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Revista de Educação Continuada em Medicina ... - CRMV-SP

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x i i c o n f e r ê n c i aapenas para o tendão no equino adulto, uma vez queisso irá apenas aumentar a velocidade de degeneração,que deve ser considerada uma consequência inevitávelda atividade atlética. É possível que algumas formas deexercício induzam mais degeneração do que outras, masno momento podemos apenas supor que os exercíciosque envolvem grandes aplicações de carga (em altas velocidades,por exemplo) sejam os mais nocivos.Redução dos fatores de risco para a tendiniteA tendinite clínica é causada pela aplicação repentinade forças que ultrapassam a força do tendão (degenerado).Isso pode ocorrer a qualquer momento, inclusive no pasto,mas obviamente é mais comum quando o cavalo trabalhapróximo do limite máximo do tendão. Essa situação é verificadadurante o exercício em velocidade máxima, fazendodo melhor cavalo o mais predisposto à lesão tendínea. Asuperfície de apoio (que afeta a velocidade do cavalo), afadiga (após corridas longas ou em animais mal condicionados,por exemplo), o salto, o ferrageamento e o peso sãoexemplos de fatores que podem aumentar a carga máximaaplicada sobre o tendão e, consequentemente, o risco delesão. Alguns desses fatores são passíveis de correção, emboraoutros sejam inerentes à corrida e não possam serfacilmente alterados.Diagnóstico precoceAqui, não se trata exatamente de uma estratégia deprevenção, uma vez que algum grau de lesão tendínea játerá ocorrido. Entretanto, se a lesão (ou degeneração) fordetectada precocemente, podemos tentar impedir a progressãopara um quadro mais grave. A inspeção cuidadosaé obviamente fundamental, embora seja pouco sensível.A ultrassonografia é a principal técnica de imagemempregada em tendões, tendo contribuído muito para onosso conhecimento e capacidade de tratamento. A tecnologiaultrassonográfica continua progredindo, com oadvento de novos aparelhos, dotados de melhor resolução.Entretanto, a técnica ainda é pouco sensível na previsão delesões e na determinação do momento ideal de retorno àatividade plena nos estágios crônicos. De fato, um trabalhorecente desenvolvido por nossa equipe mostrou que, emum grupo grande de cavalos do National Hunt (n=150),examinados ultrassonograficamente a cada três meses,durante duas estações, não foram detectadas alteraçõesde ecogenicidade ou área de secção transversal antes daocorrência de lesões, negando o valor da ultrassonografiacomo ferramenta de avaliação, exceto na detecção delesões prévias, associadas ao maior risco de recorrência.Por esse motivo, estamos trabalhando no desenvolvimentode um marcador sanguíneo de lesão tendínea emequinos. A lesão causa a liberação de fragmentos proteicostendíneos, cujo reconhecimento através de ensaiossanguíneos pode vir a ser um teste prático (coleta de umaamostra sanguínea), capaz de fornecer informações úteisem termos de diagnóstico, tratamento e prognóstico.Maximização da qualidade do tendão antes da maturidadeesqueléticaA força do tendão flexor digital superficial varia muitoentre diferentes animais e, uma vez que parte dessa variaçãopode ser de fundo genético, a melhora dessa característicapoderia reduzir a incidência de lesões tendíneas.Entretanto, embora o conceito seja simples, sua aplicaçãoé bastante difícil.Os tecidos esqueléticos se adaptam muito melhorà aplicação de carga durante a fase de crescimento, enquantosão imaturos. Isso se verifica nos ossos e músculose acredita-se que seja verdade também para o tendão.Assim, o emprego de programas de exercício cuidadosamenteelaborados, durante a fase de crescimento (0 a 2anos de idade), poderia melhorar a “qualidade” do tendão,minimizando os efeitos degenerativos induzidos pelo treinamentoe pelas corridas após a maturidade esquelética(aproximadamente aos 2 anos, no cavalo). Tais programasde exercício devem ser aplicados dentro da “janelade oportunidade”, ou seja, no momento e na intensidadecertos. Tendões em crescimento são também mais susceptíveisa lesões e programas de “condicionamento” devemser capazes de induzir adaptação compatível com a atividadeatlética futura, sem causar lesão. Estas perguntaspermanecem sem respostas, embora três estudos tenhaminvestigado o efeito do exercício sobre o tendão imaturo(em crescimento). O primeiro, realizado na Universidadede Utretch, na Holanda, envolveu três protocolos diferentesde exercício (repouso em baia, repouso em baia comsprint forçado e exercício a pasto) aplicados em potrosde raças leves (“warmbloods”), entre as 6 semanas e os 5meses de idade; o segundo, realizado pela Japan RacingAssociation, empregou quantidades crescentes de exercícioem esteira em potros PSI, entre 6 semanas e 15 mesesde idade; e o terceiro (projeto Global Equine ResearchAlliance [GERA]), ainda em andamento, envolveu potrosexercitados em pista, com ingresso subsequente dos potros“condicionados” no treinamento e nas corridas. Nos doisprimeiros estudos, os potros exercitados foram comparadoscom potros que receberam apenas exercício ao pasto.No primeiro estudo, os potros mantidos no pastoapresentaram tendões significantemente mais fortes aos5 meses de idade do que os potros dos demais grupos,em grande parte devido ao desenvolvimento de área desecção transversal maior. O segundo estudo documentou92 mv&z c r m v s p . g o v . b r

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