11 DOS CORONÉIS DE BARRANCO - Biblioteca da Floresta

produtivo e por muitos anos concorreu para a
fortuna pública e particular do país, já pelos
créditos arrecadados pela União, já pelo
regresso dos emigrantes enriquecidos às terras
e estados de origem’.
Depois de ter afirmado que ‘o Acre fora uma audaciosa
conquista de carater lidimamente nacional mas executada
por brasileiros desprovidos de qualquer auxílio
governamental’ passam a expor os seus pleitos dizendo:
‘Cifram­se as nossas reivindicações, Snr.
Presidente, no seguinte:
1. Precisamos antes de tudo que a pesada
carga de impostos decretados para o ano
corrente não nos leve o minguado resultado de
nosso esforço.
(...) Pedimos que os impostos sejam reduzidos
ao nível anterior a 1938, com o que já tinham
as municipalidades fartos recursos
orçamentários.
2. Precisamos de mais população.(...)
Pedimos, portanto, ao Governo Federal, que
interfira junto aos governos dos Estados do
nordeste para que não criem entraves à
emigração dos trabalhadores que se queiram
localizar no Acre e ainda que, com o objetivo
de não onerá­los com dívidas de início,
conceda certo número de passagens gratuitas
por ano, nas empresas de navegação
subvencionadas, aos trabalhadores que para lá
se queiram dirigir. (...)
3. Pleiteamos ainda que o Governo Federal
melhore as condições de navegação para esta
região.(...)
Precisamos de fretes baixos, mas também e
mais que isso precisamos de linhas regulares
de navegação. Atualmente a Amazon River chega
duas vezes por ano a Seabra e não penetra no
rio Embira, forçando os proprietários a
longas viagens de transporte de seus produtos
em pequenos motores, sistema caro e difícil.
4. Ainda um ponto de capital importância para
nossa região é o que se refere à proteção à
nascente indústria madeireira. Criamos essa
indústria nos anos de crise, para compensar a
ruína da indústria da borracha.(...)
Essa é uma indústria de futuro e para qual
antevemos largas possibilidades quando
pudermos substituir os deficientes métodos
atuais de extração por outros mais modernos.
Por que esmagá­la de princípio com uma carga
tributária, quando protegendo poderá o
governo ter em mãos, de futuro, uma larga
riqueza?
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