atualmente, não são anuais, mas,
hoje, se alguém chegar e pedir para amanhã, a gente não consegue porque temos esses
contratos com entregas ainda.
Em 2022, vocês tinham a meta de ter seis programas na grade e,
com o Podpah Visita, chegaram ao quinto. Como estão as negociações
para o sexto programa? Ele vai ser lançado até o fim do ano?
Nós temos uma gaveta com três ou quatro programas desenhados, mas, dependendo
do programa, ele tem um custo alto de investimento ou ainda estamos procurando as
pessoas certas para apresentá-los porque, no final das contas, os nossos apresentadores
precisam conversar com a nossa audiência. Nós ainda não temos trabalhos para lançar
o sexto programa, estamos totalmente mergulhados no Visita para fazer acontecer
e não começamos a mexer os pauzinhos do sexto programa ainda. A gente tem alguns
especiais que fizemos ao longo do ano, como o Podpah fazendo festivais de música, o
que não estava no nosso planejamento para este ano, mas apareceu a oportunidade
e temos outras negociações para fazer outros festivais ainda em 2023. Não sei se isso
vai se tornar uma coisa fixa na nossa grade, mas é uma transmissão especial dentro do
Podpah que vai acontecer pelo menos uma vez por semestre. Eu acredito que vamos
bater a meta dos seis programas até o fim do ano, não sei como a gente vai fazer seis
programas aqui no prédio, mas vamos dar um jeito.
Quantas ações de marca o Podpah fez em 2022?
Eu consigo te dizer que desde o início do Podpah, nós já trabalhamos com 100 marcas.
Tem algumas que vêm e fazem uma ação pontual, têm outras que ficam com a gente
por um tempo e depois começam a fazer pontuais também... Enfim, tem de tudo. Eu não
consigo te falar ações especificamente, mas 100 marcas passaram pelo Podpah desde
setembro de 2020 até hoje.
Além dos programas, quais outros ativos há no planejamento?
Nós vamos ter a Podparty, que vai acontecer em outubro. As marcas estão gostando
do projeto, falando com a gente sobre e o projeto tem andado. Acho que a conta nós
vamos zerar e depois pensar em como lucrar, mas acho que é importante para a marca
Podpah ter algo desse tipo. Depois que fizermos a primeira, vamos entender mais o
negócio e realizar melhor. Nós contratamos uma agência de eventos para fazer porque
esse é um ativo que envolve muitas coisas como banheiros, seguranças, ticketeira de
ingressos etc. e nós não dominamos essa área, mas vai dar certo. Estamos deixando a
agência cuidar desses pontos e nós estamos cuidando dos convidados, de onde vai ser
o espaço, quem vai se apresentar, as ações de marcas. A Podparty vai ser no Komplexo
Tempo, na Mooca, em São Paulo, e vai ter experiências de marcas como a Chivas, por
exemplo. Vai ser uma festa para três mil pessoas.
Para você, qual motivo levou ao sucesso que o Podpah tem hoje?
É muito difícil falar de si mesmo sem parecer arrogante, mas acho que o Podpah começou
a amplificar vozes de pessoas que não tinham espaço. Um exemplo disso é que,
antes do fenômeno dos podcasts, você não via os Mcs e funkeiros dando entrevistas
na TV e, mesmo quando os podcasts explodiram, essa galera ainda não tinha espaço.
O Podpah veio para representar essa parte da população, abrindo espaço para os Mcs,
funkeiros, rappers, trappers... Acho que esse foi o primeiro grande movimento do Podpah
que mudou a forma de se comunicar. Fora isso, tem a habilidade do Igor e do
Mítico de conversar com cantores de forró, de rock, de trap, de rap, com gamer, com
streamer, com professor e com psicanalista de uma forma muito realista e sincera.
Acho que o público se identifica. Outro atributo que eu dou é ser uma brand safety.
Quando a gente se tornou uma marca segura para outras marcas investirem, naturalmente
fomos conseguindo ganhar espaço, como a final da Libertadores patrocinados
pela EA Sports, ir para um camarote no Carnaval com a Brahma e por aí vai. São lugares
que, se nós não tivéssemos com grandes marcas, nós não estaríamos. A própria Copa do
Mundo de 2022, que fomos com a CBF, é outro exemplo. Como o Podpah é um lugar seguro
para as marcas, elas nos proporcionaram novas experiências e alcances. A Netflix
trouxe o Chris Hemsworth, ator que faz o Thor, aqui porque nós somos um lugar seguro
para se comunicar. O Podpah foi o único lugar que ele falou por mais de sete minutos,
por exemplo. Ele ficou 30 minutos com o Igão e o Mítico. Isso significa muito para nós. O
Podpah é um fenômeno que tem vários porquês, desde conteúdo, de visão, de marca...
Acho que tudo isso se somou e virou o que somos hoje.
O quanto o hub cresceu em 2022 e qual é a expectativa para 2023?
Em junho de 2023, nós igualamos o faturamento do ano passado com o hub, que foi de
R$ 18,5 milhões. A expectativa é que a gente feche o ano com R$ 25 milhões de faturamento.
Tomara que seja até mais, mas pelo nosso estudo aqui de marcas e propostas
que já fechamos, acho que batemos os R$ 25 milhões até dezembro.
Quais são os caminhos para o Podpah continuar crescendo?
Trabalhar com internet é ter de se reinventar a quase todo tempo. Eu não consigo afirmar
qual vai ser o próximo grande movimento da internet, é muito difícil prever isso e,
se você consegue prever, é porque estourou qualquer expectativa. Nós temos de estar
atentos ao que está acontecendo, então tudo o que nós assistimos, a gente pensa em
como seria aquilo com o toque do Podpah. O Podpah Visita, por exemplo, nasceu de um
insight do MTV Cribs e a referência do Igor foi o programa “Gugu na minha casa”. Então,
o pensamento foi como seriam esses programas com o olhar do Podpah. A gente fica
de olho no que está acontecendo no mercado em relação a conteúdo e onde conseguimos
explorar isso de uma forma legal. Não consigo te prever o próximo passo do
conteúdo da internet, mas o desafio é continuar sempre se reinventando. Eu não posso,
por exemplo, ter dois episódios do “Rango Brabo” com dinâmicas parecidas, porque fica
cansativo para quem assiste. O desafio criativo de sempre fazer coisas diferentes é o
nosso maior estímulo para conseguir continuar sendo relevante.
“O desafio criativo de sempre
fazer coisas diferentes é
o nosso maior estímulo”
jornal propmark - 14 de agosto de 2023 17