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11 DOS CORONÉIS DE BARRANCO - Biblioteca da Floresta

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progressivamente fortalecido, e a decadente<br />

influência social dos chefes locais, nota<strong>da</strong>mente<br />

dos senhores de terras. Não é possível, pois,<br />

compreender o fenômeno sem referência à nossa<br />

estrutura agrária, que fornece a base de<br />

sustentação <strong>da</strong>s manifestações do poder privado<br />

ain<strong>da</strong> tão visíveis no interior do Brasil.<br />

Paradoxalmente, entretanto, esses<br />

remanescentes de privatismo são alimentados pelo<br />

poder público...’ (Leal, op.cit : 20).<br />

Apesar de a referência empírica em que se baseia Vitor Nunes Leal<br />

estar localiza<strong>da</strong> bem longe do Acre, sua caracterização do<br />

‘coronelismo’ permite­nos captar o caráter instituinte <strong>da</strong><br />

Territoriali<strong>da</strong>de dos Coronéis de Barranco.<br />

Aproximemos Leal do ex­juiz e interventor no Acre J.M.B.<br />

Castelo Branco. Fazendo um comentário sobre o texto que Teixeira<br />

Guerra previamente havia lhe submetido à apreciação antes de sua<br />

publicação, assim se expressou Castelo Branco a respeito <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de de<br />

Rio Branco:<br />

‘Até 1920 pouco progrediu, apesar de ser a<br />

capital do departamento mais rico do<br />

território (do Alto Acre). As outras capitais<br />

(Sena Madureira e Cruzeiro do Sul) superaram­<br />

na em tudo, até que, unificado o território,<br />

a administração central passou para Rio<br />

Branco e <strong>da</strong>í o desenvolvimento, aliás, lento,<br />

só tomando maior impulso ultimamente. Cruzeiro<br />

do Sul e Feijó foram instala<strong>da</strong>s em seringais,<br />

em cujo local, só havia um barracão senhorial<br />

e algumas barracas. Do esforço, repartições e<br />

aparato governamentais, originaram­se a<br />

criação e o impulso que elas tomaram. A<br />

influência <strong>da</strong> goma elástica passava ao largo,<br />

no bojo <strong>da</strong>s embarcações que ali tocavam para<br />

o despacho oficial, deixar mercadorias outras<br />

e passageiros.<br />

O intercâmbio com os seringais veio depois de<br />

várias crises <strong>da</strong> borracha, que impulsionaram<br />

a lavoura e as trocas de mercadorias entre os<br />

comerciantes <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong>des, do campo e dos<br />

seringais; mesmo porque as grandes casas de<br />

Manaus e Belém, fornecedoras de mercadorias a<br />

estes e às vezes possuidoras de grandes<br />

latifúndios, desapareceram ou perderam sua<br />

influência (Castelo Branco, apud Guerra, 1955, p. 88).<br />

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