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11 DOS CORONÉIS DE BARRANCO - Biblioteca da Floresta

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de várias crises <strong>da</strong> borracha, que<br />

impulsionaram a lavoura e as trocas de<br />

mercadorias entre os comerciantes <strong>da</strong>s<br />

ci<strong>da</strong>des, do campo e dos seringais; mesmo<br />

porque as grandes casas de Manaus e Belém,<br />

fornecedoras de mercadorias a estes e às<br />

vezes possuidoras de grandes latifúndios,<br />

desapareceram ou perderam sua influência’.<br />

O economista acreano Mário José de Lima caracteriza o período<br />

que se segue à déca<strong>da</strong> de 1920 como aquele em que<br />

‘os núcleos urbanos que, inicialmente, (eram) meros<br />

entrepostos dos seringais, com a reestruturação produtiva,<br />

passam a assumir a centrali<strong>da</strong>de dos negócios. As<br />

ativi<strong>da</strong>des inerentes às ci<strong>da</strong>des, nota<strong>da</strong>mente serviços,<br />

constróem uma rede de sustentação para a produção<br />

agrícola e fun<strong>da</strong>m fluxos de negócios que imprimem uma<br />

nova feição à região’ (Lima, 1994, p. 170. Os grifos são<br />

meus).<br />

Há entre o depoimento de Mário José de Lima e o de Castelo<br />

Branco uma diferença por meio <strong>da</strong> qual será possível esclarecer um dos<br />

aspectos mais interessantes <strong>da</strong> Territoriali<strong>da</strong>de dos Coronéis de Barranco.<br />

Entre o desenvolvimento de Rio Branco, aliás lento de Castelo Branco e a<br />

‘centrali<strong>da</strong>de dos negócios’ dos núcleos urbanos de M. J. de Lima (Lima,<br />

1994) se inscreve aquilo que Vitor Nunes Leal chamara a atenção e que<br />

diz respeito exatamente à dependência <strong>da</strong>s vilas, povoados e pequenas<br />

ci<strong>da</strong>des, aliás como to<strong>da</strong>s do Acre na época, em relação à dinâmica do<br />

mundo rural. Nesse sentido, a centrali<strong>da</strong>de dos núcleos urbanos não<br />

derivaria de ‘uma rede de sustentação para a produção<br />

agrícola (que) fun<strong>da</strong>m fluxos de negócios que imprimem uma<br />

nova feição à região’, mas sim ao novo lugar dos patrões, dos<br />

seringais no novo padrão de relações socioespaciais. A centrali<strong>da</strong>de que a<br />

ci<strong>da</strong>de passa a ter é menos por razões deriva<strong>da</strong>s de uma dinâmica<br />

econômica do que <strong>da</strong> importância política que passa a ter exatamente em<br />

virtude <strong>da</strong> decadência econômico­mercantil do seringal. Como<br />

disséramos, apoiados em Vitor Nunes Leal, o patrão passara a ter que se<br />

interessar mais pelas coisas <strong>da</strong> política do que pelas coisas <strong>da</strong> economia.<br />

Vitor Nunes Leal recorre a O chefe político de Rubens Amaral<br />

(1944) para caracterizar essa dependência <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de, dos serviços, em<br />

relação ao mundo rural. Com, a palavra a Rubens Amaral:<br />

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