edição de 22 de janeiro de 2024

mercado
Especialistas em marca pessoal falam
que o movimento ganha tração no país
Para Giuliana Tranquilini e Susana Arbex, cofundadoras da consultoria
de personal branding Betafly Brandmakers, o lema hoje é ser autêntico
Kelly Dores
deixando a era das
personas e descortinando o
“Estamos
significado de autenticidade.
Ganha força a busca por mais verdade
nas relações, substituindo gradualmente
a construção de personagens
e passando a apresentar ao mundo as
pessoas como elas são... Acreditamos
que as pessoas fortalecem suas marcas
pessoais quando conseguem uma
combinação poderosa: de fazer, no seu
trabalho e na vida, aquilo que nasceram
com as habilidades para fazer e
realizam naturalmente bem, somado
àquilo que se propõem a executar - um
propósito - que lhes traga sentido”. O
trecho foi extraído do livro ‘Sua marca
pessoal’, das autoras Giuliana Tranquilini
e Susana Arbex, executivas que
abandonaram o mundo corporativo
para empreender e abrir a consultoria
de personal branding Betafly Brandmakers.
Ambas têm certificação em
personal branding pela Reach CC USA.
“É um mercado onde as pessoas
começam a ter voz, a se posicionar nas
mídias sociais. A ideia é como os profissionais
podem se organizar e trazer
sua narrativa de forma coerente com a
própria marca. Fizemos uma certificação
em personal branding nos Estados
Unidos e desenvolvemos uma metodologia
própria, que é o método Fly. Hoje
fazemos basicamente consultoria para
marcas pessoais de executivos, empreendedores
e profissionais da saúde”,
conta Giuliana.
Susana destaca que o tema ganhou
tração no país. A executiva lembra que o
protagonismo das pessoas vem acontecendo
há algumas décadas em diversos
segmentos da sociedade, com o surgimento
das redes sociais, quando as pessoas
ganharam voz. Mas no mundo empresarial
e corporativo, a predominância
da marca corporativa sobre a marca da
pessoa ainda era absoluta... até agora.
“Quando a gente começou a estudar
personal branding, o mercado americano
era muito mais maduro neste sentido,
e percebemos que o protagonismo
dos indivíduos era o caminho natural
Susana e Giuliana destacam a importância de se criar uma agenda positiva para a marca pessoal e a marca corporativa
das marcas também. A pessoa tendo
voz impacta a marca corporativa e
pode impactar de diversas maneiras,
pode ser positivo, neutro ou negativo.
A questão é como cuidar disso para
que seja bom para ambas as partes.
Ou seja, você passa a ter de cuidar de
marca pessoal.”
O LinkedIn, como principal rede profissional
do mercado, potencializa esse
movimento, mas há outras camadas
no processo. “Muitas pessoas chegam
até nós para resolver um problema
de LinkedIn. Só que o LinkedIn não é a
marca pessoal, mas, sim, um dos canais
em que as pessoas expressam sua marca
pessoal. Em uma jornada de marca
pessoal, existem outras coisas antes
do LinkedIn que precisam ser tratadas
para ter uma comunicação alinhada.
Fazemos uma mentoria individual com
três pilares, e a gente começa a fazer
um trabalho de personal branding entendendo
o que é essa marca, quem
é a pessoa na essência. A rede social
é a nossa última etapa do processo. A
gente tem uma etapa que passa por
autoconhecimento, que é importantíssima
para ter clareza do que também
a pessoa quer comunicar, qual a marca
que ela quer deixar no mundo. Depois
da etapa de DNA, vamos para a fase de
posicionamento, em que abordamos as
redes de networking que o profissional
se relaciona, quais são os stakeholders,
e é quando usamos o mapa da empatia,
porque cada um tem uma dor. Daí
vamos para a comunicação, que é a
terceira etapa, incluindo os canais off
e online, onde a marca pessoal está
presente. E traçamos uma estratégia
de comunicação para ajudar os clientes
a posicionar a marca dele nos canais
onde tem relevância”, explica Giuliana.
Susana destaca que há um movimento
pela valorização da essência e
reforça que todos estão no business da
influência. “Os executivos e executivas
influenciam o seu time, os fornecedores
e formadores de opinião do seu
Divulgação
segmento. Como as hierarquias estão
também mais fluidas, todos nós podemos
influenciar os outros”. A especialista
ressalta que as empresas estão
entendendo que as pessoas vão falar
nas redes sociais, daí a importância de
se criar uma agenda positiva para as
duas marcas, tanto para a marca pessoal
quanto para a corporativa. “Há empresas
que também precisam que seus
executivos falem, mas eles não estão
falando, e o mercado pede. Então, a
ideia é deixar esses profissionais confortáveis
e alinhados com quem eles
são”, observa Susana.
Giuliana finaliza com um alerta: “Tem
um risco quando as pessoas ficam preocupadas
em só resolver a dor de montar
um perfil nas redes sociais, gerar conteúdo,
pois podem cair num lugar onde
a gente não concorda, que é seguir as
regras dos algoritmos. E aí você acaba
sendo manipulado. Trabalhamos com
autenticidade. Por isso tem uma jornada
de se conectar com você”.
24 22 de janeiro de 2024 - jornal propmark