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DIREITA VOLVER!

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94 Direita, volver!<br />

da história política brasileira, pelo menos desde que grupos empresariais, que<br />

já eram proprietários de jornais e/ou revistas, amparados pela ausência de<br />

regulação da “propriedade cruzada” 6 , passaram também a controlar concessões<br />

do serviço público de rádio (1930’s), primeiro, e de televisão (1950’s),<br />

depois 7 . Estamos lindando, portanto, com um velho comportamento, atualizado<br />

com os novos recursos da tecnologia de comunicação e consolidado<br />

pela formação de hábitos arraigados de consumo de entretenimento e de<br />

informação ao longo dos anos.<br />

Se se considera nossa história política republicana, desde a formação dos principais<br />

oligopólios, a partir da chegada da televisão, em meados da década de 1950<br />

do século XX, a grande mídia tem, na maioria das vezes, defendido posições consensualmente<br />

identificadas como direitistas. E sempre em nome da democracia<br />

representativa, contra a corrupção e em defesa da liberdade de expressão. 8<br />

Neste ensaio vamos nos concentrar em situações pontuais e construções<br />

de longo prazo que exemplificam e confirmam a consolidação atualizada<br />

desta prática.<br />

1. O golpe civil-militar de 1964<br />

A participação ativa dos oligopólios de mídia na derrubada do presidente João<br />

Goulart (1961-1964) é fato histórico documentado. A referência clássica continua<br />

sendo Dreifuss (1981). Nela o leitor interessado poderá conhecer quem<br />

foram os conspiradores e reconstruir detalhadamente suas atividades, articuladas<br />

e coordenadas por duas instituições, fartamente financiadas por interesses<br />

empresariais nacionais e estrangeiros (“o bloco multinacional e associado”): o<br />

Instituto Brasileiro de Ação Democrática (IBAD) e o Instituto de Pesquisa e<br />

Estudos Sociais (IPES).<br />

6<br />

A propriedade cruzada refere-se ao fato de um mesmo proprietário, pessoa física ou jurídica,<br />

controlar diferentes veículos de comunicação – jornal, revista, rádio AM, rádio FM, TV aberta,<br />

TV paga, provedor de internet – no mesmo mercado, seja ele local, regional ou nacional.<br />

7<br />

Sobre a estrutura concentrada dos meios de comunicação no Brasil, cf. Lima e Araújo<br />

(2015).<br />

8<br />

José (no prelo) faz um apanhado histórico crítico do comportamento da mídia brasileira dos<br />

tempos de Getúlio Vargas até a campanha eleitoral de 2014.<br />

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