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Revista de Educação Continuada em Medicina ... - CRMV-SP

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z o o n o s e santigo datado de 1826 no Estado da Califórnia, e desde1940 o cangambá tem sido reconhecido como importantereservatório da raiva nos EUA e no Canadá. Em 1988, noTexas, na região de fronteira com o México, uma variantedo vírus da raiva de cão foi responsável por uma epidemiaem coiotes (Canis latrans).A partir de 1947, surgiu uma variante do vírus daraiva em raccoons (Procyon lotor) no Estado da Flórida.Na década de 50 do século passado, a doença tornou-seendêmica na Costa Leste dos EUA e, em 1999, a epidemiaatingiu os raccoons da Província de Ontário, Canadá,atravessando o rio Saint Lawrence (NADIN-DAVIS;BINGHAM, 2004).América Latina e CaribeAnterior ao estabelecimento da colonização europeia,não há registros de ocorrência da raiva canina na Américado Sul. No México, a doença era conhecida desde1709, enquanto que, no Peru, foi reconhecida em 1803,e na Argentina, em 1806, em cães de caça introduzidospelos soldados ingleses. O Uruguai registrou o primeirocaso em 1807, a Colômbia em 1810 e o Chile em 1835. Nofinal do século XX, numerosos casos foram registradosno México e no Brasil, enquanto Equador e Colômbiaregistraram menor número de casos (NADIN-DAVIS;BINGHAM, 2004).Um estudo sobre a história evolutiva do vírus da raivacanina no Brasil, realizado por meio de análise filogenética,indicou que a introdução do vírus ocorreu por voltado final do século XIX e no início do século XX, muitotempo depois do período de colonização europeia. Noentanto, esse período corresponde ao de grande movimentoimigratório da Europa para o Brasil. O vírus daraiva posteriormente disseminou-se entre os animaiscarnívoros nativos durante o século XX, quando ocorreuo processo acelerado de desenvolvimento e urbanizaçãono país (KOBAYASHI et al., 2011).No Nordeste do Brasil, variantes do vírus da raiva caninaforam isoladas de cachorros-do-mato (Cerdocyonthous)(CARNIELI et al., 2009) e raposinhas do Nordeste(Dusicyon vetulus) (BERNARDI et al., 2005), além deuma variante do vírus da raiva isolada de saguis (Callithrixjacchus) (BATISTA-MORAIS et al., 2000).No Caribe, a raiva em cães era conhecida desde aépoca da colonização espanhola, como em Barbados(1741), Guadalupe (1776), República Dominicana e Jamaica(1783). O mangusto (Herpestes auropunctatus),introduzido da Índia nas décadas de 1870 e 1880 paracombater os roedores nas plantações de cana-de-açúcar,inicialmente, na Jamaica e, posteriormente, em outrasilhas caribenhas, é considerado importante reservatóriopara o vírus da raiva em Cuba, Granada, República Dominicana,Haiti e Porto Rico (NADIN-DAVIS; BIN-GHAM, 2004).Oriente Médio, Ásia e OceaniaUma revisão histórica da raiva menciona vários relatosde raiva em cães na Turquia, em 1586. Por volta de1850, um incidente de raiva na cidade de Adália, territórioturco, envolveu um lobo raivoso que havia atacadomais de cem pessoas. Várias delas apresentaram quadrode raiva e morreram semanas depois. Na China, o primeirorelato da raiva humana aconteceu em 1857, emHong Kong, causado por um cão inglês, e o segundo casoaconteceu em Cantão, no ano de 1860. Alguns nativoschineses e dois europeus que moravam próximo à cidadede Beijing morreram devido à hidrofobia causada porcães pertencentes aos europeus. Assim, a raiva passouentão a ser conhecida como doença comum em cães criadospelos europeus (NADIN-DAVIS; BINGHAM, 2004).Em 1893, na cidade de Nagasaki, Japão, ocorreu umaepidemia de raiva em um bairro habitado por estrangeiros,com 76 pessoas agredidas por cães e dez óbitoshumanos. Na província de Aomori, Norte do Japão, umcão infectado procedente da Rússia agrediu 47 pessoas e11 delas foram a óbito. O Japão registrou muitos casos deraiva a cada ano, pelo menos até 1906, e em 1923 ocorreuuma epidemia com 235 mortes humanas. Entre 1959e 1968, foram considerados livres de raiva Hong Kong(último caso em 1955), Taiwan (desde 1959), Japão (1956),Malásia e Cingapura (último caso em 1953) (NADIN-DAVIS; BINGHAM, 2004).Índia e Filipinas atualmente registram maior númerode ocorrência de raiva na região Sudeste da Ásia.Outros países, como Tailândia e Indonésia, apresentamum número elevado de casos de raiva humana, assimcomo Sri Lanka e países da Indochina. Os reservatóriossilvestres da raiva são virtualmente desconhecidosna Ásia e, em muitas regiões tropicais, o “raccoon-dog”(Nictereutes procyonoides) está migrando da Ásia Centralpara a Europa, representando uma séria ameaça àreintrodução do vírus da raiva para os cães e raposasda Europa Ocidental. Na Jordânia e Israel, lobos e chacaissão os principais reservatórios do vírus da raiva(YAKOBSON; DAVID; ALDOMY, 2004), assim comono Irã, Afeganistão, Paquistão, Nepal e Índia (NADIN-DAVIS; BINGHAM, 2004).Por outro lado, as ilhas do Pacífico, bem como a Austráliae a Nova Zelândia, têm conseguido manter-se livreda raiva. A Austrália apresentou um caso de raiva caninana Tasmânia em 1867 e, desde então, mantém-se livre dadoença (NADIN-DAVIS; BINGHAM, 2004).c r m v s p . g o v . b rmv&z23

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