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11 DOS CORONÉIS DE BARRANCO - Biblioteca da Floresta

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A crítica ao latifúndio e ao extrativismo, vistos pelos enviados do Rio<br />

de Janeiro como estrutura de proprie<strong>da</strong>de e ativi<strong>da</strong>de econômica a serem<br />

supera<strong>da</strong>s <strong>11</strong> , assim como o conflito sempre presente entre os que<br />

tentavam estabelecer um sistema jurídico formal, como os juízes federais<br />

e os coronéis que, como tais, se achavam donos <strong>da</strong> justiça, indicam<br />

algumas <strong>da</strong>s importantes clivagens que atravessavam a socie<strong>da</strong>de acreana<br />

que, como estamos vendo, não se resume aos conflitos ‘patrão­freguês’ ou<br />

‘seringalista­seringueiro’. A pequena proprie<strong>da</strong>de está presente no<br />

horizonte desses que vêm/vão do Rio de Janeiro e que condenam o<br />

latifúndio. Em diferentes momentos desta pesquisa vimos que essa<br />

afini<strong>da</strong>de dos do Rio de Janeiro com os possíveis pequenos proprietários<br />

era manti<strong>da</strong> através do erário público comprando as terras desses mesmos<br />

latifundiários, terras essas cuja legali<strong>da</strong>de era extremamente vicia<strong>da</strong> para<br />

não dizer duvidosa.<br />

Citemos aqui algumas materializações desse fantasma ­ a aliança<br />

<strong>da</strong>s autori<strong>da</strong>des federais com os ‘de baixo’, sobretudo os seringueiros ­<br />

que permeia o documento <strong>da</strong> Delegação Acreana à 3 a Conferência:<br />

1­ os vários ‘conjuntos mecânicos’ mantidos pelo governo federal e<br />

destinados ao apoio técnico dos ‘colonos’ e;<br />

2­ o apoio ao transporte dos seus produtos, sobretudo os alimentos,<br />

que eram transportados seja por rios, por meio de batelões, ou por<br />

estra<strong>da</strong>, por caminhões, sob os auspícios do governo federal para<br />

as principais vilas e ci<strong>da</strong>des.<br />

3­ O contrato­padrão que sinalizava limites à exploração aos<br />

seringueiros.<br />

Para as oligarquias amazônicas, em particular as acreanas e, entre<br />

essas, particularmente as do vale do Acre, esses fantasmas estavam muito<br />

vivos nesse pós­guerra pelo modo como se dera a presença do governo<br />

federal durante a Batalha <strong>da</strong> Borracha, seja através do monopólio de<br />

compra e ven<strong>da</strong> <strong>da</strong> borracha, medi<strong>da</strong> essa que atingira sobretudo as Casas<br />

Aviadoras de Belém e Manaus, mas também os comerciantes de Rio<br />

Branco até então financiados pelo Banco do Brasil como também pelo<br />

Contrato­Padrão (Vide documento em anexo) que reconhecia ao<br />

seringueiro o direito de receber 60% do preço <strong>da</strong> borracha o que<br />

explicitava a visão por parte dos enviados do Rio de Janeiro, aqui<br />

acompanhados pelos técnicos norte­americanos, <strong>da</strong> extrema exploração a<br />

que estavam subordinados os seringueiros sob o domínio dos seringalistas.<br />

<strong>11</strong> Visão essa que, a propósito, o texto por mim largamente utilizado de Teixeira Guerra é lapi<strong>da</strong>r.<br />

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