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DIREITA VOLVER!

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274 Direita, volver!<br />

Com essa reorientação política e econômica, a socióloga argentina Verónica<br />

Giordano (2014) e o cientista político chileno Cristóbal Rovira Kaltwasser<br />

(2014) passaram a considerar a hipótese da formação de uma “nova direita” na<br />

América Latina como resposta à virada à esquerda. Essa “nova direita” adotaria<br />

diferentes estratégias políticas em relação à direita atuante nos anos 1980 e<br />

1990 no subcontinente para conseguir responder aos novos desafios colocados<br />

pela ascensão de atores políticos de esquerda ao Poder Executivo. Kaltwasser<br />

dividiu o que considera serem as estratégias da “nova direita” em três tipos<br />

diferentes: 1. Estratégias não eleitorais que têm lugar no âmbito da sociedade<br />

civil; 2. Estratégias eleitorais partidistas existentes no âmbito do sistema<br />

político-partidário já estabelecido; 3. Estratégias eleitorais não partidistas que<br />

se relacionam à constituição de novas lideranças políticas à margem do sistema<br />

político-partidário estabelecido (outsiders).<br />

Ainda que não seja possível confirmar a hipótese a respeito da existência de<br />

uma nova direita atuando na região em comparação à direita dos anos 1980<br />

e 1990, no que tange ao que Kaltwasser classifica como “estratégias não eleitorais<br />

que ocorrem no âmbito da sociedade civil” é, de fato, possível observar<br />

mudanças no que diz respeito às redes dos think tanks de direita na região. Em<br />

um primeiro momento a Atlas Network teve um papel destacado na fundação<br />

e incorporação dos think tanks latino-americanos, mas alguns deles ficaram<br />

parcialmente abandonados a partir da metade dos anos 2000. No entanto,<br />

após a onda à esquerda, é possível observar um segundo momento tanto quantitativo<br />

como qualitativo na atuação destas organizações e das redes nacionais<br />

e regionais das quais participam.<br />

Em termos quantitativos, o número dos think tanks atuantes na região<br />

ligados à Atlas Network mais do que dobrou nos últimos dez anos. No ano de<br />

2005 existiam na região cerca de 35 think tanks (Chafuen, 2006 apud Fischer;<br />

Plehwe, 2013); atualmente são arrolados no site da Atlas 72 think tanks que<br />

atuam no subcontinente em defesa do “livre mercado”. Já em termos qualitativos<br />

pode-se observar fenômenos simultâneos que provocaram um adensamento<br />

de organizações e redes nacionais e regionais. Vários think tanks fundados<br />

ainda nos anos 1980 receberam uma injeção renovada de recursos humanos<br />

e materiais ou alcançaram um grau maior de influência e visibilidade. Dois<br />

casos se destacam nesse sentido, o Cedice na Venezuela, o qual, depois de ter<br />

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