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Buckley Jr., Kirk e o renascimento do conservadorismo nos Estados Unidos 255<br />
Estados Unidos pela fusão das ideias “libertárias” e o pensamento conservador<br />
também aceitou participar da revista. Além de ser responsável pela seção<br />
de resenhas, o libertário-conservador assumiu também a coluna “Principles<br />
and Heresies”. A editoria de política internacional ficou a cargo de um peso-<br />
-pesado do conservadorismo, o ex-trotskista e agora anticomunista radical James<br />
Burnham (1905-1987). Graduado em Princeton e professor da New York<br />
University, ele havia conquistado fama com a publicação de The Managerial<br />
Revolution [A revolução gerencial], livro no qual afirmava que uma nova classe<br />
de gerentes havia emergido e almejava posições de privilégio, poder e dominação<br />
que provocariam uma profunda transformação na sociedade capitalista<br />
e sua substituição por uma nova forma social (Burnham, 1941). Na National<br />
Review, Burnham publicou regularmente uma coluna com o sugestivo nome<br />
de “The Third World War” [A Terceira Guerra Mundial].<br />
Outros se somaram após alguma insistência por parte de Buckley, como<br />
os já citados Whittaker Chambers e Russell Kirk. Nenhum dos dois, é verdade,<br />
sentia-se muito à vontade na revista. Ambos eram partidários de uma<br />
visão tradicionalista da sociedade, que destacava os laços comunitários em<br />
detrimento do ativismo individual preconizado pelos outros editores, e particularmente<br />
por Meyer. Chambers aceitou fazer parte da revista apenas em<br />
1957 onde ficou somente até 1959. As negociações de Buckley com Kirk não<br />
foram mais fáceis. Depois de se encontrarem na pequena cidade de Mecosta,<br />
Michigan, onde o autor de The Conservative Mind vivia em estado de semirreclusão,<br />
Buckley o convenceu a escrever periodicamente uma coluna para a<br />
revista. Mas Kirk não aceitou que seu nome aparecesse nos créditos ao lado de<br />
um “libertário” extremista como Meyer (Bogus, 2011, p.111).<br />
Apesar das dificuldades, Buckley demonstrou ser o suficientemente hábil<br />
para aproximar diversas correntes do pensamento conservador e lançá-las<br />
à batalha com sua revista como aríete. Em seu manifesto editorial, Buckley<br />
anunciava agressivamente: National Review “ergue-se na encruzilhada da história<br />
gritando Basta, em um tempo no qual ninguém está inclinado a fazê-lo<br />
ou de ter muita paciência com aqueles que instarem a fazê-lo” (Buckley Jr.,<br />
1955). Mas “basta” a que ou a quem? Fundamentalmente esse era um grito de<br />
guerra contra a opinião pública liberal que, segundo acreditavam os editores,<br />
era incapaz de lutar contra a ameaça comunista de uma maneira apropriada.<br />
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